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Sumario del 11/12/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Mundo

Formação

Papa e Santa Sé



Papa: é preciso deixar-se consolar pelo Senhor

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Cidade do Vaticano – O Papa iniciou a segunda-feira (11/12) presidindo a missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta.

Em sua homilia, Francisco comentou a primeira leitura, extraída do Profeta Isaías (Is 35,1-10), na qual o Senhor promete ao seu povo a consolação. “O Senhor veio para nos consolar”, afirmou o Papa, acrescentando  que “muitas vezes a consolação do Senhor nos parece uma maravilha”. 

“Mas não é fácil deixar-se consolar; é mais fácil consolar os outros do que deixar-se consolar. Porque, muitas vezes, nós ficamos presos ao negativo, ficamos presos à ferida do pecado dentro de nós e, muitas vezes, há a preferência por permanecer ali, sozinho, ou seja, no leito, como aquele do Evangelho, isolado, ali, e não levantar-se. “Levante-se” é a palavra de Jesus, sempre: ‘Levante-se”.

O problema é que no “negativo somos donos” , porque temos dentro a ferida do pecado, enquanto “no positivo somos mendicantes” e não gostamos de mendigar a consolação. 

Francisco usou dois exemplos: quando se prefere “o rancor” e “cozinhamos os nossos sentimentos” na canja do ressentimento, quando há um coração amargo”, quando o nosso tesouro é a nossa amargura. Ele citou o paralítico da piscina de Siloé: 38 anos com a sua amargura dizendo que quando as águas se mexiam ninguém o ajudava. “Para esses corações amargos, é mais belo o amargo do que o doce”, muitas pessoas preferem isso: “raiz amarga”, “que nos leva com a memória ao pecado original. E este é justamente um modo para não deixar-se consolar.

E depois a amargura “sempre nos leva a expressões de lamentação”: os homens que se lamentam diante de Deus ao invés de louvá-lo: lamentações como música que acompanha a vida.

O Papa cita o Profeta Jonas, “prêmio Nobel das lamentações” , que fugiu de Deus porque se queixava que o Senhor lhe faria algo, mas acabou afogando e engolido pelo peixe e, depois, voltou para a missão. E ao invés de alegrar-se pela conversão das pessoas, se lamentava porque Deus as salvava. “Também nas lamentações há coisas contraditórias”, evidenciou o Pontífice, contando que conheceu um bom sacerdote que, porém, se lamentava de tudo: “tinha a qualidade de encontrar a mosca no leite” ou o pelo no ovo, como diríamos em português:

“Era um bom sacerdote, no confessionário diziam que era muito misericordioso, era idoso e os seus companheiros de presbitério imaginavam como seria a sua morte e sua chegada ao céu: ‘A primeira coisa que diria a São Pedro, ao invés de saudá-lo, seria: ‘Onde está o inferno?’, sempre o negativo. E São Pedro lhe mostraria o inferno. E depois…: ‘Mas quantos condenados existem? - ‘Somente um’- ‘Ah, que desastre a redenção…”. Sempre... isso acontece. E diante da amargura, do rancor, das lamentações, a palavra da Igreja de hoje é “coragem”, “coragem””.

Isaías convida à coragem, porque Deus ‘vem te salvar’, recorda. Em seguida, o Papa dirige seu pensamento ao Evangelho do dia: quando algumas pessoas vão ao teto porque havia muita gente e descem o paralítico para colocá-lo diante de Jesus. Não tinham pensado que ali estavam os escribas ou outros, queriam somente a cura daquele homem.

A mensagem da Liturgia de hoje – conclui o Papa – é o de se deixar consolar pelo Senhor.

“E não é fácil porque para deixar-se consolar pelo Senhor é preciso despojar-se de nossos egoísmos, daquelas coisas que são o próprio tesouro, como as amarguras, as reclamações, tantas coisas. Faria bem hoje se cada um de nós fizesse um exame de consciência: como está o meu coração? Tem amarguras? Alguma tristeza? Como vai a minha linguagem? É de louvor a Deus, de beleza, ou sempre de lamentações? E depois, pedir ao Senhor a graça da coragem - porque na coragem Ele vem nos consolar – e pedir-Lhe: Senhor: venha nos consolar”.

 

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Há 5 anos, o primeiro tweet de um Pontífice

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Cidade do Vaticano (RV) – Em 12 de dezembro de 2012, o Papa Bento XVI publicava seu primeiro tweet na conta @Pontifex. Um pequeno, mas histórico gesto, pois pela primeira vez, de fato, um Pontífice aceitava o desafio da evangelização nas redes sociais.

O Papa Francisco deu continuidade à escolha profética e hoje é seguido por mais de 40 milhões de pessoas, nas contas em 9 línguas.

Há cinco anos, ao lado de Bento XVI que tuitava pela primeira vez, estavam o Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações, Dom Claudio Maria Celli e o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu.

A RV pediu a Dom Becciu algumas recordações daquele momento e para propor uma reflexão sobre o significado da presença dos Papas nas redes sociais:

Recordo-me que estávamos com o Papa Bento: estava um pouco sem jeito, cauteloso ao pressionar o tablet. Porém, ao mesmo tempo, o vi alegre: alegre de poder entrar em diálogo com os internautas, de fazer parte da nova onda de comunicadores modernos, por isto tenho uma bela recordação. E me parece que os resultados dão razão àquela escolha: 40 milhões de seguidores no Twitter e 5 milhões no Instagram. Que meio melhor para conseguir chegar a tantas pessoas e difundir a Palavra de Deus!”.

RV: O Papa Francisco afirmou diversas vezes estar distante das novas tecnologias, também com uma certa ironia a respeito de si próprio. Mesmo assim, está presente nas redes sociais, como twiter e instagram. Na sua opinião, qual é o significado mais profundo que o Pontífice atribui a esta sua presença naquilo que Bento XVI chamou de “continente digital?”

Sim, o Papa não está brincando – me deixe passar a palavra – não é familiarizado com estas novas tecnologias, mas se interessa. Quer ver, estar atualizado, lê a respeito! Qual o significado a ser dado a isto? Eu penso que o Papa está consciente de ser o evangelizador, o primeiro missionário no mundo. E portanto, para ele, todos os instrumentos são bons: os meios que podem levar a sua palavra evangelizadora. Como dizia antes, isto hoje, é um instrumento quase indispensável, único: não pode ser desprezado. Com alegria vejo que lê os tweets que deve publicar e os aprova com grande entusiasmo”.

RV: Na sua opinião, que ensinamentos podemos tirar, como cristãos, do estilo com que o Papa Francisco marca presença nas redes sociais? Que conselho o senhor daria aos irmãos que usam as redes sociais?

Parece-me que o próprio Papa Francisco tenha dado conselhos sobre como usar estes instrumentos. Antes de tudo, não abusar deles: na Missa, não usá-los! E fez também a nós sacerdotes, bispos, o alerta para não abusarmos destes instrumentos. Porém, ao mesmo tempo, devemos ter a coragem e a sabedoria de saber usá-los. A coragem, porque é uma novidade e portanto é preciso saber jogar com estas novidades. E depois a sabedoria: como todo instrumento, deve ser usado na medida correta. Vemos que muitos fazem deles um uso nefasto, de ofensas, de lugar para discussões muitas vezes ofensivas. Ao invés disto, para nós, deve ser o instrumento que ajuda a nos comunicarmos com os outros. E a comunicação deve ajudar a crescer no espírito, na cultura, na postura em relação aos outros”.

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Atualizado programa da viagem do Papa ao Chile e Peru

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Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco estará novamente na América Latina  de 15 a 22 de janeiro de 2018, desta vez visitando o Chile e o Peru.

Com o objetivo de garantir as melhores condições de segurança, especialmente nos deslocamentos aéreos, as autoridades governamentais peruanas sugeriram uma alteração no programa da visita do Papa a Puerto Maldonado, no dia 19 de janeiro, visto as melhores condições atmosféricas e de visibilidade serem verificadas na parte da manhã.

Desta forma, o programa atualizado fica assim constituído:

CHILE

Segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

ROMA - SANTIAGO

08.00      Partida do Aeroporto de Roma/Fiumicino para Santiago

20.10      Chegada ao Aeroporto Internacional de Santiago

               Cerimônia de boas-vindas

21.00      Chegada do Santo Padre à Nunciatura Apostólica

 

Terça-feira, 16 de janeiro de 2018

SANTIAGO

08.20     Encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático no Palácio de la Moneda

09.00      Visita de cortesia à Presidente no Salão Azul do Palácio de la Moneda

10.30      Santa Missa no Parque O’Higgins

16.00      Breve visita ao Centro Penitenciário Feminino de Santiago

17.15      Encontro com os Sacerdotes, Religiosos, Religiosas, Consagrados e Seminaristas na Catedral de Santiago

18.15      Encontro com os Bispos na Sacristia da Catedral

19.15      Visita privada ao Santuário de São Alberto Hurtado, SJ

               Encontro privado com os sacerdotes da Companhia de Jesus

 

Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

SANTIAGO-TEMUCO-SANTIAGO

08.00        Partida do Aeroporto de Santiago para Temuco

10.30      Santa Missa no Aeroporto de Maquehue

12.45      Almoço com alguns habitantes de Araucanía na Casa “Madre de la Santa Cruz”

15.30      Partida do Aeroporto de Temuco para Santiago

17.00      Chegada a Santiago

17.30      Encontro com os jovens no Santuário de Maipu

18.30      Deslocamento em automóvel até a Pontifícia Universidade Católica do Chile

19.00      Visita à Pontifícia Universidade Católica do Chile

 

 Quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

SANTIAGO-IQUIQUE-LIMA

08.05       Partida do Aeroporto de Santiago para Iquique

10.35      Chegada ao Aeroporto Internacional de Iquique

11.30      Santa Missa no Campus Lobito

14.00      Almoço com a Comitiva Papal na “Casa de retiros do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes” dos Padres Oblatos

16.45      Deslocamento para o Aeroporto de Iquique

              Cerimônia de despedida

17.05      Partida do Aeroporto de Iquique para Lima

 

 PERU

17.20      Chegada ao Aeroporto de Lima

               Cerimônia de boas-vindas

 

 Sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

LIMA-PUERTO MALDONADO-LIMA

08.30     Viagem de avião de Lima para Puerto Maldonado 

10.15     Chegada ao Aeroporto de Puerto Maldonado      

10.30      Encontro com os Povos da Amazônia no Centro Regional Madre de Dios (Discurso do Papa)

11.30      Encontro com a população no Instituto Jorge Basadre

12.15      Visita às crianças do Lar Principio

13.15      Almoço com os representantes dos povos da Amazônia no Centro Pastoral Apaktone  

14.35      Viagem em avião até Lima        

16.10     Chegada ao Aeroporto de Lima  

16.20     Visita à Capela da Base Aérea

16.45      Encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático no Pátio de Honra (Discurso do Santo Padre)

17.15     Visita de cortesia ao Presidente no Salão dos Embaixadores do Palácio do Governo

15.55      Encontro privado com os membros da Companhia de Jesus na igreja de São Pedro

 

Sábado, 20 de janeiro de 2018

LIMA-TRUJILLO-LIMA

07.40      Partida do Aeroporto de Lima para Trujillo

09.10      Chegada ao Aeroporto de Trujillo

10.00      Santa Missa na esplanada litorânea de Huanchaco

12.15      Passeio no papamóvel pelo bairro “Buenos Aires”

15.00      Breve visita à Catedral

15.30      Encontro com os Sacerdotes, Religiosos, Religiosas e Seminaristas das Circunscrições Eclesiásticas do Norte do Peru no Colégio Seminário 

               SS.  Carlos e Marcelo

16.45      Celebração Mariana à Virgen de la Puerta na Praça das Armas

18.15      Viagem de avião para Lima

19.40      Chegada ao Aeroporto de Lima

 

Domingo, 21 de janeiro de 2018

LIMA- ROMA

09.15      Oração da Hora Média com as Religiosas de vida contemplativa no Santuário do Senhor dos Milagres

10.30      Oração junto às Relíquias dos Santos peruanos na Catedral de Lima

10.50      Encontro com os Bispos no Palácio Arcebispal

12.00      Angelus na Praça das Armas

12.30      Almoço com a Comitiva Papal na Nunciatura Apostólica

16.15      Santa Missa na base Aérea “Las Palmas”

18.30      Chegada ao aeroporto

              Cerimônia de despedida

18.45      Partida do Aeroporto de Lima para Roma/Ciampino

 

 Segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ROMA

14.15      Chegada ao aeroporto de Roma/Ciampino

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Vaticano: 22ª reunião do Conselho de Cardeais

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Cidade do Vaticano (RV) - Teve início na manhã desta segunda-feira (11/12), na presença do Papa Francisco, a 22ª Reunião do Conselho de Cardeais Conselheiros (C9).

Até a próxima quarta-feira, 13, os Cardeais convocados pelo Santo Padre para coadjuvá-lo no governo da Igreja universal, darão continuidade ao trabalho de revisar a Constituição Apostólica Pastor bonus sobre a Cúria Romana.

A última reunião, realizada de 11 a 13 de setembro deste ano, foi dedicada a um estudo sobre o estado das propostas entregues pelo Conselho ao Pontífice para a reforma da Cúria.

Entre os temas discutidos, o papel da Cúria como instrumento de evangelização e de serviço, não somente para o Papa, mas também para as Igrejas locais, a descentralização, o papel das Nunciaturas Apostólicas e a seleção do pessoal - para que possa ser menos clerical e mais internacional - com o incremento de jovens e de mulheres.

O bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, Secretário do Conselho de Cardeais, em entrevista concedida naquela ocasião, observou que no que tange ao processo de reforma da Cúria Romana, "já foram percorridos mais de três quartos do caminhos: se está na fase de concluir as propostas a serem feitas ao Papa".

O Santo Padre - explicou ele - "terá depois à disposição as propostas que dizem respeito a todos os dicastérios e caberá a ele decidir como e quando implementá-las. Francisco está acompanhando no momento o projeto de uma mudança gradual".

 

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Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Enfermo

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Cidade do Vaticnao (RV) - Foi publicada, nesta segunda-feira (12/12), a mensagem do Papa Francisco para o 26º Dia Mundial do Enfermo, celebrado em 11 de fevereiro de 2018, dia em que a Igreja recorda Nossa Senhora de Lourdes.

O Santo Padre escolheu as palavras de Jesus, elevado na cruz, que se dirige à sua mãe e a João, dizendo: «“Eis o seu filho! (…) Eis a sua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo a recebeu em sua casa» (Jo 19, 26-27).

"Queridos irmãos e irmãs!

O serviço da Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf. Lc 9, 2-6, Mt 10, 1-8; Mc 6, 7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre.

Este ano, o tema do Dia do Enfermo é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o seu filho! (…) Eis a sua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).

1. Estas palavras do Senhor iluminam profundamente o mistério da Cruz. Esta não representa uma tragédia sem esperança, mas o lugar onde Jesus mostra a sua glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo.
Em primeiro lugar, as palavras de Jesus dão origem à vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Será, de uma forma particular, a mãe dos discípulos do seu Filho e cuidará deles e do seu caminho. E, como sabemos, o cuidado materno dum filho ou duma filha engloba tanto os aspectos materiais como os espirituais da sua educação.

O sofrimento indescritível da cruz trespassa a alma de Maria (cf. Lc 2, 35), mas não a paralisa. Pelo contrário, lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor. Na cruz, Jesus preocupa-Se com a Igreja e toda a humanidade, e Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação. Os Atos dos Apóstolos, ao descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes, mostram-nos que Maria começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja. Uma tarefa que não mais terá fim.

2. O discípulo João, o amado, representa a Igreja, povo messiânico. Ele deve reconhecer Maria como sua própria mãe. E, neste reconhecimento, é chamado a recebê-La, contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus. Por isso a vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João e toda a Igreja. Toda a comunidade dos discípulos fica envolvida na vocação materna de Maria.

3. João, como discípulo que partilhou tudo com Jesus, sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai. Pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf. Jo 8, 31-39), e doentes no corpo (cf. Jo 5, 6). A todos, concedeu misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino, onde se enxugam todas as lágrimas. Como Maria, os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros; mas não só: eles sabem que o Coração de Jesus está aberto a todos, sem exclusão. A todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus. 

4. Esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes concretizou-se, ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos. Esta história de dedicação não deve ser esquecida. Continua ainda hoje, em todo o mundo. Nos países onde existem sistemas de saúde pública suficientes, o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos. Nos países onde os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a mortalidade infantil e debelar algumas pandemias. Em todo o lado, ela procura cuidar, mesmo quando não é capaz de curar. A imagem da Igreja como «hospital de campo», acolhedora de todos os que são feridos pela vida, é uma realidade muito concreta, porque, nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população.

5. A memória da longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse serviço. Mas é preciso olhar o passado sobretudo para com ele nos enriquecermos. Dele devemos aprender: a generosidade até ao sacrifício total de muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade, sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos séculos; o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados inovadores e fiáveis. Esta herança do passado ajuda a projetar bem o futuro. Por exemplo, a preservar os hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres. Ao contrário, a inteligência organizativa e a caridade exigem que a pessoa do doente seja respeitada na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento. Estas orientações devem ser assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom testemunho do Evangelho.

6. Jesus deixou, como dom à Igreja, o seu poder de curar: «Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados» (Mc 16, 17.18). Nos Atos dos Apóstolos, lemos a descrição das curas realizadas por Pedro (cf. At 3, 4-8) e por Paulo (cf. At 14, 8-11). Ao dom de Jesus corresponde o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes, o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor. A pastoral da saúde permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência. Não podemos esquecer aqui a ternura e a perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados. Os cuidados prestados em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas. Portanto, médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial. É uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um.

7. A Maria, Mãe da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas. A todos, doentes, agentes de saúde e voluntários, concedo de coração a Bênção Apostólica".

Vaticano, 26 de novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo – de 2017.

Franciscus

 

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Igreja no Mundo



Apresentado o "Guia Michelin dos Pobres 2018"

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Roma (RV) – “Onde comer, dormir, lavar-se, 2018”. O “Guia Michelin dos pobres” foi apresentado na manhã desta segunda-feira pela Comunidade de Santo Egídio, ocasião em que se falou sobre a emergência ligada à pobreza em Roma e na Itália.

O Guia - que chega à sua 28ª edição – é voltado antes de tudo a quem tem necessidade de ajuda: pobres, pessoas sem uma residência fixa, idosos ou estrangeiros, e distribuído gratuitamente a quem faz o pedido.

Mas é útil também a todos aqueles que trabalham com assistência social. Existe uma relação completa de locais onde encontrar ajuda e acolhida.

O presidente da Comunidade, Marco Impagliazzo – referindo-se somente à cidade de Roma – falou dos tantos idosos que vivem sozinhos, dos mais de 5000 Rom que vivem na periferia e das 7.500 pessoas que vivem pelas ruas ou em habitações precárias.

“Por um lado, estamos diante de uma grave emergência habitacional. Por outro, temos, sempre na capital, mais de 250 mil casas vazias e um enorme patrimônio público não utilizado”, denuncia.

Impagliazzo revelou ter proposto à Prefeita Raggi, à Prefeitura e à diversas instituições, a criação de uma espécie de “agência pública da moradia”, para a qual confluiriam públicos e privados interessados em alugar seus imóveis, possibilitando que um maior número de pessoas pudesse encontrar um local para morar.

“Este ano – acrescentou – assistimos a um aumento da generosidade dos italianos a partir de Roma, um fato altamente positivo. No Guia, registramos um aumento de tantos serviços, dos refeitórios às lavanderias, incluído o refeitório colocado à disposição da Comunidade pela Esmolaria do Papa ou as escolas de italiano para os estrangeiros”.

O que sempre traz preocupação – revelou ainda – é a chegada do frio: “há somente 40 leitos a mais”. Ao mesmo tempo, “há a necessidade de oferecer não somente abrigos noturnos, mas de colocar-se o problema de como acompanhar estas pessoas e reinseri-las na sociedade”.

‘Não é preciso muito, mas é preciso cabeça, pensamentos e uma coordenação que consiga realizar uma aliança entre instituições e sociedade civil”.

Esta manhã também foi lançada a campanha solidária “No Natal, acrescente um lugar à mesa”, que recolhe fundos para o Almoço de Natal com os pobres da Comunidade santo Egídio.

A precisão é que 60 mil italianos de todas as regiões colaborem com a campanha, e 200 mil de todo o mundo.

O Guia pode ser baixado no link http://www.santegidio.org/authdownloads/GuidaDove2018Santegidio.pdf.

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Formação



Aparecida mostrou-nos que Igreja tem que ser toda ministerial

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de Raimundo de Lima

Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, o quadro semanal “O Brasil na Missão Continental” nos traz estes dias a contribuição do bispo da Diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Coêlho, cujas considerações e reflexões sobre temas afins têm nos enriquecido neste espaço de formação e aprofundamento. 

Aparecida veio nos acordar para a consciência missionária, afirmou nosso convidado na edição passada apontando-nos algumas experiências fruto da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

Na edição de hoje Dom Sebastião reitera que a Conferência de Aparecida nos trouxe muitas luzes, principalmente mostrando que a Igreja tem que ser toda ministerial. Nesse sentido, retoma o tema do diaconato permanente afirmando ser um modo através deste ministério do serviço da caridade, uma maneira de a Igreja estar presente em muitos lugares, em muitos espaços da nossa sociedade, que precisa desta presença da Igreja de “maneira visível” e de “maneira sacramental”.

Nosso convidado ressalta ainda o fato de muitos católicos mudarem de Igreja por falta de assistência nos momentos difíceis da vida, nos momentos de dificuldades e que por isso a Igreja tem que estar presente na periferia, nas comunidades do interior, no coração das pessoas, numa relação direta, pessoal. Vamos ouvir (ouça na íntegra clicando acima).

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