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Sumario del 09/12/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Formação

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: "A corrupção deve ser combatida com força"

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco tuitou neste sábado (09/12), Dia Mundial de Combate à Corrupção, promovido pelas Nações Unidas: “A corrupção deve ser combatida com força. É um mal baseado na idolatria do dinheiro que fere a dignidade humana.

Este é um tema que o Papa Francisco abordou várias vezes desde o início de seu pontificado. Aliás, desde quando era Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio sempre se posicionou contra a corrupção. 

Em seu pontificado, recordamos, em particular, o apelo feito no bairro napolitano de Scampia, em março de 2015, onde conjugando um neologismo eficaz afirmou que “um cristão que deixa entrar dentro de si a corrupção, fede”.  

Bispos brasileiros contra a corrupção

“Precisamos terminar com as castas que se enquistam no poder público distribuindo benesses e privilégios para os seus comparsas. Quem rouba milhões, mata milhões, não se defendem direitos humanos e sociais deixando impune a corrupção, sem tocar nos tentáculos das máfias do poder. Que o Evangelho do poder-serviço nos leve a construir um Brasil republicano, centrado na justiça, na integridade e no bem comum”.

O trecho acima é do artigo do Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, recém-publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que tem como tema “Refundar e fazer nova a República”. No artigo, o bispo retrata em poucos parágrafos a crise do sistema político e a extensão do câncer da corrupção no Brasil.

O prelado é uma das milhares de vozes brasileiras que têm se levantado contra a corrupção que assola o país. A data de hoje, remete ao dia em que o Brasil e mais 101 países assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, na cidade mexicana de Mérida.

Para o Bispo de Ipameri (GO), Dom Guilherme Werlang, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Social Transformadora da CNBB, a corrupção é moralmente um grande e gravíssimo pecado.

“Uma pessoa que compactua e pratica a corrupção jamais poderá ser reconhecida como cristão ou cristã. Eticamente, a corrupção destrói qualquer sociedade”.

O bispo destaca ainda que é preciso uma conscientização coletiva não só da corrupção que existe nos altos escalões da sociedade brasileira ou praticado por políticos, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário.

“Temos que nos conscientizar que a corrupção começa com as pequenas desonestidades, desde a infância. Ela cresce, por exemplo, quando não exigimos fiscal. Quando queremos vantagens sobre pagamentos escondendo parte do valor. Quando fizermos a educação nova da honestidade e transparência aí podemos pensar em vencer a corrupção endêmica do Brasil”, enfatiza Dom Werlang.

Em 26 de outubro passado, a CNBB divulgou uma nota sobre o grave momento político, destacando que a corrupção corrói o Brasil. No texto, a entidade repudia a falta de ética que se instalou nas instituições públicas, empresas, grupos sociais e na atuação de inúmeros políticos que, “traindo a missão para a qual foram eleitos, jogam a atividade política no descrédito”.

A Conferência criticou também a apatia e o desinteresse pela política, que crescem cada dia mais no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais. Apesar de tudo, a entidade diz que é preciso vencer a tentação do desânimo, pois só uma reação do povo, consciente e organizado, no exercício de sua cidadania é capaz de purificar a política e a esperança dos cidadãos que “parecem não mais acreditar na força transformadora e renovadora do voto”.

De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil (UNODC), a corrupção é o maior obstáculo ao desenvolvimento econômico e social na atualidade. Todos os anos, 1 trilhão de dólares é pago em suborno, enquanto cerca de 2,6 trilhões de dólares são roubados pela corrupção, o equivalente a mais de 5% do Produto Interno Bruto mundial.

Segundo estudo divulgado pela entidade Transparência Internacional, o Brasil fechou o ano de 2016 em 79º lugar entre 176 países no ranking sobre a percepção de corrupção no mundo. Além do Brasil, estão empatados em 79º lugar Bielorrússia, China e Índia.

Dom Guilherme, convoca a Igreja no Brasil, os pastores, leigos e leigas, neste Ano do Laicato, a assumirem uma nova educação partindo da Palavra de Deus, que desafia e orienta ao mesmo tempo como buscar isto.

“O bom exemplo deve partir de nós. Infelizmente, a desonestidade também acontece entre nós, nas Igrejas Cristãs, em nossas paróquias e dioceses onde também se fazem estas concessões e um jogo não tão transparente como deveria ser. Portanto, temos muito trabalho e devemos ser os primeiros a dar um bom exemplo de uma vida honesta, transparente e justa para sermos construtores de uma nova sociedade”, conclui.

(Com informações do site da CNBB)

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Papa: Santa Cabrini dedicou-se aos migrantes, carisma sempre atual

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de Mariangela Jaguraba

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco recebeu, neste sábado (09/12), na Sala Clementina, no Vaticano, duzentas e cinquenta Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, por ocasião do primeiro centenário de falecimento de Santa Francisca Cabrini.

“Santa Cabrini foi uma verdadeira missionária. Cresceu tendo sempre diante de si o exemplo de São Francisco Xavier, pioneiro da evangelização no Oriente. Em seu coração estava a China e naquela terra distante esperava levar o anúncio do Evangelho”, disse o Pontífice em seu discurso.

“Não pensava aos milhares de migrantes que por causa da fome, da falta de trabalho e da ausência de um futuro, desembarcavam com seus poucos pertences nos Estados Unidos, impelidos pelo sonho de uma vida melhor. Foi o Papa Leão XIII que, numa conversa, fez com que mudasse de ideia: “Cabrini, não ao Oriente, mas ao Ocidente!" A jovem, que tinha fundado recentemente as Missionárias do Sagrado Coração, teve de abrir seus olhos para ver em que lugar Deus a enviava em missão. Não aonde ela queria ir, mas aonde Ele tinha preparado a estrada para ela, a estrada do serviço e da santidade. Eis o exemplo de uma verdadeira vocação: esquecer-se de si para abandonar-se plenamente ao amor de Deus”.

O Papa frisou ainda que “depois de muitos anos, a realidade dos migrantes aos quais Santa Cabrini dedicou toda a sua vida evoluiu e ainda hoje é atual”.

“Novos rostos de homens, mulheres e crianças, marcados por tantas formas de pobreza e violência, estão novamente diante de nossos olhos e esperam encontrar, em seu caminho, mãos estendidas e corações acolhedores como o de Santa Francisca Cabrini. Vocês têm a responsabilidade de ser fiéis à missão de sua fundadora. O seu carisma é de uma atualidade extraordinária, pois os migrantes precisam certamente de boas leis, de programas de desenvolvimento e organização; mas precisam sobretudo de amor, amizade, proximidade humana; precisam ser ouvidos, olhados nos olhos e acompanhados; precisam de Deus, encontrado no amor gratuito de uma mulher que, com o coração consagrado, é irmã e mãe.”

O Papa pediu ao Senhor para que renove sempre nas Missionárias do Sagrado Coração de Jesus “o olhar atencioso e misericordioso para os pobres que vivem em nossas sociedades e países”.

“Santa Francisca Cabrini tinha a coragem de olhar, nos olhos, as crianças órfãs que lhe eram confiadas, os jovens desempregados que eram tentados a cometer crimes, os homens e mulheres explorados em seus trabalhos humildes. Por isso, estamos aqui hoje agradecendo a Deus por sua santidade”, concluiu Francisco.

 

 

 

 

 

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Igreja no Brasil



Imaculada Conceição: a reflexão do Card. Tempesta

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Rio de Janeiro (RV) - O Arcebispo do Rio de Janeiro, Card. Orani João Tempesta, preparou especialmente aos amigos do Programa Brasileiro uma reflexão sobre a Solenidade da Imaculada Conceição neste período do Advento. Confira:

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Formação



Reflexão para o II Domingo do Advento: "Preparai o caminho do Senhor"

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Cidade do Vaticano (RV) - «Em um ambiente onde se respira a opressão e as pessoas não são felizes, a libertação, a abertura de uma janela, de uma porta se torna vital. 

Esse ambiente de constrangimento existe no meio do Povo de Israel e finalmente, após 40 anos, surge um profeta que anuncia estar próxima a libertação. Um novo espírito renasce no coração do povo e a expectativa é grande. Surgiu para eles a famosa luz no fundo do túnel. À medida que caminham, se aproximam da libertação. Todo e qualquer passo adiante é e sempre será um passo para a felicidade, aliás, qualquer passo proporciona esse sentimento de felicidade, de alegria.

Também nós, que vivemos no sufoco, que atravessamos graves dificuldades, que enfrentamos problemas aparentemente insolúveis, mudamos e criamos vida nova quando sabemos que existe uma solução, uma solução positiva, libertadora.

A liturgia do 2º Domingo do Advento nos traz esta boa nova, de que nossas aflições, nossas angústias terminarão porque o Senhor virá com sua Mensagem de Paz e colocará tudo em seu lugar e o ser humano voltará a desfrutar da tranquilidade, alegria e paz nas quais foi chamado a viver e nas quais viverá eternamente.

Deus age e envia seu Messias, mas Deus também pede a nossa conversão e, muitas vezes, é nossa adesão ao pecado, através da solidariedade para com o opressor, nossa conformação à situação de injustiça, que favorecem a não mudança dos dominadores.

Portanto, somos causadores de nossa própria desdita e da de nossos irmãos. Por isso deveremos fazer um exame de consciência sobre nossa participação ou nossa convivência em situações de opressão e descobrir quais são os laços que nos unem, nos atam ao pecado.

Só seremos perdoados se além do arrependimento, fizermos o propósito de mudança de vida, de valores. É necessário que nos convertamos ao bem, a Deus. Só então o caminho para a vinda do Messias, do Salvador estará aplainado e a Vida se revelará, se manifestará em nosso meio.

Preparemo-nos para o Natal! Mas a verdadeira preparação, aquela que terá dimensões de eternidade, será a conversão de nosso coração. Conversão do coração para o outro, para Deus, fazendo o bem e fomentando a vida!»

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o II Domingo do Advento – B)

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Atualidades



Editorial: A vocação é hoje

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De Silvonei José

Cidade do Vaticano - “É lindo e é uma grande graça ser inteiramente e para sempre consagrados a Deus e ao serviço dos irmãos”: é o que Papa escreve em sua mensagem para o 55º Dia Mundial das Vocações, que será celebrado no próximo dia 22 de abril de 2018. Gostaríamos no nosso editorial desta semana recordar essa bonita mensagem do Papa Francisco aos vocacionados de todo o mundo. Não só as vocações sacerdotais e religiosas, mas também a todos nós leigos, a cada um de nós que desejamos ser testemunhas do Evangelho. 

No centro da nossa vida, há o chamado para a alegria que Deus nos dirige, enfatiza Francisco no seu texto, reiterando: “não estamos submersos no acaso, nem à mercê duma série de eventos caóticos; pelo contrário, a nossa vida e a nossa presença no mundo são fruto de uma vocação divina”.

Escuta, discernimento, viver o chamado do Senhor: estas são as três atitudes que, na mensagem, o Papa indica necessárias para descobrir o que Deus quer de cada um de nós. Escutar porque Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. “Pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração”.

Não poderemos descobrir a chamada especial e pessoal que Deus pensou para nós, escreve Francisco, “se ficarmos fechados em nós mesmos, nos nossos hábitos e na apatia de quem desperdiça a sua vida no círculo restrito do próprio eu, perdendo a oportunidade de sonhar em grande e tornar-se protagonista daquela história única e original que Deus quer escrever conosco”.

Para descobrir a própria vocação, é necessário discernimento espiritual, isto é, colocar-se em diálogo com o Senhor. Temos grande necessidade do discernimento e da profecia, de superar as tentações da ideologia e do fatalismo e de descobrir, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama. Todo o cristão deveria poder desenvolver a capacidade de “ler por dentro” a vida e compreender para onde e para o quê o Senhor está chamando para ser um continuador da sua missão.

Enfim, Francisco faz um chamado para viver o presente intensamente e não adiar a resposta: “A alegria do Evangelho, não pode esperar pelas nossas lentidões e preguiças; isso não nos afeta se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera de um tempo favorável; nem é feito para nós, se não assumimos o risco de uma escolha hoje. A vocação – afirma Francisco -, é hoje! A missão cristã é para o momento presente!

Cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora.  

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Crônica: Ética islâmica e ética cristã

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Dubai (RV*) - Ouvintes e leitores da Rádio Vaticano, aos poucos vou chegando à conclusão de que é essencial mudar a atitude de comparar religiões, e adotar uma abordagem que respeite as diferenças, ensejando a abertura de caminhos para a fraternidade e enriquecimento. 

Tratando-se do relacionamento entre Islã e Cristianismo, as duas principais religiões monoteístas do planeta, existem muitos pontos comuns no campo da ética e moral.

Embora não exista ainda igualdade como nas sociedades ocidentais marcadas pela cultura cristã, constata-se uma evolução significativa quanto ao casamento e a vida conjugal, aproximando-se consideravelmente da moral cristã. A poligamia vai sendo abolida e o poder masculino de repudiar uma mulher deixa de ter respaldo legal.

A família é vista como a célula básica da sociedade por ambas as religiões. O matrimônio também é reconhecido como a única maneira de criar a entidade jurídica.

A promoção e a defesa da vida, do começo ao fim, são defendidas tanto por cristãos como islâmicos, sendo proibido o aborto, embora exista certa tolerância quanto ao chamado aborto terapêutico.

A  esterilização, mutilação e eutanásia são práticas não aceitas por islâmicos e cristãos.

Enfim, se a ética islâmica se revela assim próxima à bíblica e assume os ensinamentos do Antigo Testamento, é preciso reconhecer que, às vezes, ela oferece aos muçulmanos a possibilidade de admitir algumas posições do Evangelho.

Especialistas no estudo do Alcorão revelam que, de uma forma ou de outra, “o verdadeiro monoteísmo consiste no amor a Deus e no amor ao próximo”, interpretando assim o texto do Alcorão à luz do ensinamento Bíblico e Cristológico, do “duplo mandamento do amor”. Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para Rádio Vaticano.

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