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Sumario del 01/12/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Papa e Santa Sé



Papa ordena 16 sacerdotes em Missa com 100 mil fiéis em Daca

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Daca (RV) – “Seja o vosso ensino alimento para o povo de Deus, e o vosso viver motivo de alegria para os fiéis de Cristo, para edificardes, pela palavra e pelo exemplo, a casa que é a Igreja de Deus”. 

Na única Missa pública a ser celebrada em Bangladesh, o Papa Francisco ordenou 16 novos sacerdotes. 100 mil fiéis participaram da celebração, segundo as autoridades. A pequena comunidade católica neste país de maioria muçulmana é de 500 mil pessoas, 0,2% da população.

Dez dos novos sacerdotes são diocesanos, um é dos Oblatos de Maria e 5 são da Congregação da Santa Cruz. Em preparação a este momento, os ordenandos participaram de 14 a 20 de novembro de um retiro de oração. 

Todos os 16 diáconos estudaram no Seminário Maior do Espírito Santo, único seminário de Bangladesh, e que atualmente acolhe 400 estudantes, uma situação contra a tendência em relação ao panorama ocidental e europeu, onde se verifica uma diminuição das vocações religiosas.

A homilia - tirada do Rito para Ordenação dos presbíteros – foi pronunciada em italiano, com tradução simultânea em bengali nos telões espalhados pelo Suhrawardy Udyan Park.

O local era um antigo hipódromo, onde o “Pai da Nação”, o Xeique Mujibur Rahman, pronunciou um discurso histórico antes da guerra de 1971. Ali se deu a rendição do exército do Paquistão. Veja aqui as imagens do local:

A homilia

“No momento em que estes nossos filhos, que são familiares e amigos vossos, vão entrar na Ordem dos presbíteros, ponderai com atenção o grau do ministério a que eles são elevados”, disse o Papa em sua homilia.

“O nosso grande Sacerdote, Jesus Cristo, escolheu alguns discípulos para desempenharem na Igreja, em seu nome, o ministério sacerdotal em favor dos homens”.

“Os presbíteros – explicou o Santo Padre -  são constituídos cooperadores dos Bispos e, associados a eles na missão sacerdotal, são chamados ao serviço do povo de Deus”.

Eles serão ordenados “para o sacerdócio na Ordem dos presbíteros, para servirem a Cristo, Mestre, Sacerdote e Pastor, por cujo ministério o seu Corpo, que é a Igreja, cresce e se edifica como templo santo e povo de Deus”.

Eles serão consagrados “como verdadeiros sacerdotes da Nova Aliança para anunciarem o Evangelho, apascentarem o povo de Deus e celebrarem o culto divino, principalmente no sacrifício do Senhor”.

Múnus de ensinar

Vocês que irão entrar na Ordem dos Presbíteros – disse o Papa dirigindo-se aos ordenandos - exercereis, no que vos compete, o sagrado múnus de ensinar em nome de Cristo, nosso Mestre:

“Distribuí a todos a palavra de Deus que vós mesmos recebestes com alegria. Meditando na lei do Senhor, procurai crer o que ledes, ensinar o que credes e viver o que ensinais. Seja o vosso ensino alimento para o povo de Deus, e o vosso viver motivo de alegria para os fiéis de Cristo, para edificardes, pela palavra e pelo exemplo, a casa que é a Igreja de Deus”.

Múnus de santificar

Vocês também exercerão o múnus de santificar, completou Francisco, explicando::

“Pelo vosso ministério se realiza plenamente o sacrifício espiritual dos fiéis, unido ao sacrifício de Cristo, que, juntamente com eles, é oferecido pelas vossas mãos sobre o altar, de modo sacramental, na celebração dos santos mistérios. Tomai, pois, consciência do que fazeis, imitai o que realizais. Celebrando o mistério da morte e da ressurreição do Senhor, esforçai-vos por fazer morrer em vós todo o mal e por caminhar na vida nova”.

“Lembrai-vos – disse o Papa -  de que fostes assumidos de entre os homens e postos ao serviço dos homens nas coisas que são de Deus. Realizai, pois, com verdadeira caridade e alegria constante, o ministério de Cristo Sacerdote, não procurando os vossos interesses, mas sim os de Jesus Cristo.

Ao exercer, na parte que vos compete, o ministério de Cristo – Francisco -  “procurai, filhos caríssimos, unidos e atentos ao Bispo, congregar os fiéis numa só família, a fim de poderdes conduzi-los a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Trazei sempre diante de vós o exemplo do Bom Pastor que veio não para ser servido mas para servir e para buscar e salvar o que estava perdido”.

Orar pelos sacerdotes

Ao concluir a leitura da homilia, o Papa dirigiu-se de forma espontânea aos fiéis bengaleses, fazendo um pedido:

“Agora me dirijo a vocês, queridos irmãos e irmãs, que vieram a esta grande festa, a esta grande festa de Deus na ordenação destes irmãos sacerdotes. Sei que muitos de vocês vieram de longe, com uma viagem de mais de dois dias. Obrigado por esta generosidade! Isto mostra o amor que vocês têm pela Igreja, isto mostra o amor que vocês têm por Jesus Cristo. Muito obrigado! Muito obrigado pela generosidade de vocês, muito obrigado pela fidelidade de vocês! Sigam em frente, com o Espírito das Bem-aventuranças.

 E hoje, faço uma recomendação a vocês: rezem sempre pelos seus sacerdotes, especialmente por estes que hoje receberão o Sacramento da Ordem sacra. Que o povo de Deus apoie os sacerdotes com a oração. É responsabilidade de todos apoiar os sacerdotes.

Alguém de vocês poderia me perguntar: “Mas, padre, como se faz para apoiar um sacerdote?”. Confiem em sua generosidade. O coração generoso que vocês têm dirá como apoiar os sacerdotes. Mas o primeiro sustento do sacerdote é a oração. O povo de Deus – isto é, todos – apoia o sacerdote com a oração. Não se cansem nunca de rezar pelos seus sacerdotes. Eu sei que vocês farão isto. Muito obrigado! E agora, continuemos o rito de Ordenação destes diáconos que serão os vossos sacerdotes. Obrigado”.

Antes de conceder a Bênção final, o Papa foi saudado pelo cardeal Arcebispo de Daca, Dom Patrick D’Rozario.

Ao sair da Sacristia, o Papa Francisco saudou brevemente os Cardeis e Bispos da região.

 

 

 

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Papa: "Pobres e refugiados, primeira opção da Igreja"

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Daca (RV) – Na capital bengalesa,  nesta sexta-feira (01/12), o Papa Francisco tem um dia repleto de compromissos: à tarde, depois de visitar a Catedral de Santa Maria, no centro de Daca, foi à casa para sacerdotes idosos que faz parte do complexo e ali se encontrou com os dez bispos do país. Recebeu uma saudação formal do Cardeal Patrick D’Rozario, Presidente da Conferência Episcopal e arcebispo de Daca, e em seguida, fez o seu discurso. 

Francisco começou mencionando a sua experiência pessoal em Aparecida (SP), quando em 2007 foi lançada a Missão Continental na América do Sul, e a realidade da comunhão, espírito de colegialidade e apoio mútuo que caracteriza a Igreja em Bangladesh.

O Papa prosseguiu pedindo que os bispos demonstrem uma proximidade maior aos fiéis leigos, promovendo a sua real participação na vida das Igrejas particulares e frisando a importância de garantir que as vocações para o sacerdócio e a vida religiosa sejam bem preparadas. 

Enalteceu ainda a atividade social realizada pela Igreja em prol das famílias, o empenho na promoção das mulheres, e antes de tudo, a opção pelos pobres indicada no Plano Pastoral: A Comunidade católica no Bangladesh pode orgulhar-se da sua história de serviço aos pobres, especialmente nas áreas mais remotas e nas comunidades tribais, mencionou.

Neste país onde a diversidade étnica reflete a diversidade das tradições religiosas, o Papa ressaltou aos bispos a importância de sua participação na reunião inter-religiosa e ecumênica (prevista para imediatamente depois deste encontro). E convidou os bispos a trabalhar incessantemente por construir pontes e promover o diálogo, porque - segundo o Papa - estes esforços não só facilitam a comunicação entre diferentes grupos religiosos, mas despertam também as energias espirituais necessárias para a obra de construção da nação na unidade, na justiça e na paz.

Quando os líderes religiosos se pronunciam publicamente, a uma só voz, contra a violência revestida de religiosidade e procuram substituir a cultura do conflito pela cultura do encontro, prestam um serviço inestimável ao futuro dos seus países e do nosso mundo, ensinando aos jovens o caminho da justiça”, afirmou.

O Papa terminou pedindo “que o Espírito Santo conceda ‘a todos nós’ a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o tempo e lugar, mesmo contracorrente”.  

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Papa: cultura do encontro, diálogo e colaboração a serviço da família humana

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Daca (RV) - Realizou-se, nesta sexta-feira (1º/12), no Arcebispado de Daca, Bangladesh, o encontro inter-religioso e ecumênico pela paz, no âmbito da 21ª viagem apostólica do Papa Francisco. 

Antes do discurso do Pontífice, houve danças tradicionais, hinos, a saudação do Arcebispo de Daca, Cardeal Patrick D'Rozario, e de cinco representantes das comunidades religiosas e da sociedade civil, e também o canto pela paz. “O desejo de harmonia, fraternidade e paz encarnado nos ensinamentos das religiões do mundo”, caracterizou esse momento.

O Papa agradeceu ao Cardeal D'Rozario, suas amáveis palavras de boas-vindas e a todos que o acolheram calorosamente em nome das comunidades muçulmana, hinduísta, budista e cristã, e da sociedade civil. Francisco agradeceu ao Bispo anglicano de Daca, às várias comunidades cristãs e a todos aqueles que tornaram possível este encontro.

“O nosso encontro, que reúne os representantes das diversas comunidades religiosas deste país, constitui um momento muito significativo da minha visita a Bangladesh. Reunimo-nos para aprofundar a nossa amizade e para expressar o desejo comum do dom duma paz genuína e duradoura”, disse o Pontífice em seu discurso.

“Que o nosso encontro desta tarde seja um sinal claro dos esforços empreendidos pelos líderes e seguidores das religiões presentes neste país para viverem juntos no respeito mútuo e na boa vontade. Em Bangladesh, onde o direito à liberdade religiosa é um princípio fundamental, que este compromisso seja um apelo respeitoso, mas firme, a quem procura fomentar divisão, ódio e violência em nome da religião.”

Segundo o Papa, “constitui um sinal particularmente reconfortante dos nossos tempos o fato de os fiéis e pessoas de boa vontade se sentirem cada vez mais chamados a cooperar na formação duma cultura do encontro, diálogo e colaboração a serviço da família humana. Isto requer mais do que simples tolerância; estimula-nos a estender a mão ao outro numa atitude de mútua confiança e compreensão, para construir uma unidade que considere a diversidade, não como ameaça, mas como potencial fonte de enriquecimento e crescimento. Anima a exercitar-nos na abertura do coração, para ver os outros como um caminho e não como um obstáculo.”

A seguir, Francisco citou algumas características essenciais dessa «abertura do coração», condição para uma cultura do encontro.

A primeira, é uma porta. “Não é uma teoria abstrata, mas uma experiência vivenciada. Permite-nos empreender, não um mero intercâmbio de ideias, mas um diálogo de vida. Requer boa vontade e acolhimento, mas não deve ser confundida com a indiferença ou a hesitação em expressar as nossas convicções mais profundas. Comprometer-se frutuosamente com o outro significa partilhar as nossas diferentes identidades religiosas e culturais, mas sempre com humildade, honestidade e respeito.”

Segundo o Papa, “a abertura do coração é semelhante também a uma escada que alcança o Absoluto. Ao lembrar esta dimensão transcendente da nossa atividade, damo-nos conta da necessidade de purificar os nossos corações, para podermos ver todas as coisas na sua verdadeira perspectiva. Passo a passo, tornar-se-á mais clara a nossa visão e receberemos a força para perseverar no compromisso de compreender e valorizar os outros e o seu ponto de vista. Assim, encontraremos a sabedoria e a força necessárias para estender a todos a mão da amizade”.

Por fim, “a abertura do coração é também um caminho, que leva à busca da bondade, justiça e solidariedade. Induz a procurar o bem do nosso próximo. Assim exortou São Paulo, em sua carta aos cristãos de Roma: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem». Trata-se de um sentimento que todos nós podemos imitar. A solicitude religiosa pelo bem do nosso próximo, que brota dum coração aberto, flui como um grande rio, irrigando as terras áridas e desertas do ódio, da corrupção, da pobreza e da violência que lesa imensamente as vidas humanas, divide as famílias e desfigura o dom da criação.”

Segundo Francisco, “as várias comunidades religiosas de Bangladesh abraçaram de modo particular este caminho no compromisso pelo cuidado da terra, nossa casa comum, e na resposta aos desastres naturais que afligiram a nação nos últimos anos. Penso também na manifestação coletiva de pesar, oração e solidariedade que se seguiu ao trágico desabamento do Rana Plaza, que permanece gravado na mente de todos. Nestas expressões, vemos como o caminho da bondade leva à cooperação no serviço aos outros”.

“Um espírito de abertura, aceitação e cooperação entre os fiéis não é simplesmente mais uma contribuição para uma cultura de harmonia e de paz; é o seu coração pulsante. Quanto necessita o nosso mundo que este coração bata com força, para contrastar o vírus da corrupção política, as ideologias religiosas destrutivas, a tentação de fechar os olhos às necessidades dos pobres, dos refugiados, das minorias perseguidas e dos mais vulneráveis! Quanta abertura é necessária para acolher as pessoas ao nosso redor, especialmente os jovens que às vezes se sentem sozinhos e confusos na busca do sentido da vida!”

O Papa concluiu o seu discurso, agradecendo aos líderes religiosos pelos esforços na promoção da cultura do encontro, e reza para que todos os fiéis possam ser ajudados a crescer na “sabedoria e na santidade e a colaborarem na construção de um mundo cada vez mais humano, unido e pacífico”.

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Papa a Rohingyas: peço-vos perdão em nome de quem vos perseguiu

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Daca (RV) - A vossa tragédia é muito dura e dolorosa, mas vos damos espaço no coração. Em nome de todos aqueles que vos perseguiram, que vos fizeram mal, peço perdão. Com essas palavras, o Papa Francisco dirigiu-se esta sexta-feira (01/12) em Bangladesh a um grupo de refugiados Rohingya, 16 pessoas que fugiram de Mianmar. O Santo Padre as recebeu ao término do encontro inter-religioso e ecumênico em favor da paz realizado na capital Daca. 

Também estes irmãos e irmãs são a imagem do Deus vivo. Uma tradição de vossa religião diz que Deus pegou a água e jogou sal nela, a alma dos homens. Todos trazemos o sal de Deus dentro de nós. Também estes irmãos e irmãs.

Faço apelo ao vosso grande coração a fim de que seja capaz de conceder-nos o perdão que pedimos, disse o Pontífice falando diretamente a eles espontaneamente, ou seja, sem um texto previamente preparado.

Continuemos fazendo-nos próximos deles a fim de que seus direitos sejam reconhecidos. Não fechemos o nosso coração, não desviemos o olhar para o outro lado. A presença de Deus hoje se chama também Rohingya. Cada um tem a sua resposta, concluiu Francisco.

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Daca: Papa pede a fiéis para evangelizarem com o testemunho

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Daca (RV) - Após o encontro na sede da Nunciatura Apostólica de Daca com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina, o Papa Francisco transferiu-se para Ramma, distante 10 km, sede do Arcebispado.

O Arcebispado de Daca é um complexo que inclui a Catedral, a Casa para Sacerdotes idosos e o Seminário e a residência do Arcebispo.

O Cardeal Patrick D’Rozario, Arcebispo de Daca, acolheu o Papa no pátio, acompanhando-o até a Catedral.

No caminho, Francisco abençoou as placas comemorativas das 3 visitas papais a Daca: Paulo VI, em 27 de novembro de 1970 – quando Bangladesh ainda fazia parte do Paquistão; São João Paulo II, em 19 de novembro de 1986 e agora Francisco.

O Papa também abençoou dois novos prédios que serão destinados aos idosos e sacerdotes e saudou 20 membros do Comitê organizador da viagem.

Ao chegarem à Catedral, construída em 1956 na região central de Daca, o Papa e o Cardeal foram acolhidos pelo Pároco, por um sacerdote e por uma religiosa.

No templo, estavam presentes 700 fiéis e benfeitores. 

Evangelizar com o testemunho

“Ai de mim se não evangelizar!”. Com esta frase do Apóstolo dos Gentios, o Papa Francisco dirigiu-se em espanhol aos presentes – líderanças cristãs, leigos que se dedicam ao Reino de Deus –  dizendo que devemos viver o Evangelho “como uma graça, como um tesouro, e o recebemos gratuitamente”.

“Temos que pedir ao Senhor que nos dê a graça de sentir a mesma coisa que sentia Paulo, exortou Francisco. Sentir este fogo, esta ânsia no coração para evangelizar”.

“Não se trata de fazer proselitismo – advertiu – não! A Igreja, Reino de Deus, não cresce com proselitismo, cresce com testemunho. Trata-se de mostrar com a palavra e a vida o tesouro que nos foi dado. Isso é evangelizar. Eu vivo isto, vivo esta palavra, e que os outros vejam isto, porém, não fazer proselitismo”.

“Atrevo-me a pedir a vocês um favor – disse Francisco: custodiem o tesouro que Deus nos deu no Evangelho, e a melhor maneira de custodiá-lo é a graça de Deus. Por isto peço a vocês que rezem muito, rezem muito para que venha esta graça e ajude a cuidar do tesouro”.

Recebemos de graça este tesouro e devemos dá-lo aos demais gratuitamente, disse o Papa ao concluir, convidando todos para rezarem juntos a oração do Pai Nosso.

Ao final, concedeu a todos a Bênçao Apostólica, pedindo: “não esqueçam de rezar por mim”.

Após uma oração silenciosa na Capela do Santíssimo, o Papa rezou no túmulo dos três precedentes Ordinários de Daca, sepultados no lado externo da Catedral.

Após, teve o encontro com os 10 bispos de Bangladesh.

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Papa encontra Primeira Ministra de Bangladesh

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Daca (RV) - O primeiro compromisso do Papa Francisco na tarde desta sexta-feira foi o encontro com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina, na Nunciatura Apostólica em Daca.

Nascida em 1947, é filha do “Pai da Nação”, o Xeique Mujibur Rahman.

Em 1968 casou-se com o renomado cientista nuclear M. Wazed Miah. Formou-se na Faculdade de Letras na Universidade de Daca em 1973.

Eleita vice-Presidente da União Estudantil do “Eden Girls College”, participou ativamente das revoltas populares de 1969.

Em 15 de agosto de 1975 toda a família do Xeique Mujibur foi assassinada pelo exército rebelde. Ela e sua irmã, por estarem em visita à Alemanha Ocidental, sobreviveram ao massacre.

Foi eleita Presidente da Liga Awami enquanto estava no exílio.

Em 1986 tornou-se líder da oposição no Parlamento. Em 23 de junho de 1996 assume o cargo de Primeira Ministra, cargo renovado em 2008 e 2014. É viúva e tem dois filhos.

 

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Vídeo-mensagem do Papa: "Participação dos leigos na política"

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco enviou uma Vídeo-mensagem aos participantes do Encontro, que se realiza em Bogotá, a partir desta sexta-feira até o próximo domingo (01-03/11), que tem como tema: “Participação dos Leigos católicos na vida política”. Este encontro é promovido pela Comissão para a América Latina (CAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM). 

O Papa inicia sua Mensagem com uma citação dos seus Predecessores, que se referiam à política como uma “alta forma de caridade”, ou seja, um serviço inestimável de dedicação ao bem comum da sociedade.

De fato, frisa o Papa, “a política é, antes de tudo, serviço”, não de ambições e interesses pessoais ou de prepotência de facções nem de autocracia e totalitarismos. Sabemos - recordou – que “Jesus veio para servir e não para ser servido”. Seu exemplo deve ser seguido também pelos políticos.

Trata-se de um serviço, - explicou Francisco – que, às vezes, requer sacrifício e dedicação dos políticos, a ponto até de serem considerados “mártires” do bem comum.

O ponto de partida deste serviço, que requer constância, esforço e inteligência, - destacou o Papa – é o bem comum, visto como instrumento de crescimento, de direito e de aspirações das pessoas, das famílias e da sociedade em geral.

É claro que o serviço não deve se contrapor ao poder, mas o poder deve tender ao serviço, para não haver degeneração. Por isso, é preciso cultivar o verdadeiro senso interior da justiça, do amor e do serviço.

Por outro lado, disse o Pontífice, “sentimos a necessidade de reabilitar a dignidade da política”. Aqui, referindo-se à América Latina, o Papa recordou o grande descrédito popular em relação à política e aos partidos políticos, por causa da corrupção, como também a falta de formação e inclusão de novas gerações políticas, para prestar, com paixão, serviço aos povos.

Há necessidade – insistiu o Papa - de novas forças políticas, que brilhem pela sua ética e cultura; que façam uso do diálogo democrático; que conjuguem a justiça com a misericórdia e a reconciliação; que sejam solidárias com os sofrimentos e esperanças dos povos latino-americanos.

Neste sentido, Francisco exclamou: “Quanto precisamos, hoje, na América Latina, de uma política boa e nobre! Quanto precisamos de protagonistas!” E continuou: “O Continente latino-americano precisa de defesa do dom da vida, em todas as suas fases e manifestações; precisa de crescimento industrial e tecnologia sustentável; precisa de políticas corajosas para enfrentar o desafio da pobreza, da desigualdade, da exclusão e do subdesenvolvimento”.

Entre outras coisas, o Papa citou ainda a falta de uma educação integral e o restabelecimento do tecido familiar e social; de uma nova cultura do encontro e de uma democracia madura, que possa combater a corrupção, as colonizações ideológicas; de maior cuidado com a nossa Casa comum; de uma maior integração econômica, cultural e política; e de respeito dos direitos humanos, da paz e da justiça.

Em sintonia com o tema central destes três dias de encontro em Bogotá, Francisco citou o trecho conclusivo do Documento de Aparecida, sobre uma das grandes preocupações do Episcopado Latino-americano: “A grande ausência, no âmbito político, de vozes e iniciativas de líderes católicos, de personalidade forte e de dedicação generosa, que sejam coerentes com suas convicções éticas e religiosas”.

Na verdade, os Bispos do Continente latino-americano quiseram inserir esta observação referindo-se a uma maior necessidade de “discípulos e missionários na vida política”. Não há dúvida, - acrescentou o Santo Padre - que são muitos os testemunhos de católicos exemplares na cena política, mas deve-se, ainda mais, abrir alas para o Evangelho na vida política das nações.

Isto, porém, não quer dizer proselitismo, - esclareceu o Papa -. Ao contrário, a contribuição cristã para a ação política é dada com a missão peculiar dos leigos católicos, no âmbito social, segundo os critérios evangélicos e o patrimônio da Doutrina Social da Igreja.

A este respeito, o Papa Francisco havia escolhido, para a precedente Assembleia Plenária da CAL, precisamente o tema: “O indispensável compromisso dos leigos católicos na vida pública dos países latino-americanos”.

O Santo Padre concluiu sua vídeo-mensagem exortando aos leigos católicos a não permanecerem indiferentes na vida pública. Neste sentido, a Igreja caminha ao seu lado, com suas diretrizes em prol da dignidade humana, animando e promovendo a caridade e a fraternidade, o desejo do bem, da verdade e da justiça.

Por fim, referindo-se, de modo particular, aos participantes neste encontro de Bogotá, Francisco os adverte a um diálogo sincero e a falar com liberdade. Deste diálogo comum poderão nascer elementos iluminantes e orientadores para a missão da Igreja em nossos dias. (MT)

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Papa: serviço vocacional deve ser visto como alma de toda evangelização

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de Raimundo de Lima

Cidade do Vaticano (RV) - “Não se pode esquecer que o Senhor chama cada um pelo nome, com a sua história, e a cada um oferece e pede um caminho pessoal e intransferível em sua resposta vocacional.” Foi o que disse o Papa Francisco na mensagem esta sexta-feira (01/12) aos cerca de 800 participantes do Congresso sobre a pastoral vocacional reunidos no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum de Roma, organizado pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. 

Tendo agradecido ao Dicastério vaticano pela iniciativa sobre a “Pastoral vocacional e vida consagrada. Horizonte e esperanças”, Francisco evidencia que esta quer ser uma contribuição para o próximo Sínodo dos Bispos que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Oferecendo enriquecedores pontos de reflexão, o Santo Padre apresenta algumas convicções sobre a pastoral, aqui acenadas suscintamente. A primeira é a de que falar de pastoral vocacional é afirmar que toda ação pastoral da Igreja é orientada, por sua própria natureza, ao discernimento vocacional, enquanto seu objetivo último é ajudar o fiel a descobrir o caminho concreto para realizar o projeto de vida ao qual Deus o chama. “O serviço vocacional deve ser visto como a alma de toda a evangelização e de toda a pastoral da Igreja”, afirma o Papa.

Uma segunda convicção é de que a pastoral vocacional deve ter seu “húmus” mais adequado na pastoral da juventude. Pastoral juvenil e pastoral vocacional devem caminhar de mãos dadas. “A pastoral vocacional se apoia, surge e se desenvolve na pastoral juvenil”, acrescenta.

Uma terceira convicção é de que a oração deve ocupar um lugar muito importante na pastoral vocacional. O Senhor diz isso muito claramente, recorda Francisco: “Pedi ao Senhor da messe que mande operários para trabalhar na sua messe” (Mt 9,38).

Em seguida, o Pontífice passa a apresentar alguns desafios que considera importantes. Um primeiro é o da confiança. “Confiança nos jovens e confiança no Senhor”, precisa. Confiança nos jovens, porque há muitos jovens que, mesmo pertencendo à geração “selfie” ou a esta cultura que, mais que “fluida” parece “gasosa”, buscam um sentido pleno para a sua vida, mesmo se nem sempre procuram-no onde podem encontrar.

Ademais, prossegue, confiança no Senhor, certos de que Ele continua suscitando no Povo de Deus vocações para o Serviço do Reino. É preciso vencer a tentação fácil que leva a pensar que em certos âmbitos não é mais possível suscitar vocações.

A esse ponto, o Papa é categórico: “Todo tempo da história é tempo de Deus, inclusive o nosso, porque seu Espírito sopra onde quer, como quer e quando quer (Jo 3,8). Toda e qualquer estação pode ser um ‘kairós’ para colher a plantação.

Outro desafio apresentado pelo Santo Padre é a lucidez. “É necessário ter um olhar perspicaz e, ao mesmo tempo, um olhar de fé sobre o mundo, e em particular sobre o mundo dos jovens.

Um último desafio acenado é a convicção. Francisco afirma que “para propor hoje a um jovem o ‘vem e segue-me’ (Jo1,39) é preciso audácia evangélica; “a convicção de que o seguimento a Cristo, também na vida consagrada, vale a pena, e que a doação total de si à causa do Evangelho é algo belo e maravilhoso que pode dar um sentido a toda uma vida”.

Fazendo ressoar palavras do Beato Paulo VI na Evangelii nuntiandi, o Papa recorda que “o jovem, como todos nossos contemporâneos, não crê tanto nos mestres, quer, ao invés, ver testemunhar de Cristo”.

Francisco conclui afirmando que duas coisas lhe parecem claras no tema da pastoral vocacional e da vida consagrada: “A primeira é que não existem respostas mágicas e a segunda é que se está pedindo à vida consagrada, como de resto a toda a Igreja, uma verdadeira ‘conversão pastoral’, não só de linguagem, mas também de estilo de vida, se quiser conectar-se com os jovens para propor-lhes um caminho de fé e fazer-lhes uma proposta vocacional”.

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Igreja no Brasil



Justiça para o martírio do Irmão Vicente Cañas

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De Cristiane Murray

Cuiabá (RV) - Ronaldo Osmar, ex-delegado da Polícia Civil de Juína, acusado de agenciar a morte de Vicente Canãs em abril de 1987 foi condenado pelo tribunal do júri a 14 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.

Não é coincidência que um homem magro, barbudo, tenha sido martirizado pela demarcação das terras indígenas. A história se repete há mais de dois mil anos”. Vicente Canãs, missionário espanhol que se fez Enawenê Nawê, estava nu quando foi covardemente assassinado. Nu vai além da condição de unicamente despido. No sentido figurativo da afirmação, encontrava-se sem nenhuma proteção. Vitimado por uma emboscada arquitetada pela ganância. A morte de Jesus foi confirmada com uma perfuração no abdômen pela lança de um soldado romano.

Conheça aqui a vida de Irmão Vicente:

É uma causa da sociedade, de justiça e memória”, sustentou Ricardo Pael, procurador do Ministério Público Federal. “A importância desse julgamento vai além do Brasil e do Mato Grosso. Esse júri faz memória da história de colonização do Brasil, que foi violenta. A polícia do local do assassinato, responsável pela investigação, omitiu sua função. Desconsiderou a história de violência e a realidade. Nenhum fazendeiro foi inquerido na época”.

Terras indígenas eram cobiçadas

As terras dos Enawenê Nawê eram desejadas por fazendeiros e madeireiros e viam em Vicente uma ameaça, uma força aos indígenas que pediam para demarcação. Contudo, mesmo sabendo disso, nenhum fazendeiro foi investigado”, afirmou Pael, procurador federal.

O réu intermediou os interesses dos fazendeiros. Agiu para eliminar o empecilho dos interesses fazendeiros. Além de arregimentar o grupo que assassinou, orientou como proceder”, continuou o procurador. “Se utilizavam da força da polícia para cometer crimes”. Eram recorrentes as conversas que rondavam na região de Juína sobre o pedido de extradição do Vicente por parte de fazendeiros e madeireiros.

Cañas cumpriu o chamado profético de denunciar as injustiças, a morosidade nas demarcações, a invasão de terras indígenas. Pôs em evidência os gemidos da periferia e por isso é mártir da demarcação dos Enawenê Nawê. As galileias modernas são outras, contudo, consistem as vítimas que ousam as denunciar. 

Pe. Paulo Suess

Para o teólogo Pe. Paulo Suess, "a morte de Vicente não pode ser revertida, mas 'matar é um crime'. Ouça: 

A justiça tarda, mas é preciso que seja feita. O julgamento demonstra que não tudo é possível. Que os índios, mesmo tarde, tem ao menos proteção no Ministério Público federal ou regional. O CIMI também foi atrás, com a sua advogada, não para reverter esta morte, mas para dizer que nós somos a favor da vida, também dos missionários, dos índios, das lideranças que foram assassinados... tantos, nestes anos, e que o assassinato é crime – que seja dito isso – e que o assassinato do Vicente Canãs foi um crime”, isto é importante.

O Conselho Indigenista Missionário, CIMI, emitiu uma nota de esperança:

"Num contexto caracterizado pelo crescimento exponencial das ameaças aos direitos e à vida de lideranças indígenas e agentes indigenistas, a condenação em questão serve como uma luz a mostrar que o caminho da impunidade pode ter um limite. Consideramos que a decisão do júri popular realizado na Justiça Federal de Cuiabá (MT) servirá como forte instrumento político inibidor de novos casos de assassinatos de defensores de direitos humanos naquele estado e nas demais regiões do Brasil".

Confira a íntegra da nota aqui.

 

 

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Igreja no Mundo



Encontrado vivo padre desaparecido em Bangladesh

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Dacca (RV) - Padre Walter William Rosario, sacerdote católico desaparecido desde o início desta semana em Bangladesh foi encontrado vivo a cerca de 300 km de Bonpara, onde se encontrava para visitar uma igreja.

Segundo o delegado de polícia Shahriar Khan, Pe. Walter William Rosario foi encontrado em um ponto de ônibus no distrito de Sylhet. Um grupo de agentes está no local para levá-lo de volta para casa.

“A polícia deve agora interrogá-lo para esclarecer a razão e o contexto de seu desaparecimento”, acrescentaram os investigadores.

Padre Rosario, 40 anos, sacerdote em Jonail, foi visto pela última vez em Bonpara, 130 km da capital, Daca. Seu desaparecimento, ocorrido um dia antes da visita do Papa a Bangladesh, causou muita preocupação na comunidade católica do país, de maioria muçulmana. 

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