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Sumario del 20/11/2017

Papa e Santa Sé

Igreja na América Latina

Igreja no Mundo

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Existe um mal difuso em ver o policial como um inimigo

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Cidade do Vaticano (RV) -  O escasso sentido de responsabilidade por parte de muitos motoristas que fazem das estradas uma pista de “fórmula 1” ou usam de forma  inadequada os celulares, foram algumas das infrações citadas pelo Papa Francisco, com as quais devem se deparar policiais rodoviários e ferroviários, recebidos na manhã desta segunda-feira, no Vaticano. 

Para enfrentar os tantos desafios diários no cumprimento de seu dever,  o Pontífice sugeriu aos policiais “um estilo de misericórdia”, que “ não é sinônimo de fraqueza – alertou – nem requer renúncia ao uso da força”, mas exige um discernimento, que leva “a compreender as exigências e as razões das pessoas que encontram em seu trabalho”.

Mergulhando no contexto em que os agentes desempenham suas funções, o Papa Francisco ressaltou que “o nosso mundo vê multiplicar-se os deslocamentos”, de forma que a realidade das estradas torna-se “sempre mais complexa e tumultuada”.

Falta de responsabilidade de alguns motoristas

Às carências do sistema viário, sempre mais necessitado de pesados investimentos, alia-se “a falta de senso de responsabilidade por parte de muitos motoristas”, “que parecem muitas vezes não entender as consequências, mesmo graves, de sua desatenção”:

Isto é causado pela pressa e por uma competitividade assumida por um estilo de vida, que fazem dos condutores como que obstáculos ou adversários a serem superados, transformando as estradas em pistas de “fórmula um” e a linha do semáforo na largada de um grande prêmio.

Ação educativa

Em tal contexto – sublinha o Papa – não bastam as sanções para incrementar a segurança, mas “é necessária uma ação educativa que dê maior consciência das responsabilidades que se tem em relação de quem viaja ao lado”.

E esta ação de sensibilização e de maior sentimento cívico – tanto no setor rodoviário como ferroviário – deveria advir  de “todos os frutos possíveis da experiência que vocês, homens e mulheres da Polícia, acumulam diariamente nas estradas e ferrovias”, frisou Francisco.

Também o setor ferroviário representa um âmbito fundamental na vida do país – recordou - o que exige manutenção e investimentos estruturais. Quando ineficiente,  provoca problemas a milhares de viajantes e também acidentes mortais, como recentemente ocorrido.

O que  “vocês encontram a cada dia nas ferrovias e estradas, é como um microcosmos pelo qual passam as realidades mais diversas”. Neste sentido, é exigido de vocês “um elevado profissionalismo e especialização, com uma contínua atualização no conhecimento das leis e no emprego da tecnologia".

Evitar que uso da força degenere em violência

Também o constante contato com as pessoas – frisou Francisco - exige uma profunda retidão e um alto grau de humanidade, não devendo nunca se aproveitar do poder do qual se dispõe:

Quer nas ações de controle, como nas repressivas, é importante fazer um uso de força que não degenere nunca em violência. Para isto, são necessárias sabedoria e autocontrole, sobretudo quando o policial é visto com desconfiança ou sentido como um inimigo, ao invés de custódio do bem comum. Este último, infelizmente, é um mal difuso, que em certas regiões chega ao cúmulo de uma contraposição entre o tecido social e o Estado, junto aos que o representam”.

Usar de misericórdia

Neste contexto, como fez com toda a Igreja e a sociedade no Ano Jubilar de 2015, o Papa sugeriu aos policiais rodoviários e ferroviários usarem de misericórdia, “também nas inumeráveis situações de fraqueza e de dor” que têm de enfrentar diariamente, “não somente nos casos de acidentes de várias naturezas, mas também no encontro com pessoas necessitadas ou que passam por dificuldades”.

São Miguel Arcanjo

Francisco refere-se então à São Miguel Arcanjo, também Patrono da Polícia Rodoviária e Ferroviária italiana, pois sua figura “nos faz refletir sobre a constante luta entre o bem e o mal, do qual nunca podemos” nos sentir alheios.

Mesmo prescindindo de uma ótica de fé, “é importante reconhecer a realidade deste combate, entre o bem e o mal, que se consuma em nosso mundo e até mesmo dentro de nós. Conscientes deste desafio decisivo, seria loucura pactuar com o mal ou mesmo pretender manter-se neutros. Pelo contrário, cada um de nós é chamado a assumir a sua parte de responsabilidade, colocando em campo todas as energias de que dispõe para combater o egoísmo, a injustiça, a indiferença”.

Serviço dos policiais é "uma missão"

Todos devemos fazer isto, “mas vocês estão na linha de frente no combate àquilo que ofende o homem, cria desordem e fomenta ilegalidade, criando obstáculos para a felicidade e o crescimento das pessoas, sobretudo dos jovens”.

“O serviço de vocês – completou o Papa – tantas vezes não estimado de forma adequada, vos coloca no coração da sociedade, e pelo seu alto valor, não hesito em defini-lo como uma missão, a ser cumprida com honra e profundo sentido de dever a serviço do homem e do bem comum”. (JE)

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Faleceu aos 92 anos, o Cardeal Andrea Lanza di Montezemolo

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Cidade do Vaticano (RV) -   Faleceu este domingo (19/11) aos 92 anos, após uma longa convalescência, o Cardeal Andrea Lanza di Montezemolo. Os funerais terão lugar na terça-feira na Basílica de São Pedro e serão presididos pelo Cardeal Giovanni Battista Re. 

Em uma de suas saídas surpresa do Vaticano, em outubro de 2016, o Papa Francisco o havia encontrado no Hospital “Villa Betania”, em Roma, onde estava internado.

Nascido em Turim em 27 de agosto de 1925, era filho de Giuseppe Cordero Lanza di Montezemolo, uma das vítimas nas Fossas Ardeatinas e de Amalia Dematteis, ouvinte leiga durante os trabalhos do Concílio Vaticano II.

Diplomata por longos anos, foi Núncio Apostólico em Papua Nova Guiné, Nicarágua, Honduras, Uruguai, Israel, Itália e República de San Marino.

Como Bispo, foi representante da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.

Especialista em heráldica eclesiástica, foi idealizador do brasão papal de Bento XVI e também autor de publicação sobre o tema.

Foi Arcipreste da Basílica papal de São Paulo fora-dos-muros de 31 de maio de 2005 a 3 de julho de 2009.

O Papa Bento XVI o havia criado Cardeal no Consistório de 24 de março de 2006.

Em 27 de março de 2011, na qualidade de filho de uma das vítimas, acompanhou o próprio Papa Bento XVI durante visita às Fossas Ardeatinas.

Exatamente neste local seu pai, militar que não aprovou o fascismo e contribuiu para a Resistência, encontrou a morte após ser preso pelos nazistas.

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Os pêsames do Papa pela morte do Card. Lanza di Montezemolo

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou na manhã de segunda-feira (20/11) um longo telegrama à irmã do Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, Sra. Adriana.

A notícia do falecimento do cardeal italiano suscitou no Papa, segundo suas palavras, “sentimentos de sincera admiração por este homem de Igreja que viveu com fidelidade seu longo e fecundo sacerdócio e episcopado da serviço do Evangelho e da Santa Sé”.

Diplomata e arcipreste

“Recordo com gratidão sua generosa obra em representações pontifícias em vários países, especialmente em Papua Nova Guiné, Nicarágua, Honduras, Uruguai, Israel e  Itália... Como arcipreste da Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros, deu testemunho de um compromisso particularmente intenso e competente, seja do ponto de vista pastoral seja organizativo e artístico-cultural, visando restituir vitalidade espiritual a todo o conjunto e novo impulso à vocação ecumênica daquele local de culto”.

O Papa termina sua mensagem enviando a bênção apostólica aos familiares do cardeal e “a todos os que compartilham a dor pela morte deste zeloso pastor”. 

Terça-feira (21/11), às 11h30 (horário de Roma), no Altar da Cátedra da Basílica Vaticana, serão celebrados os funerais de Dom Andrea Cordero Lanza di Montezemolo. A liturgia será presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re, Vice-Decano do Colégio Cardinalício. No final da celebração eucarística, o Papa Francisco presidirá o rito da Ultima Commendatio e a Valedictio.

 

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Em debate no Vaticano o mundo do trabalho nos últimos 50 anos

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Cidade do Vaticano (RV) – Por que o mundo do trabalho continua a ser a chave do desenvolvimento no mundo global? Será o tema do debate da Conferência internacional “Da Populorum Progressio à Laudato si. O trabalho e o movimento trabalhista no centro do desenvolvimento integral, sustentável e solidário”. O encontro, nos dias 23 e 24 de novembro, na Sala do Sínodo, no Vaticano, é organizado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Objetivos, análise e propostas

O objetivo será abrir uma reflexão sobre o mundo do trabalho e os aspectos ligados às atividades profissionais nas estruturas sociais existentes. O patrimônio da Doutrina Social da Igreja e suas perspectivas, a análise das novas realidades sociais; e as experiências positivas neste campo estarão no centro do debate. Serão apresentadas iniciativas e propostas para a construção de sociedades cujas agendas priorizem a pessoa e sua dignidade e políticas públicas que visem o desenvolvimento seja material como espiritual. 

A Conferência tem a proposta também de aprofundar o magistério da Igreja desde a Populorum progressio do Beato Paolo VI, que completa 50 anos, até a Laudato si do Papa Francisco, que afirma: “O trabalho é uma necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e realização pessoal”.   

Além de representantes da Santa Sé, o encontro terá a presença de expoentes dos principais sindicatos do mundo, especialistas no campo das ciências sociais, delegações de mais de 40 países e representantes de movimentos cristãos de trabalhadores. Do Brasil, está confirmada a participação de Vagner Freitas, Presidente da CUT, Central Única de Trabalhadores.

Na tarde de sexta-feira (24/11), no final dos trabalhos, está prevista a audiência com o Papa Francisco

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Dom Gallagher: consolidadas as relações entre Santa Sé e Romênia

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Cidade do Vaticano (RV) - O secretário vaticano das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, realizou nos dias 13, 14 e 15 de novembro, a convite do ministro das Relações Exteriores da Romênia, Teodor Meleşcanu, uma visita a Bucareste. 

Dom Gallagher teve na capital do país do Leste Europeu uma série de encontros com as autoridades civis e celebrou a missa na Catedral São José com a comunidade católica da cidade.

Boas relações entre a Santa Sé e a Romênia

Durante o encontro com o ministro Meleşcanu, na terça-feira, dia 14, foram ressaltadas as boas relações existentes entre a Santa Sé e a Romênia, com referência particular ao âmbito cultural e educativo, à positiva contribuição da Igreja católica para a sociedade romena, ao acolhimento de migrantes romenos das várias confissões cristãs nos países ocidentais da Europa, ao processo de restituição dos bens eclesiásticos confiscados pelo regime comunista após sua chegada ao poder.

Ademais, foram examinados os últimos progressos das negociações acerca do almejado Acordo bilateral sobre a colaboração e o reconhecimento recíproco no âmbito da educação de nível superior.

Povo romeno espera receber o Papa em seu país

Foi novamente ressaltado o forte desejo do povo romeno de acolher o Papa Francisco no país. Em seguida, foram abordadas algumas temáticas relativas à situação regional e internacional, entre as quais o futuro do projeto europeu, em relação ao qual foi manifestado grande apreço pelas contribuições do Pontífice, bem como a condição dos cristãos em diferentes regiões do Oriente Médio.

No mesmo dia, o secretário vaticano das Relações com os Estados foi à sede do Parlamento para um encontro com o presidente do Senado, Călin Popescu-Tăriceanu, e, em seguida, com a vice-presidente da Câmara dos Deputados, Carmen-Ileana Mihălcescu.

Romênia assumirá presidência de turno da União Europeia

Tendo em vista a presidência de turno do Conselho da União Europeia, que a Romênia assumirá pela primeira vez durante o primeiro semestre de 2019, houve uma interessante troca de opiniões sobre a necessidade de uma evolução coordenada para evitar o risco de crescentes divergências entre os países membros da União, bem como sobre a contribuição que a Romênia poderá dar para o futuro da União Europeia, recorrendo à sua rica cultura, suas tradições e à importância que dá a valores como os da família. (RL)

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Papa Francisco sobre diaconato: "pioneiros de uma civilização do amor"

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Cidade do Vaticano (RV) - “Os pioneiros da nova civilização do amor.” Retomando uma frase de João Paulo II, assim o Santo Padre define os diáconos, no prefácio do volume “O diaconato no pensamento do Papa Francisco”, de Enzo Petrolino, publicado pela Livraria Editora Vaticana (Lev), apresentado na tarde desta segunda-feira (20/11) na Sala Marconi da Rádio Vaticano. 

Diáconos em saída

“Queremos ser diáconos ‘em saída’, como nos pede o Papa Francisco, do contrário, alimentamos aquele círculo vicioso no qual o diácono trabalha certamente bem dentro da Igreja, mas sem ter nenhuma visibilidade fora dela”, disse o autor do livro, que é também presidente dos diáconos da Itália.

“Esta visibilidade é necessária”, ressaltou Petrolino, para o qual “hoje se corre o risco que a diaconia da caridade seja alheia ao ministério diaconal”. “Muitas vezes os diáconos não são adequadamente formados para este ministério, que teve sua origem por uma exigência imediata: o serviço no refeitório das viúvas.”

Exercício da caridade intrínseco ao ministério diaconal

Ao invés, segundo Petrolino, o exercício da caridade “é necessário para o diácono, do contrário, torna-se engessado, trancafiado nas sacristias e clericalizado”. No âmbito das celebrações litúrgicas, recordou o autor da obra, “o serviço específico do diácono é o de levar os pobres ao altar”.

Em outras palavras, deve-se preencher  um déficit de formação: “Hoje não basta formar os diáconos com as disciplinas teológicas fundamentais, é preciso uma formação ‘ad hoc’ para os diáconos, que até então não existe”.

Criar diaconias em nossas comunidades

Petrolino deteve-se também sobre a vocação política dos diáconos, que “não são chamados à política militante, mas podem ser ativos nos sindicatos”, especificou. Muitas vezes, porém, os diáconos atuam separadamente, enquanto é necessário “um trabalho conjunto” que busque, por exemplo, “criar diaconias em nossas comunidades, como se fazia no passado especialmente em cidades como Roma”, destacou. (RL)

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Primeiro o gesto, depois a palavra: eis o pontificado de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) – O Pontificado de Papa Francisco recupera a força da mensagem evangélica através de um binômio vencedor: primeiro o gesto, depois a palavra. Segundo Pe. Rocco d’Ambrosio, professor italiano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma, é muito importante ligar as palavras de Francisco ao seu testemunho quotidiano: 

“Um homem que deixa o Palácio Apostólico para morar numa pequena pensão junto aos outros é um testemunho. Como aquele lindo testemunho na Ilha de Lesbos, junto ao Patriarca Bartolomeu e aos bispos católico e ortodoxo, quando saudou durante três horas e meia, pessoa por pessoa, os quatro mil refugiados. São os sinais de quem consegue dizer, concretamente: podemos viver das pobrezas. Os pequenos sinais constróem, então, as grandes escolhas deste Pontificado. Mas, se esse testemunho consegue chegar nas igrejas locais, essa é uma coisa mais difícil.”

O Pe. Rocco lançou um livro, disponível também em português, que questiona esse modelo de Igreja proposto pelo Papa Francisco, através de uma análise institucional. “Francisco vai conseguir?” é o título da obra que estuda os movimentos atuais para tentar entender se a reforma do Pontífice terá ou não sucesso.

“O Papa Francisco é conhecido não somente dentro da Igreja, mas consegue falar inclusive para fora dela. E como aborda temas muito importantes, que são aqueles do Concílio Vaticano II, a pergunta do livro é sobre isso: se conseguirá trabalhar nesse tipo de reforma, que naturalmente é uma continuidade aos pontificados anteriores.”

A reforma tem origem nos encontros das Congregações, feitos antes mesmo do conclave que elegeu Francisco, e é direcionada em dois importantes pontos: a referência ao Concílio Vaticano II (novo estilo de presença da Igreja no mundo, a missão, a opção preferencial pelos pobres, novo movimento ecumênico e a reforma da Cúria) e o problema dos escândalos (desde aquele pior para a Igreja, como a pedofilia, àquele da administração econômica da Santa Sé – mas também das dioceses e das Ordens Religiosas; e do “carreirismo”, a relação com o poder).

O Pe. Rocco comenta que, apesar da reforma dentro da Igreja ser evangélica, isto é, tentar nos tornar “mais fiéis ao Evangelho”, ainda existe muita resistência à inovação – como acontece em todas as instituições: de um lado por causa do tempo natural e necessário para a adaptação à mudança, do outro pelo discurso de poder, porque “quem comanda acaba colocando o dedo na ferida”.

No entanto, o coração da reforma de Papa Francisco não enaltece as resistências, mas as perspetivas e aquelas que vêm de baixo, intrínsecas inclusive nas diversas expressões usadas pelo Pontífice como “Igreja em saída”.

“Acredito que isso seja o ponto fundamental. É como se o Papa dissesse: tentemos enfrentar um problema, colocando de lado a perspetiva, isto é, os problemas econômicos, de poder, de desenvolvimento. A gente sempre viu do lado de quem comanda e tem responsabilidade. Tentemos ver esses problemas do lado de quem não há responsabilidade, lá de baixo. Gosto sempre de citar uma passagem da Encíclia Laudato Si’, em que o Papa diz: ‘quem é mais atingido pelos desastres ecológicos?’. São as pessoas pobres. E ele dá um exemplo simples: se no meu bairro a água não é boa e tenho problemas com o ambiente ao meu redor, se eu tiver condições financeiras, eu mudo de casa. Se não puder, ao contrário, vivo no bairro degradado. E do ponto de vista de quem está por baixo, dá pra se compreender muita coisa.”

Como poder agir, então? Segundo Pe. Rocco é importante começar no dia a dia, de passo em passo, e o professor nos dá o exemplo de um pároco da diocese de Roma pra entender melhor:

“Ele disse que, no início, o Papa dava um certo tipo de desconforto. Depois, acabou se questionando: ‘mas é o meu bispo, é o Papa, devo entender porque me causa desconforto’. O padre deu esse testemunho publicamente e disse que chegou a compreender esse incômodo porque colocava em cheque um modelo de Igreja que lhe era muito confortável. E o modelo de Igreja de Francisco incomoda. Então, os outros padres lhe disseram: ‘depois desse discernimento, o que o senhor fez?’. Ele disse: ‘fiz uma coisa muito simples. Convoquei o conselho econômico e pedi o que estávamos fazendo para os pobres e o que poderíamos fazer a mais por eles. Era o modo mais concreto para dizer que estava compreendendo o que o Papa dizia para mim’.”

O livro “Francisco vai conseguir? O desafio da reforma da Igreja”, de Rocco d’Ambrosio, pode ser adquirido através da Editora católica das Livrarias Paulinas (www.paulinas.org.br).

(SP/AC)

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Igreja na América Latina



Igreja colombiana se mobiliza para acolher venezuelanos

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Bogotá (RV) - Aumenta o êxodo dos venezuelanos rumo à Colômbia. Uma situação que interpela não somente as áreas de confim, começando pela cidade de Cúcuta, mas também as grandes cidades colombianas, sobretudo Bogotá.

Segundo a Agência Sir, durante uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (17/11), no âmbito do Dia Mundial dos Pobres, celebrado neste domingo (19/11), o Arcebispo de Bogotá, Cardeal Rubén Salazar Gómez, apresentou as iniciativas que a arquidiocese está colocando em prática para acolher os venezuelanos, através da Fundação para Atenção ao Migrante (Famig). As iniciativas se resumem em algumas ações importantes, como escuta, acompanhamento espiritual, ajuda humanitária imediata e acolhimento nas estruturas criadas pela Famig. 

“Pensa-se em construir um segundo centro de acolhimento e outros refeitórios”, disse o Cardeal Salazar. “Estamos criando outra Casa do Migrante, em espaços atualmente inutilizados, na Paróquia de Nossa Senhora das Dores. O número de migrantes está aumentando cada vez mais e fica difícil gerir essa situação. Todavia, faremos de tudo para aumentar as ajudas dentro dessas circunstâncias excepcionais”.

“Estamos em contato permanente com a Conferência Episcopal Venezuelana e diretamente com os bispos. Por exemplo, foi instaurada uma grande proximidade, especialmente na fronteira”, disse o purpurado, citando o caso de San Cristóbal, na Venezuela, e Cúcuta, na Colômbia.

A Arquidiocese de Bogotá criou também um centro de formação profissional, em Ciudad Kennedy, na periferia da capital, onde são oferecidos aos migrantes cursos de formação profissional em vários setores, como padaria, confeitaria, vestuário, manicure, etc. Desta forma, lhes são fornecidos os instrumentos para recriar um projeto de vida.

(MJ)

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Igreja no Mundo



Rebac: a resposta africana ao apelo do Papa pela Casa Comum

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Brasília (RV) - A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) e a Rede Eclesial da Bacia do Congo (Rebac) se reuniram em Brasília (DF) de 16 e 18 de novembro para juntas dialogar, consolidar um intercâmbio de experiências e buscar o fortalecimento recíproco.

O Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Steiner, ao acolher a delegação do Congo, enfatizou que o Brasil deve muito à cultura africana e ao espírito de solidariedade e partilha dos povos da África. E lembrou que, ao partilhar com a delegação esses dias de reunião, faz-se memória desta herança recebida.

Dom Louis Portella Mbuyu, bispo de Kinkala, no Congo-Brazzaville, ressaltou que as questões ambientais têm um impacto social, econômico e inevitavelmente espiritual na vida do povo. “Estar aqui é uma grande oportunidade. A África está presente no Brasil a partir da História. Não nos sentimos estrangeiros, sentimo-nos em casa. É uma alegria viver este momento de compartilhamento”, afirmou.

Dom Louis ressaltou admirar o engajamento da Igreja do Brasil no combate evangélico em relação aos impactos socioambientais na Amazônia. “Temos a mesma preocupação com a Bacia do Congo, precisamos dar as mãos e caminhar juntos. O Papa Francisco convida nos unirmos e viver de outra forma no planeta. Que o Senhor nos ajude a aproveitar dessa experiência. Para que juntos possamos responder ao apelo que nos faz o Papa”, observou.

O Secretário Executivo da Repam, Mauricio Lopez, expressou gratidão pela possibilidade de caminhar juntos: Rebac e Repam. “Os gritos da realidade são muito grandes e somos limitados para responder sozinhos”. Mauricio lembrou que o Papa convida a ouvir atentamente aos gritos da realidade. “A morte está acontecendo. As pessoas que estão nos territórios estão sofrendo muito pelos interesses de poucos que estão explorando recursos naturais. É um apelo a olhar para além das estruturas e limites e responder juntos”.

A assessora de Imprensa da Repam, Irmã Osnilda Lima, perguntou a Dom Antonio Mario da Silva, bispo de Roraima (RR), qual foi a importância do encontro destas duas Igrejas. Ouça a sua resposta: 

Rebac

A Rede Eclesial do Congo (Rebac) nasceu em novembro de 2015 e tem por objetivo principal ser uma voz no cuidado do entorno natural da Bacia do Rio Congo, buscando sensibilizar e incrementar o conhecimento e a compreensão sobre as mudanças climáticas, o compromisso na luta contra seus efeitos, a proteção da biodiversidade, a promoção de um modelo sustentável e o diálogo com outras redes internacionais. A entidades fundadoras da Rebac são: a Comissão de Justiça, Paz e Desenvolvimento, Caritas África, Simpósio de Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam) e o Apostolado Social Jesuíta no Continente Africano.

O Rio Congo é o segundo maior rio da África depois do Nilo, e o sétimo do mundo, com uma extensão total de 4.700 quilômetros. É o primeiro da África e o segundo do mundo em volume de água.

Repam

A Rede Eclesial Panamazônica (Repam), foi fundada em setembro de 2014. Entidades fundadoras: Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Secretariado da América Latina e Caribe de Caritas (SELACC), Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR). 

A Rede abrange os nove países do bioma amazônico: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Seu objetivo é consolidar e fortalecer a ação evangelizadora da Igreja Católica na região amazônica, ouvindo os clamores dos povos, articulando, apoiando e visibilizando iniciativas de defesa da vida humana e da biodiversidade, possibilitando o intercâmbio de saberes e ações caracterizando um trabalho em rede.

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Formação



Diocese de Coroatá - MA: em estado permanente de saída missionária

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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” com a participação estes dias do bispo da Diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Coêlho, desde 2010 à frente desta Igreja particular do nordeste do Maranhão

Após ter-nos apresentado sua diocese traçando um quadro socioeconômico e geográfico da mesma, na edição de hoje nosso convidado nos responde sobre como se tem vivido na realidade da eclesial desta circunscrição eclesiástica o espírito pastoral – oriundo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe – de discípulos missionários proposto pela “Missão Continental”.

Inicialmente, Dom Sebastião diz-nos que a Diocese de Coroatá abraçou plenamente a Conferência de Aparecida, tendo aprovado em seu Plano de Pastoral “ser uma Igreja em saída” missionária, comprometida com os últimos da nossa sociedade.

Ademais, destaca a experiência assumida precedentemente das “Santas Missões Populares”, há 20 anos, configurando-se uma diocese em estado permanente de missão. Evidencia também a preocupação da diocese com a formação dos leigos, os quais estão cada vez mais descobrindo a missão do Batismo, que leva “a um compromisso concreto a testemunhar Jesus Cristo em todos os lugares da sociedade”. Vamos ouvir (ouça clicando acima).

(RL)

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Atualidades



ONU: México trate povos indígenas com igualdade e respeito

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Genebra (RV) – Retornando a Genebra depois de realizar uma visita oficial ao México, a relatora da ONU sobre Direitos Humanos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli, recomendou ao governo mexicano para entreter relações igualitárias e respeitosas com os povos indígenas e terminar com o ‘sério esquema’ de abusos de seus direitos humanos.

Respeitar patamares de igualdade

“Reconheço e elogio o apoio do México ao impulsionar a agenda indígena em foros internacionais, mas este compromisso deve ser coerente e se refletir na aplicação de patamares de respeito. O governo deve adotar medidas decisivas para mostrar um verdadeiro compromisso no cumprimento dos direitos dos povos indígenas”.

“Isto poderia gerar as condições necessárias para um diálogo sustentável e inclusivo com os povos indígenas, tratar de todas as questões pendentes, estabelecer a confiança e criar uma nova relação entre povos indígenas e Estado  baseada em igualdade, respeito e não-discriminação”.

Durante sua missão, a Relatora Especial se encontrou com mais de 200 pessoas de 23 diferentes grupos indígenas – metade das quais, mulheres – provenientes de 18 estados do México. 

“À medida que integrantes de povos indígenas iam compartilhando comigo seus problemas e suas histórias, pude identificar um sério standard de exclusão e discriminação que se reflete na falta de acesso à justiça, entre outras violações”, acrescentou a especialista da ONU.

“Outro problema sério que me foi apresentado é o fato que os povos indígenas não estão sendo apropriadamente consultados sobre projetos e outras decisões que afetam seus direitos, como o direito à vida”.

Victoria Tauli visitou, além de Cidade do México, os estados de Chiapas, Chihuahua e Guerrero. O relatório com as conclusões da visita será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2018.

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