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Sumario del 02/12/2017

Papa e Santa Sé

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa Francisco despede-se de Bangladesh

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Daca (RV) – Ao despedir-se de Bangladesh neste sábado, o Papa Francisco concluiu a 21ª Viagem Apostólica internacional de seu Pontificado.

O Pontífice foi recebido no Vip Lounge do Aeroporto Internacional de Daca pelo Ministro do Exterior, com quem manteve um encontro de poucos minutos, enquanto o séquito papal embarcava.

O Santo Padre foi o último a embarcar no voo B777/BIMAN da Bangladesh Airlines, que decolou às 17h10min (hora local) com destino ao Aeroporto Fiumicino, em Roma, onde deverá chegar por volta das 23 horas (horário italiano).

O Pontífice havia partido de Roma na noite de domingo, 26 de novembro, chegando no início da tarde de segunda-feira ao Aeroporto Internacional de Yangun, Mianmar, primeira etapa de sua viagem, concluída no início da tarde de quinta-feira, quando partiu para Daca, capital de Bangladesh.

 

 

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Encontro com os jovens conclui viagem do Papa a Bangladesh

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Daca (RV) –  “Finalmente nos encontramos!”. Assim como em Mianmar, foi com os jovens que Francisco concluiu sua visita a Bangladesh, a 3ª visita ao sudeste asiático.

O encontro estava marcado para o Notre Dame College, de Daca, fundado pela Congregação da Santa Cruz em 1949. Aberto a estudantes de todas as Confissões religiosas, a instituição transferiu-se para o bairro atual em 1954.

O Papa foi acolhido pelo encarregado da Pastoral Juvenil, o Bispo de Barisal, Dom Subroto Howlader CSC, pelo Reitor da Universidade e pelo Diretor da Escola Notre Dame, ambas mantidas pela Congregação da Santa Cruz.

Francisco abençou a pedra fundamental do novo prédio “Notre Dame University Bangladesh” e uma placa comemorativa.

Sete mil jovens esperavam pelo Papa no campo esportivo da instituição. O palco, muito simples, foi montado com um material muito comum na região: o bambu.

Danças e cânticos de um coral receberam o Santo Padre, que. após ouvir testemunhos de dois jovens, dirigiu algumas palavras ao presentes em italiano, com tradução simultânea em bengali em um telão.

Ao dirigir-se aos jovens, agradeceu pelas palavras-chaves oferecidas em seus testemunhos, como “sabedoria” e “esperança”.

Ao comentar as palavras da jovem Upasana, Francisco referiu-se a um conhecido escritor bengalês, Kazi Nazrul Islam, que definiu a juventude do país como «arrojada», «habituada a arrancar a luz do ventre das trevas», observando:

“Os jovens estão sempre prontos para avançar, fazer com que as coisas aconteçam e correr riscos. Encorajo-vos a avançar com este entusiasmo nas circunstâncias boas e nas más. Avançar, especialmente nos momentos em que vos sentis oprimidos pelos problemas e pela tristeza e, olhando para fora, parece que Deus não Se faz ver no horizonte”.

Mas ao avançar – foi o seu alerta -  “certificai-vos de escolher o caminho certo”. Mas, o que significa isto?, perguntou, respondendo:

“Significa saber viajar na vida, não vagar sem rumo. A nossa não é uma vida sem direção; tem um objetivo, que nos foi dado por Deus. Ele guia-nos, orientando-nos com a sua graça. É como se tivesse colocado dentro de nós um software, que nos ajuda a discernir o seu programa divino e a responder-lhe livremente. Mas, como qualquer software, também este precisa de ser constantemente atualizado. Mantennham atualizado o vosso programa, prestando ouvidos ao Senhor e aceitando o desafio de fazer a sua vontade”.

O testemunho do jovem Anthony, ofereceu ao Papa “uma outra chave”, a palavra “sabedora”:

“Quando se passa do viajar ao vagar sem rumo, perdeu-se toda a sabedoria! A única coisa que nos orienta e faz avançar pelo caminho certo é a sabedoria, a sabedoria que nasce da fé. Não é a falsa sabedoria deste mundo. É a sabedoria que se vislumbra nos olhos dos pais e dos avós, que puseram a sua confiança em Deus.”

E é justamente esta sabedoria – disse o Santo Padre - que nos ajuda a identificar e rejeitar as promessas falsas de felicidade:

“Uma cultura que faz promessas falsas não pode libertar; conduz apenas a um egoísmo que enche o coração de escuridão e amargura. Pelo contrário, a sabedoria de Deus ajuda-nos a saber como acolher e aceitar aqueles que agem e pensam de forma diferente de nós. É triste quando começamos a fechar-nos no nosso pequeno mundo e nos retraímos em nós próprios. Então adotamos o princípio «ou é como digo eu, ou não se faz nada», acabando enredados, fechados em nós mesmos”.

Quando um povo, uma religião ou uma sociedade se tornam um «pequeno mundo» - observou o Papa - perdem o melhor que têm e precipitam numa mentalidade presunçosa, que faz dizer «eu sou bom, tu és mau».

Neste sentido – explicou o Papa - “a sabedoria de Deus abre-nos aos outros. Ajuda-nos a olhar para além das nossas comodidades pessoais e das falsas seguranças que nos deixam cegos perante os grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna de ser vivida”.

Em um país onde os católicos são minoria, 0,2% da população, Francisco expressou a sua alegria pela presença no encontro de “amigos muçulmanos e de outras religiões”:

“Com o fato de vos encontrardes aqui hoje, mostrais a vossa determinação de promover um clima de harmonia, onde se estende a mão aos outros, apesar das vossas diferenças religiosas”.

A sabedoria de Deus ajuda-nos também a olhar para além de nós mesmos para intuir a bondade do nosso patrimônio cultural:

“A vossa cultura ensina-vos a respeitar os idosos. Como disse antes, os idosos ajudam-nos a apreciar a continuidade das gerações. Possuem a memória e a sabedoria feita de experiência, que nos ajudam a evitar a repetição dos erros do passado. Os idosos têm o «carisma de colmar as distâncias», assegurando que os valores mais importantes sejam transmitidos aos filhos e aos netos. Através das suas palavras, do seu amor, do seu carinho e da sua presença, compreendemos que a história não começou connosco, mas somos parte de um antigo «viajar» e que a realidade é maior do que nós”.

Falai com os vossos pais e avós – exortou Francisco - não passeis o dia inteiro com o celular, ignorando o mundo ao vosso redor!.

Por fim, o Papa fala de outra palavra presente nos dois testemunhos: a esperança:

“A sabedoria de Deus fortalece em nós a esperança e ajuda-nos a enfrentar o futuro com coragem. Nós, cristãos, encontramos esta esperança no encontro pessoal com Jesus na oração e nos Sacramentos, e no encontro concreto com Ele nos pobres, doentes, atribulados e abandonados. Em Jesus, descobrimos a solidariedade de Deus, que caminha constantemente ao nosso lado”.

“Ao despedir-me hoje do vosso país – concluiu o Papa - asseguro-vos a minha oração, para que todos possais continuar a crescer no amor de Deus e do próximo. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Isshór Bangladeshké ashirbád Korun [Deus abençoe o Bangladesh).

 

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Papa aos consagrados bengaleses: servir a Deus com alegria

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Daca (RV) – Momentos de grande alegria e entusiasmo no final da manhã deste sábado no encontro do Papa Francisco com a vida consagrada de Bangladesh, na Catedral de Chitagong, intitulada ao Santo Rosário.

Distante pouco mais de 10 km da Nunciatura Apostólica, a Igreja acolheu cerca de 2 mil sacerdotes, religiosos e religiosas, seminaristas e noviças. Também presentes irmãs de clausura, liberadas nestas ocasiões para sair dos conventos.

Deixando de lado o discurso preparado de 8 páginas, o Papa falou informalmente em espanhol aos consagrados bengaleses.

“Queridos irmãos e irmãs,

Obrigado ao Arcebispo Costa pela sua introdução e obrigado pelos pronunciamentos de vocês. Eu havia preparado um discurso de oito páginas para vocês (risos e aplausos), mas nós estamos aqui para ouvir o Papa e não para nos chatearmos. Por isto, para não nos chatearmos, entregarei o discurso ao Cardeal que depois fará uma tradução para o bengali, enquanto eu direi algumas palavras que me vem no coração (aplausos). Não sei se será melhor ou pior, porém, estejam certos de que será menos chato.

Ao entrar e saudar vocês me veio em mente uma imagem, do Profeta Isaías, e precisamente a primeira leitura que teremos na próxima terça-feira: “Naqueles dias, da casa de Israel, nascerá um pequeno rebento, crescerá e crescerá, e com o Espírito de Deus, gerará o espírito da sabedoria, de inteligência, da ciência, do conhecimento...”. Em um certo sentido, Isaías aqui descreve os aspectos pequenos e grandes da vida de fé, da vida a serviço de Deus. E falando de vida de fé e de serviço a Deus, me dirijo a você, que são homens e mulheres de fé no testemunho a Deus.

Iniciamos pela planta.  O broto surge na terra, e é uma semente. A semente não é nem tua, nem minha: a semente é semeada por Deus. E é Deus que a faz crescer. Eu sou o broto: isto pode ser dito por cada um de vocês, mas não por mérito próprio; porque dissemos isto do diálogo inter-religioso: faremos o contrário dentro da nossa própria confissão católica, das nossas comunidades?

Também neste âmbito, Bangladesh deve ser exemplo de harmonia! São muitos os inimigos da harmonia, são muitos. Gosto de citar um, que para mim é fundamental O inimigo da harmonia em uma comunidade religiosa, em um presbitério, em um episcopado, em um seminário é o espírito de fofoca (risos e aplausos). E isto não foi inventado por mim: há dois mil anos disse um tal Tiago em uma de suas Cartas. A língua irmãos e irmãs. O que destrói uma comunidade é o falar mal de outra pessoa.

O enfatizar os defeitos dos outros, mas não dizê-lo às pessoas interessadas, mas falar delas nas costas e assim criar um ambiente de desconfiança, um ambiente de suspeita, um ambiente onde não existe a paz, mas reina a divisão.

É feia esta imagem que me vem, por este espírito de fofoca: é terrorismo. Terrorismo (risos e aplausos). Porque quem fala mal do outro, não o faz publicamente; o terrorista não diz publicamente: “Sou terrorista”. E quem fala mal do outro, o faz escondido: fala com alguém, atira a bomba e vai embora. E aquela bomba destrói. E ele vai embora tranquilamente, lança uma outra bomba, e assim por diante...

Queridos irmãos e irmãs, quanto vocês tiverem vontade de falar mal de uma pessoa, mordam a língua: o pior que pode acontecer é fazer mal a vocês, mas não fará mal a outro irmão ou irmã.

O espírito de divisão: quantas vezes nas Cartas de São Paulo lemos sobre sua dor quando na Igreja entrava este espírito de divisão. Vocês poderiam me perguntar: “Padre, mas se eu encontro um defeito em um irmão ou uma irmã e gostaria de corrigi-lo, gostaria de apontá-lo, mas não posso atirar a bomba, o que posso fazer?”.

Você pode fazer duas coisas (...) A primeira, se pode – mas nem sempre é possível – é falar diretamente à pessoa, face a face. Jesus nos dá este conselho. É verdade que alguém poderia dizer: “Não se pode fazer, Padre, porque é uma pessoa complicada, como também você: não se pode fazer”.

Está bem: pode ser que por uma forma de prudência não seja oportuno. Mas o segundo princípio, portanto, é: se você não pode dizer à pessoa, diga a quem poderia remediar, mas a ninguém mais.

Quantas comunidades – e não falo daquilo que “ouvi”, falo daquilo que “vi”: quantas comunidades vi serem destruídas por causa do espírito de fofoca! Por favor, mordam a língua! (aplausos)

O terceiro pensamento que gostaria de partilhar – ao menos vocês não estão se chateando...depois vocês terão o texto chato (risos ) é: procurem manter um espírito de alegria. Sem alegria não se pode servir a Deus. Eu peço a cada um de vocês – mas cada um responda em seu coração: “Como está a sua alegria?”.

Asseguro a vocês que é realmente triste quando encontro sacerdotes, consagrados, consagradas, seminaristas, bispos amargurados, com um rosto triste, que alguém tem o desejo de perguntar: “O que você tomou hoje no café da manhã? Vinagre?” (risos) Cara de vinagre. Esta amargura no coração, que nasce da erva má, e diz: “Oh, veja aquele, foi promovido à Superior, aquela à Superiora, aquele à Bispo, e quanto a mim, me deixaram de lado...”.

Nisto, não existe alegria. Santa Teresa – a Grande – Santa Teresa tem – e é quase uma maldição, uma frase que é quase uma maldição, e ela diz isso às suas monjas: “Ai daquela monja que diz: ‘Sofri uma injustiça’”. Usa a expressão em espanhol “sin razón”, sem razão (...)”. Quando encontrava uma religiosa que se lamentava porque “não me deram aquilo que deveriam dar, (...) não me promoveram à Priora” ou algo do gênero, ai daquela monja: está uma estrada em descida...

A alegria. A alegria também nos momentos difíceis. É aquela alegria que, se não faz você rir porque a dor é muito grande, também é paz. Mas por outro lado me vem em mente uma cena da vida da pequena Tereza, Terezinha do Menino Jesus.

Devia acompanhar todas as noites uma monja idosa ao refeitório; esta irmã era realmente insuportável, sempre irritada e, pobrezinha, muito doente e reclamava de tudo. Em qualquer lugar que a tocassem dizia: “Não, que me faz mal!”. E era esta irmã idosa que Terezinha tinha que levar ao refeitório.

Uma noite, enquanto a acompanhava atravessando o convento, escutou – de um prédio vizinho – a música de uma festa, a música de pessoas que estavam se divertindo, de pessoas boas, como havia mostrado às suas irmãs. Imaginou as pessoas que dançavam e disse: “A minha grande alegria é esta. Agora. Não lá, mas aqui e agora, com esta irmã idosa”.

Nos momentos difíceis vividos nas comunidades, tolerar às vezes uma Superiora “um pouco estranha”, e nestes momentos dizer: “Sou feliz, Senhor. Sou feliz”, como dizia São Alberto Hurtado: a alegria do coração.

Estejam certos que me causa tanta ternura quando encontro sacerdotes, bispos ou religiosas idosas que viveram a vida em plenitude. Os seus olhos são indescritíveis, tão cheios de alegria e paz. Para aqueles que não viveram a sua vida deste modo, Deus é bom e se preocupa também por eles; mas falta aquela vibração do coração que vem quando você foi alegre em sua vida.

Procurem olhar – sobretudo as mulheres – olhar nos olhos das irmãs idosas, aquelas irmãs que passaram toda a vida servindo, com tanta alegria e paz: têm o olhar agudo, desperto, brilhante, cheio de vida. Porque têm a plenitude do Espírito Santo.

O pequeno broto, nestes idosos, nestas idosas, entrou na plenitude dos sete dons do Espírito Santo. Recordem-se disto, na próxima terça-feira, quando vocês ouvirem a Leitura, a Missa e perguntem-se: “Estou cuidando da minha plantinha? A rego? Cuido também das plantinhas dos outros, rego também elas? Tenho medo de ser terrorista e por isto nunca falarei mal dos outros? E: tenho o dom da alegria?

Desejo a todos vocês, como o bom vinho, no final de vossos dias, que os vossos olhos brilhem de esperteza, de alegria e de plenitude do Espírito Santo. Por favor, rezem por mim como eu rezarei por vocês”.

 

 

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O encontro do Papa com a vida consagrada em Daca

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Daca (RV) – A Igreja do Santo Rosário – Igreja Catedral da Arquidiocese de Chittagong -  foi o local escolhido para o encontro do Papa Francisco com a vida consagrada em Bangladesh. 2.000 sacerdotes, religiosos(as), consagrados, seminaristas e noviças estavam presentes no templo.

Ao chegar, o Santo Padre foi acolhido pelo Bispo de Khulna (sufragânea de Chittagong), Dom Romen Boiragi, pelo Pároco e pelo Presidente da Associação dos Religiosos de Bangladesh.

Antes do pronunciamento do Santo Padre, um sacerdote, um missionário, uma religiosa, um religioso e um seminarista deram seus testemunhos. O Papa entregou seu discurso preparado e, em espanhol, falou espontaneamente aos consagrados. 

Eis a íntegra do discurso que seria lido:

"Amados irmãos e irmãs!

Sinto-me muito feliz por estar convosco. Agradeço ao Arcebispo Moses [Costa] a calorosa saudação que me fez em vosso nome. Estou especialmente agradecido a quantos ofereceram os seus testemunhos e partilharam connosco o seu amor a Deus. Expresso a minha gratidão também ao Padre Mintu [Palma] por ter composto a oração que, em breve, recitaremos a Nossa Senhora. Como sucessor de Pedro, é meu dever confirmar-vos na fé. Mas gostaria que soubésseis que hoje, através das vossas palavras e da vossa presença, também vós me confirmais na fé e me dais uma grande alegria.

A Comunidade católica no Bangladesh é pequena. Mas sois como o grão de mostarda que Deus, no tempo devido, fará árvore perfeita (cf. Mt 13, 31-32). Alegro-me por ver como cresce este grão e por ser testemunha direta da fé profunda que Deus vos deu. Penso nos missionários dedicados e fiéis que plantaram e cuidaram deste grão de fé durante quase cinco séculos.

Em breve, visitarei o cemitério e rezarei por estes homens e mulheres que serviram, com tanta generosidade, esta Igreja local. Pousando os olhos em vós, vejo missionários que continuam esta santa obra. Vejo também muitas vocações nascidas nesta terra: são um sinal das graças com que o Senhor a está a abençoar. Uma alegria particular me dão as irmãs de clausura com a sua presença entre nós e as suas orações.

É significativo que o nosso encontro tenha lugar nesta antiga Igreja do Santo Rosário. O Rosário é uma meditação magnífica sobre os mistérios da fé que são a seiva vital da Igreja; uma oração que forja a vida espiritual e o serviço apostólico. Quer sejamos sacerdotes, religiosos, consagrados, seminaristas ou noviços, a oração do Rosário incentiva-nos a dar as nossas vidas completamente a Cristo, em união com Maria. Convida-nos a participar na solicitude de Maria para com Deus no momento da Anunciação, na compaixão de Cristo por toda a humanidade quando está pregado na cruz e na alegria da Igreja quando recebe, do Senhor ressuscitado, o dom do Espírito Santo.

A solicitude de Maria. Terá havido, ao longo da história, uma pessoa tão solícita como Maria no momento da Anunciação? Deus preparou-A para aquele momento e Ela respondeu com amor e confiança. Assim também o Senhor preparou cada um de nós e nos chamou pelo nome. Responder a tal chamada é um processo que dura toda a vida. Cada dia, somos chamados a aprender a ser mais solícitos para com o Senhor na oração, meditando as suas palavras e procurando discernir a sua vontade.

Sei que o trabalho pastoral e o apostolado exigem muito de vós e que muitas vezes as vossas jornadas são longas e vos deixam cansados. Mas não podemos levar o nome de Cristo ou participar na sua missão, sem sermos antes de tudo homens e mulheres radicados no amor, inflamados pelo amor, através do encontro pessoal com Jesus na Eucaristia e nas palavras da Sagrada Escritura. Isto mesmo nos lembraste, Padre Abel, quando falaste da importância de intensificar uma relação íntima com Jesus, porque nela experimentamos a sua misericórdia e dela recebemos uma nova energia para servir os outros.

A solicitude pelo Senhor permite-nos ver o mundo através dos olhos d’Ele e, deste modo, tornar-nos mais sensíveis às necessidades daqueles a quem servimos. Começamos a entender as suas esperanças e alegrias, os medos e pesos, vemos de forma mais clara os numerosos talentos, carismas e dons que trazem para construir a Igreja na fé e na santidade. Irmão Lawrence, ao falares do teu eremitério, ajudaste-nos a compreender a importância de cuidar das pessoas procurando saciar a sua sede espiritual. Que todos vós possais, na grande variedade dos vossos serviços de apostolado, ser uma fonte de restauração espiritual e de inspiração para aqueles que servis, tornando-os capazes de partilhar cada vez mais plenamente os seus dons entre eles, promovendo a missão da Igreja.

A compaixão de Cristo. O Rosário introduz-nos na meditação da paixão e morte de Jesus. Penetrando mais profundamente nestes mistérios dolorosos, chegamos a conhecer a sua força salvífica e sentimo-nos confirmados na vocação de tomar parte neles com as nossas vidas, com a compaixão e o dom de nós mesmos. O sacerdócio e a vida religiosa não são carreiras. Não são veículos para avançar. São um serviço, uma participação no amor de Cristo que Se sacrifica pelo seu rebanho. Configurando-nos diariamente Àquele que amamos, chegamos a apreciar o facto de que as nossas vidas não nos pertencem. Já não somos nós que vivemos, mas é Cristo que vive em nós (cf. Gal 2, 20).

Encarnamos esta compaixão quando acompanhamos as pessoas, especialmente nos seus momentos de sofrimento e provação, ajudando-as a encontrar Jesus. Obrigado, Padre Franco, por teres colocado este aspeto em primeiro plano: cada um de nós é chamado a ser um missionário, levando o amor misericordioso de Cristo a todos, especialmente a quantos estão nas periferias das nossas sociedades.

Sinto-me particularmente agradecido, porque muitos de vós estão comprometidos, de tantos modos, nos campos do serviço social, da saúde e da educação, atendendo às necessidades das vossas comunidades locais e dos numerosos migrantes e refugiados que chegam ao país. O vosso serviço à comunidade humana mais alargada, especialmente àqueles que estão mais necessitados, é precioso para construir uma cultura do encontro e da solidariedade.

A alegria da Igreja. Por fim, o Rosário enche-nos de alegria pelo triunfo de Cristo sobre a morte, pela sua ascensão à direita do Pai e a efusão do Espírito Santo sobre o mundo. Todo o nosso ministério tem em vista proclamar a alegria do Evangelho. Na vida e no apostolado, todos estamos bem cientes dos problemas do mundo e dos sofrimentos da humanidade, mas nunca perdemos a confiança no facto que a força do amor de Cristo prevalece sobre o mal e sobre o Príncipe da mentira, que nos procura enganar.

Nunca vos deixeis desanimar pelas vossas falhas ou pelos desafios do ministério. Se permanecerdes solícitos para com o Senhor na oração e perseverardes na oferta da compaixão de Cristo aos vossos irmãos e irmãs, então o Senhor encherá certamente os vossos corações com a alegria reconfortante do seu Espírito Santo.

Irmã Mary Chandra, partilhaste connosco a alegria que brota da tua vocação religiosa e do carisma da tua Congregação. Marcelius, também tu nos falaste do amor que tu e os teus companheiros do Seminário tendes pela vocação ao sacerdócio. Lembrastes-nos, ambos, que todos somos chamados dia-a-dia a renovar e aprofundar a nossa alegria no Senhor, esforçando-nos por imitá-Lo cada vez mais plenamente.

Ao princípio, isto pode parecer árduo, mas enche os nossos corações de alegria espiritual. Com efeito, cada dia torna-se uma oportunidade para começar mais uma vez, responder de novo ao Senhor. Nunca desanimeis, porque a paciência do Senhor é para nossa salvação (cf. 2 Ped 3, 15). Alegrai-vos sempre no Senhor!

Queridos irmãos e irmãs, agradeço a vossa fidelidade em servir a Cristo e à sua Igreja, através do dom da vossa vida. Asseguro a minha oração por todos vós e peço a vossa por mim. Voltemo-nos agora para Nossa Senhora, para a Rainha do Santo Rosário, pedindo-Lhe que nos obtenha, a todos, a graça de crescer em santidade e ser testemunhas sempre mais alegres da força do Evangelho, para levar cura, reconciliação e paz ao nosso mundo".

 

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Papa visita cemitério paroquial e igreja construída por missionários portugueses

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Daca (RV) – Ao final do encontro com a vida consagrada, o Papa visitou o cemitério paroquial onde estão sepultados muitos religiosos. Francisco rezou em silêncio e acendeu uma vela. 

"Penso nos missionários dedicados e fiéis que plantaram e cuidaram deste grão de fé durante quase cinco séculos. Em breve, visitarei o cemitério e rezarei por estes homens e mulheres que serviram, com tanta generosidade, esta Igreja local", havia antecipado o Papa no encontro com a vida consagrada.

Após a visita ao cemitério, o Santo Padre entrou na antiga Igreja do Santo Rosário, construída pelos missionários portugueses em 1677 e utilizada atualmente como Capela de Adoração Perpétua.

O Papa foi acolhido pelo Bispo de Dinajpur, Dom Sebastian Tudu, pela Superiora Geral e pela Superiora local do Instituto que mantém o orfanato existente ao lado.

Aguardavam Francisco cerca de 200 crianças órfãs e algumas religiosas que os assistem. O Papa abençou as crianças, sem proferir discursos.

Ao final do encontro, Francisco dirigiu-se à Nunciatura Apostólica de Daca, onde almoçou com o séquito.

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Papa visita Casa de Madre Teresa em Daca

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Daca (RV) – O último dia do Papa Francisco em Bangladesh começou com uma celebração privada na Nunciatura Apostólica de Daca, de onde se despediu antes da visita privada à “Casa Madre Teresa”, no Bairro Tejgaon, distante 8 km. 

O Papa foi acolhido no local por Dom Paul Ponen Kubi,  Bispo de Mymensingh, encarregado pela Pastoral Social  (ordenado sacerdote por São João Paulo II em 19 de novembro de 1989), pela Superiora da Casa e pela Superiora Regional, que o acompanharam até as duas salas onde estavam reunidas algumas crianças e idosos assistidos pelas estruturas da Congregação, enquanto um coral de crianças entoava cânticos no pátio.

Ao final do encontro, o Papa entregou um dom à Casa.

Missionárias da Caridade em Daca

A “Casa de Madre Teresa”, inaugurada em 1976, é a menor entre aquelas que as Irmãs Missionárias da Caridade administram em Daca e sempre a escolhida por Madre Teresa para residir durante sua permanência na cidade.

A Casa localiza-se no Bairro de Tejgaon, e surge no complexo paroquial da “Holy Rosary Church”, que engloba também a antiga igreja portuguesa.

Atualmente, ela proporciona cuidados e assistência a milhares de órfãos e de pessoas afetadas por problemas mentais e físicos.

Em Daca, além da “Casa da Compaixão”, as Missionárias da Caridade atuam também no Bairro de Islampur, por meio do Centro “Shishu Bhavan”, ou seja, “Casa das Crianças”.

Construído nos anos 70, o Centro se ocupa prevalentemente da acolhida de jovens mães, chamadas de “biranganas” (“heroínas”), mulheres que ficaram grávidas após as violências cometidas por soldados paquistaneses durante a guerra de independência do país.

Graças à ação das Missionárias da Caridade, muitas crianças nascidas no Centro encontraram famílias adotivas na Europa, América do Norte e Austrália.

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A Semana de Francisco

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Cidade do Vaticano (RV) - A Semana do Papa Francisco (26 de novembro a 1°de dezembro) foi intensa de compromissos. No domingo, 26 de novembro, o Papa rezou a oração mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos, na Praça São Pedro, e à noite iniciou sua 21ª viagem apostólica internacional a Mianmar e Bangladesh.

O Papa chegou a Mianmar, na segunda-feira, 27. Nesse país, encontrou-se com a Conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, com a comunidade católica e os monges budistas.Na quinta-feira, 30 de novembro, o Papa Francisco dirigiu-se para Bangladesh, onde se encontrou com o Presidente bengalês, Abdul Hamid, e demais autoridades, ordenou dezesseis novos sacerdotes na missa celebrada, em Daca, e participou do encontro inter-religioso e ecumênico pela paz.

Veja o resumo da Semana de Francisco em imagens.

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Formação



Reflexão para o I Domingo do Advento: "Viagiar, sempre"!

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Cidade do Vaticano (RV) - A graça de Deus nos oferece um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã haurida da Sagrada Escritura. 

A primeira leitura nos relata uma situação muito difícil na vida do Povo de Israel: ele vive um momento de exílio. Suas cidades foram destruídas, sua população assassinada, inclusive suas crianças, e os que restaram foram feitos escravos. Nessa situação de extrema dor e total carência, os que sobraram dirigem seus olhares para o Senhor, chamando-o de Pai, de Redentor, para que se manifeste e mantenha suas promessas de proteção e amparo.

Deus não se manifesta e aparentemente não mantém as promessas feitas anteriormente. Essa ocasião propicia ao povo um exame de consciência que os leva à conclusão de que foram eles, com suas más ações, que romperam a aliança.

Por outro lado, esse exame mostrou a todos a própria incapacidade de serem fiéis e até a fragilidade de seus atos religiosos.

Nesse momento o povo chegou ao grau máximo de lucidez e percebeu que somente Deus poderia salvá-lo, redimi-lo. Nesse exato momento, de profunda humildade, ele foi salvo.

O Evangelho nos fala em vigiar e vigiar sempre. Quando alguém vigia é porque deseja não ser surpreendido. Quando a enfermeira fica de plantão vigiando um doente em estado grave, ela está atenta para impedir que o quadro da saúde piore; quando um policial permanece de plantão ao lado de um banco, seu intuito é evitar a ação de um ladrão.  

E para Jesus, o que significa para ele vigiar? Para Jesus significa um constante estado de alerta à espera da chegada do mundo novo, ou melhor, do homem novo, dele mesmo, Jesus Cristo, o Messias, o Redentor.Essa vigília significa não dormir no pecado, mas estar acordado pela fé, pela esperança, praticando aquilo que é justiça, que é amor.

Somente aqueles que estão antenados na chegada do Redentor é que irão conhecer o momento e poderão abrir seus corações ao Salvador, como aconteceu em sua primeira vinda.

As pessoas estavam tão voltadas para si mesmas, que não tiveram sensibilidade para perceber a necessidade de uma grávida prestes a dar à luz, e simplesmente se fecharam no seu conforto, mesmo miserável; também aquelas pessoas que não foram lúcidas para distinguir entre um benfeitor que curava, alimentava, perdoava, reconciliava e um bandido, ladrão e assassino, pediram a libertação deste e a crucifixão do outro.

Estejamos acordados, lúcidos para podermos acolher o nosso Salvador. Como os israelitas da primeira leitura, sejamos humildes e abertos ao Redentor. Reconheçamos nossos limites e digamos “Vem Senhor Jesus, Vem”!

Com a frase que encerra o trecho da carta de Paulo da liturgia de hoje, encerramos nossa reflexão: ”Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor”».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o I Domingo de Advento – B)

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Atualidades



Editorial: O Papa constrói pontes

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De Silvonei José

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco conclui neste sábado a sua 21ª Viagem Apostólica Internacional que o levou a Mianmar, primeira etapa, e depois a Bangladesh. Uma viagem marcada pelos temas escolhidos para ambos os países: “Amor e paz”, para Mianmar e “Harmonia e paz” para Bangladesh. Francisco termina uma viagem muito desejada por ele, pois desde o início de seu Pontificado sempre falou da necessidade de uma Igreja em saída e de ir ao encontro das grandes periferias. E os dois países visitados certamente se encontram na grande periferia. 

Um fio condutor ligou essa viagem realizada em duas etapas, a busca de reconciliação e de fraternidade.

Em Mianmar, nos vários encontros que teve, Francisco chamou a atenção para a unidade devido à grande diversidade que existe naquele país. Uma unidade da qual faz parte a pequena comunidade católica, que deseja trabalhar em sintonia com a grande maioria budista. Trabalhar juntos pelo país, pelo seu povo, pela paz, pelo direito de cada um.

Francisco concluiu sua passagem por Mianmar com uma missa para os jovens na qual, com sensibilidade diplomática, fez um chamado à reconciliação do país e à defesa das minorias e dos direitos humanos, sem se referir explicitamente à questão da minoria Rohingya.  Francisco convidou os jovens a levarem a todo o país, “a paixão pelos direitos humanos e pela justiça”.

O encontro com a Nobel da Paz Aung San Suu Chi e com os líderes militares do país selaram o aspecto diplomático da visita.

Também o encontro com os líderes budistas foi um momento marcante, durante o qual Francisco pediu que se trabalhe pela paz, pelo respeito da dignidade humana e pela justiça para todos. “Se devemos estar unidos, com o nosso propósito, é necessário superar todas as formas de incompreensões, de intolerância, de preconceito e de ódio”, disse.

Durante os dias passados em Mianmar Francisco também se mostrou muito próximo à pequena comunidade católica do país, de cerca 650 mil pessoas, no meio de 52 milhões de habitantes. Falando sobre ela destacou o seu trabalho de ajuda “sem distinção de religião e etnia”.

As 16 dioceses do país se mobilizaram para viver os momentos de festa junto ao seu pastor. Um esforço quer comoveu o Papa Francisco.

Depois a viagem a Daca, na segunda visita a Bangladesh de um Pontífice desde a independência do país em 1971, depois do Papa João Paulo II em 1986.

Em Bangladesh, entre os momentos mais fortes, o encontro com um grupo de refugiados Rohingya, minoria muçulmana que fugiu de Mianmar.

A eles o Pontífice, pronunciando pela primeira vez a palavra “proibida” em Mianmar, pediu perdão “precisamente pela indiferença do mundo em relação à tragédia dos refugiados Rohingya. O Papa, emocionado, se disse cheio de vergonha e pediu perdão depois de ter cumprimentado e escutado, um por um, alguns refugiados. Francisco nas suas palavras denunciou mais uma vez o egoísmo de quem olha para o outro lado.

Bangladesh acolheu cerca de 1 milhão de Rohingyas que foram forçados a abandonar suas terras em Mianmar.

Semana passada os governos de Bangladesh e Mianmar concordaram um processo de repatriação para os refugiados Rohingya que se prevê inicie nos dois próximos meses. As autoridades birmanesas não reconhece a cidadania aos rohingya, pois os consideram imigrantes bengaleses.

Francisco falou do grande “espírito de generosidade e solidariedade deste país” que acolheu essa minoria. Uma tomada de posição do Papa que dá esperança para uma solução dessa grave crise humanitária.

Já o encontro inter-religioso e ecumênico pela paz em Daca caracterizou-se pelo desejo de harmonia, fraternidade e paz “encarnado nos ensinamentos das religiões do mundo”.

“Em Bangladesh, onde o direito à liberdade religiosa é um princípio fundamental, que este compromisso seja um apelo respeitoso, mas firme, a quem procura fomentar divisão, ódio e violência em nome da religião”, disse o Papa.”

Isto requer mais do que simples tolerância, estimula-nos  - disse o Papa - a estender a mão ao outro numa atitude de mútua confiança e compreensão. “Anima a exercitar-nos na abertura do coração, para ver os outros como um caminho e não como um obstáculo.”

Francisco conclui mais uma viagem pastoral que o levou a se encontrar com um pequeno rebanho do outro lado do mundo, mas um rebanho de grande fé e esperança. Criou pontes e abraçou irmãos de outras confissões. Lançou sementes que certamente darão seus frutos, o tempo dirá. Mas a certeza que fica é que o Pastor foi ao encontro de seu rebanho. Olhou nos olhos de suas ovelhas e pediu para serem testemunhas da mensagem de amor e e paz que Cristo nos deixou. Pediu para serem mensageiros e testemunhas do Evangelho. Confirmou que eles não estão sozinhos nesta caminhada.

 

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