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Sumario del 14/12/2017

Papa e Santa Sé

Igreja no Brasil

Igreja no Mundo

Atualidades

Papa e Santa Sé



Papa: Deus com a sua ternura se aproxima de nós e nos salva

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a Eucaristia na Capela da Casa Santa Marta, nesta quinta-feira (14/12), e a sua homilia teve como ponto central a ternura de Deus.

 
 

O tema é sugerido pela Primeira Leitura extraída do Livro do Profeta Isaías e do Salmo 144 que diz: “A sua ternura abraça toda criatura”. 

A imagem apresentada por Isaías é a de um Deus que nos fala como um pai fala ao seu filho, abaixando a voz para torná-la mais parecida à voz da criança. Primeiramente, o tranquiliza, fazendo um carinho: “Não temais. Eu vos ajudarei”. 

“Parece que o nosso Deus quer cantar para nós uma canção de ninar. O nosso Deus é capaz disso. A sua ternura é assim: é pai e mãe. Muitas vezes diz: “Se uma mãe se esquecer do filho, eu não o esquecerei. Ele nos leva em suas vísceras. É o Deus que com esse diálogo se faz pequeno para nos entender, para fazer com que tenhamos confiança Nele e possamos dizer-lhe com a coragem de Paulo que muda a palavra e diz: Papai, Abba. Papai é a ternura de Deus.”

O grande que se faz pequeno e o pequeno que é grande

“É verdade que às vezes Deus nos dá umas pancadas”, disse o Papa. “Ele é grande, mas com a sua ternura se aproxima de nós e nos salva. Este é um mistério e uma das coisas mais bonitas”: 

“É o Deus grande que se faz pequeno e em sua pequenez não deixa de ser grande. E nessa dialética grande é pequeno, existe a ternura de Deus. O grande que se faz pequeno e o pequeno que é grande. O Natal nos ajuda a entender isso: na manjedoura, o Deus pequeno. Lembro-me de uma frase de Santo Tomás, na primeira parte da Suma Teológica. Querendo explicar: “O que é o divino? O que é a coisa mais divina?, diz: “Non coerceri a maximo contineri tamen a minimo divinum est”, ou seja, não se espante com as coisas grandes, mas considere as coisas pequenas. Isso é divino, as duas coisas juntas.”

Mas, onde pode ser encontrada a ternura de Deus?

Deus não só nos ajuda, mas nos faz também promessas de alegria, de uma grande colheita, para nos facilitar a ir adiante. O Deus que, repete o Papa, não só é pai mas é papai: 

“Sou capaz de falar com o Senhor assim ou tenho medo? Cada um responda. Mas, alguém pode dizer, pode perguntar: “Qual é o local teológico da ternura de Deus? Onde pode ser encontrada a ternura de Deus? Qual é o lugar onde a ternura de Deus se manifesta melhor? Na chaga. As minhas chagas, as chagas de Jesus, quando se encontram as minhas e as suas chagas. Em suas chagas fomos curados”.
 
O Papa recordou a Parábola do Bom Samaritano: ali alguém se inclinou para ajudar homem que caiu nas mãos dos assaltantes e o socorreu limpando as suas feridas e pagou para que fosse medicado. Eis “o lugar teológico da ternura de Deus: as nossas chagas”. Francisco concluiu exortando a pensar durante o dia no convite do Senhor. Mostra-me as suas chagas. Quero curá-las”. 

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Papa a embaixadores: promover diálogo, reconciliação e colaboração

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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (14/12), na Sala Clementina, no Vaticano, os novos embaixadores do Iêmen, Nova Zelândia, Suazilândia, Azerbaijão, Chade, Liechtenstein e Índia, junto à Santa Sé, para a apresentação de suas credenciais. 

“No início de sua nova missão, estou consciente da diversidade dos países que vocês representam e das várias tradições culturais e religiosas que caracterizam a história de suas nações. Isso me dá a oportunidade de enfatizar o papel positivo e construtivo que essa diversidade representa no concerto das nações”, disse o Santo Padre aos embaixadores.

“A comunidade internacional enfrenta uma série de ameaças complexas contra a sustentabilidade ambiental e a ecologia social e humana de todo o planeta, como as ameaças à paz e à concórdia que vem de ideologias fundamentalistas violentas e conflitos regionais, que muitas vezes aparecem sob a forma de interesses e valores opostos. Todavia, é importante lembrar que a diversidade da família humana não é a causa desses desafios à coexistência pacífica. Realmente, as forças centrífugas que desejam dividir os povos não devem ser procuradas em suas diferenças, mas na falta de estabelecer um caminho de diálogo e compreensão como o meio mais eficaz para responder a esses desafios.”

Segundo o Papa, a presença dos embaixadores nesse encontro “é um exemplo do papel importante que tem o diálogo em permitir à diversidade de ser vivida de forma autêntica e no benefício recíproco para a nossa sociedade cada vez mais globalizada”. 

Para Francisco, uma “comunicação respeitosa leva à colaboração e favorece a reconciliação onde é necessária. Essa cooperação por sua vez é de ajuda para a solidariedade, condição para o crescimento da justiça e para o respeito da dignidade, dos direitos e das aspirações de todos. O compromisso com o diálogo e a colaboração deve ser o sinal característico de cada instituição da comunidade internacional, como também de toda instituição nacional e local, visto que todas são encarregadas de buscar o bem comum”. 

Francisco concluiu, afirmando que “a promoção do diálogo, da reconciliação e da cooperação não podem ser consideradas como garantidas”. 

“A arte delicada da diplomacia e o trabalho árduo da construção de uma nação devem ser sempre aprendidos novamente por toda nova geração. Partilhamos a responsabilidade coletiva de educar os jovens para a importância desses princípios que sustentam a ordem social. Transmitir esta herança preciosa aos nossos filhos e netos, não somente garantirá um futuro pacífico e próspero, mas também irá satisfazer as exigências da justiça entre as gerações e o desenvolvimento humano integral ao qual tem direito todo homem, mulher e criança.”  

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Mensagem do Papa na inauguração da cátedra ecumênica intitulada ao Patriarca Atenágoras

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Florença (RV) – O “diálogo” e a “amizade fraterna” entre católicos e ortodoxos são dois dos principais frutos do encontro realizado há 50 anos entre o Patriarca ecumênico de Constantinopla Atenágoras e Chiara Lubich.

É o que destaca o Papa Francisco no telegrama enviado ao Grão Chanceler do Instituto universitário Sophia, cardeal arcebispo de Florença, Dom Giuseppe Betori, por ocasião da inauguração na tarde desta quinta-feira, da cátedra ecumênica internacional intitulada precisamente ao Patriarca ortodoxo e à fundadora do Movimento dos Focolares.

Alegrando-se pela “louvável iniciativa” voltada a recordar aquele memorável encontro, o Pontífice faz votos de que o Instituto universitário de Loppiano - “seguindo o próprio carisma e aberto à ação do Espírito Santo - continue a ser lugar de encontro e de diálogo entre culturas e religiões diversas”.

A ideia de uma “cátedra ecumênica” – explica um comunicado dos Focolares – nasceu em 26 de outubro de 2015, quando o Instituto Sophia conferiu o primeiro doutorado honoris causa em cultura de unidade ao patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.

“Tal projeto acadêmico – enfatiza a presidente do movimento Maria Voce – representa um momento importante nas relações ecumênicas em curso entre as Igrejas irmãs do Oriente e do Ocidente e abre perspectivas fascinantes para um estudo centrado no respeitoso diálogo, que se prospecta ainda mais enriquecedor no dom recíproco em nível de reflexão teológica e de uma antropologia de comunhão”.

A cátedra, da qual são co-titulares o diretor do instituto, Monsenhor Piero Coda e o metropolita de Selyvria, Maximos Vgenopoulos, foi inaugurada pelo metropolita ortodoxo da Itália e Malta, Gennadios Zervos, que proferiu a palestra inaugural intitulada “O Patriarca Atenágoras e Chiara Lubich, protagonistas de unidade”.

Mensagem de Bartolomeu I

Também o Patriarca Bartolomeu enviou uma mensagem onde expressou “alegria e comoção” pela iniciativa dedicada “ao encontro profético entre dois grandes pioneiros do atual movimento ecumênico”.

As relações de amizade e de cooperação com o patriarcado ecumênico remontam a junho de 1967, quando Chiara Lubich encontrou pela primeira vez Atenágoras que confiou a ela: “É uma grande coisa conhecer-se;  vivemos isolados, sem ter irmãos, sem ter irmãs, por muitos séculos, como órfãos! Os primeiros dez séculos do cristianismo foram para os dogmas e para a organização da Igreja. Nos dez séculos seguintes tivemos os cismas, a divisão. A terceira época, esta, é a do amor”.

Aquele encontro – sublinha Bartolomeu na mensagem – “não foi um evento casual”, mas foi “obra da graça de Deus, que selou entre o nosso patriarcado ecumênico e o movimento dos focolares uma comunhão de amor cristãos, de autêntica amizade e de colaboração fraterna, que continuam até os nossos dias”.

Na mensagem, Bartolomeu dirige ainda duas “paternas exortações” inspiradas no nome do instituto universitário de Loppiano e no movimento do Focolares.

Com a primeira, faz os votos aos docentes e estudantes, para “terem sempre Sophia, sabedoria, a sophia de Deus e não do mundo”.

Depois, os votos são dirigidos de maneira mais ampla aos simpatizantes do carisma dos focolares, exortando a manterem “sempre acesa a chama, o fogo da fé em Cristo, único verdadeiro Deus, Senhor e salvador do mundo, e o espírito de genuína comunhão fraterna que caracterizava a fundadora de vocês e sua fiel serva Chiara”.

Aulas em março

Todo o ciclo de lições da nova cátedra, que se realizará no mês de março, terá como tema “A eclesiologia da Igreja ortodoxa e o caminho de diálogo ecumênico com a Igreja Católica” e oferecerá um percurso de formação qualificado a todos que desejam preparar-se para oferecer a própria contribuição à promoção da plena unidade, a serviço do encontro entre os povos e as culturas.

Uma iniciativa que assume uma particular relevância também no plano internacional à luz, sobretudo, da crise dos equilíbrios políticos, sociais e religiosos no Oriente Médio.

Para Maria Voce, “o esforço profético em promover a unidade, testemunhado em modo visionário pelo Patriarca Atenágoras e por Chiara Lubich – tão real quanto inovador, porque envolve coerência de vida e de pensamento – ainda traça o caminho de luz para a busca das novas gerações”.

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Papa encontra no Vaticano membros da Aliança Evangélica Mundial

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Cidade do Vaticano (RV) – Sobretudo temas ecumênicos marcaram o encontro privado nesta quinta-feira entre o Papa Francisco e membros da presidência da Aliança Evangélica Mundial.

Sorin Mureşan, responsável pelos serviços sociais da Aliança Evangélica, estava no encontro. Eis o que declarou à RV após a audiência:

Encontramos o Papa para uma discussão ecumênica sobre como encontrar um caminho comum. No mês de outubro deste ano foram publicados dois documentos da Aliança Evangélica Mundial sobre temas teológicos. Hoje, com o Papa, tivemos aa intenção de propor a criação de um Comitê Permanente de diálogo entre a Igreja Católica, que é a maior Igreja do mundo, e a Aliança Evangélica Mundial. Pensamos que o papa tem uma abertura especial. É muito fácil falar com ele”.

Nascimento da Aliança Evangélica

A história deste organismo está ligada ao século XIX. A ideia de uma Aliança Evangélica, voltada à comunhão e à cooperação entre cristãos evangélicos de diversos países, difundiu-se pela primeira vez na Inglaterra, em 1848.

Em uma Europa sacudida por slogans revolucionários, os fundadores da Aliança declaram-se “profundamente persuadidos” quanto à necessidade de “formar uma confederação com base nos princípios evangélicos e que recebia um apoio comum”.

A iniciativa é sucessivamente imitada em um crescente número de países. Grande parte destas alianças evangélicas nacionais convergiram mais tarde na Aliança Evangélica Mundial.

Oração e caridade

No decorrer do primeiro século de sua existência, a Aliança apoiou múltiplos projetos, entre os quais, diversas  iniciativas para a promoção de uma semana de oração em todo o mundo.

Em 1958 nasce a Aliança Evangélica Missionária que reúne quase todas as sociedades missionárias evangélicas.

Em 1973 é fundada a agência humanitária Tearfund, comprometida em obras caritativas em diversos países. Em 2004, graças a esta ONG de inspiração cristã, são ajudadas mais de 700 mil pessoas de países do sudeste asiático – entre os quais Sri Lanka e Indonésia – devastados pelo terremoto e por um tsunami.

 

 

 

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VIII capítulo de 'Pai Nosso': o Papa na TV

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Cidade do Vaticano

Foi ao ar na noite de quarta-feira (13/12), o oitavo capítulo da série ‘Pai Nosso’, com a participação do Papa Francisco, no canal italiano TV2000, da Conferência Episcopal, CEI.

Em tom informal, sentado ao lado do condutor, o jovem capelão do cárcere de Pádua, Pe. Marco Pozza, o Papa afirmou categoricamente que “Com Satanás não se conversa, porque é mais inteligente do que nós”.

Satanás não é abstrato

“Satanás é o mal, é uma pessoa, não é como a neblina de Milão. Não é uma coisa no ar, é uma pessoa. Com Satanás não se pode dialogar. Se começar a dialogar com Satanás, você se perde; ele é mais inteligente do que nós, inverte tudo, faz perder a cabeça, você fica perdido”.

Para Francisco, Satanás tem nome e sobrenome e entra até em nossas casas: “Faz de conta de ser educado conosco. Com nós, sacerdotes, com nós, bispos, ele é educado; entra e se não percebermos logo, acaba mal”.

A produção e o livro

Os 9 programas gravados deram origem ao livro ‘Pai Nosso’, publicado pela editoria Rizzoli e pela Livraria Vaticana.

A série é realizada pela TV2000 em parceria com a SPC, Secretaria para a Comunicação da Santa Sé. Vai ao ar todas as quartas-feiras, com a participação também de personalidades da cultura e do espetáculo. 

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Simpósio ecumênico em Roma debate xenofobia e populismo

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Cidade do Vaticano (RV) - Convencidos do papel crucial que as Igrejas podem desempenhar na missão de promover uma sociedade mais justa e humana, o Pontifício Conselho para o Desenvolvimento Humano Integral e o Conselho Mundial de Igrejas, em colaboração com o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, realizam desde quarta-feira, 13, até sexta-feira, o primeiro Simpósio ecumênico para estudar o fenômeno da xenofobia e dos populismos.

O encontro que se realiza em Roma - e que prepara uma Conferência mundial sobre o tema a ser realizada em maio de 2018 - reúne especialistas e líderes ecumênicos de todo o mundo, com o objetivo de explorar de que modo as Igrejas podem ser protagonistas no trabalho conjunto para enfrentar em modo proativo este crescente temor e encontrar respostas construtivas modeladas pela espiritualidade e pelas tradições cristãs de respeito pelos direitos e pela dignidade humana.

"O medo e o ódio por qualquer coisa de estranha, alheia, diferente, isto é, aquilo que é percebido como "outro", está penetrando em todos os setores da sociedade: social, cultural, político e espiritual - sublinham os promotores. Permeia a mídia e influencia as políticas e as opiniões públicas, ameaçando assim os valores humanos e morais da sociedade".

As Nações Unidas recentemente caracterizaram as reações da sociedade à crise migratória global e dos refugiados, como marcada por um "medo tóxico", radicado na xenofobia e encorajado pela política populista.

No contexto da complexa crise global dos migrantes e dos refugiados, as Igrejas consideram não poder ficar em silêncio ou indiferentes, "mas devem estar conscientes de seu mandato missionário e moral para buscar modos realísticos e construtivos para enfrentar a xenofobia e o populismo".

"Acreditamos que superar a xenofobia e o populismo é um desafio ético e pedagógico quer para as Igrejas como para a sociedade".

"Para as Igrejas este é também um desafio teológico e implica um autoexame e humilde reconhecimento da nossa vulnerabilidade ao poder corrosivo do medo, do preconceito associado e da discriminação que ameaça a unidade do Corpo de Cristo".

Este simpósio, portanto, aprofunda a compreensão da xenofobia por parte das Igrejas e o correspondente aumento do populismo em relação à crise migratória e dos refugiados.

Ademais, busca discernir os meios para uma maior colaboração e ações comuns, incluindo o melhor uso dos instrumentos da mídia para transformar esta realidade crescente e desumanizante de intolerância e ódio baseada no medo, e assim promover uma cultura de respeito, solidariedade e coesão social.

E ainda, promover a sistemática capacidade eclesial, desenvolvendo as melhores práticas para enfrentar a xenofobia e o populismo, permeadas pelos valores cristãos de justiça e compaixão, radicadas em relações de confiança e diálogo aberto, e planejar e preparar a Conferência Mundial sobre Xenofobia e Populismo, a ser realizada de 21 a 24 de maio de 2018.

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Igreja no Brasil



Reforma da previdência: Igreja pede diálogo e justiça social

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Cristiane Murray - Cidade do Vaticano

O arcebispo de Brasília (DF) e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Sergio da Rocha, recebeu na manhã de terça-feira, (12/12), representantes de movimentos populares envolvidos nas mobilizações contra a Reforma da Previdência. A atitude foi descrita pelos presentes como gesto humano, solidário e, sobretudo, de pastor. 

Há dez dias, estão fazendo greve de fome Frei Sérgio Görgen, Josi Costa e Leila Denise, membros do Movimento de Pequenos Agricultores. “A greve significa que alguns passarão fome por alguns dias para evitar que muitos passem fome uma vida inteira”, disse Bruno Pilon, do MPA.

Dom Roque Paloschi, Arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho - Rondônia envia mensagem de apoio e solidariedade. Confira:

Ao grupo, Dom Sergio disse que “a Igreja tem feito o anúncio profético de sempre recordar as exigências da justiça social, da caridade e da paz. Que nas iniciativas que são tomadas tenhamos sempre assegurado o direito dos mais pobres dos mais vulneráveis, porque se a Igreja não ajudar, não estiver junto desses irmãos e irmãs, estaremos deixando de cumprir a nossa missão e, ao mesmo tempo, não estaremos contribuindo para a construção da justiça e da paz”.

A Conferência da Família Franciscana no Brasil manifesta solidariedade com uma nota de apoio à greve de fome contra a Reforma da Previdência

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), por meio de sua presidente, Irmã Maria Inês V. Ribeiro, também divulgou nota de solidariedade aos grevistas. Confira a nota na íntegra.

A Câmara dos Deputados pretende pautar o tema para votação no próximo dia 19.

 

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Igreja no Mundo



Cardeal Anders Arborelius escolhido "Sueco do Ano"

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Estocolmo (RV) –  O “Sueco do Ano” escolhido pela revista Fokus é o bispo católico da Diocese de Estocolmo, cardeal Anders Arborelius.

Para a pequena Igreja católica na Suécia, um dos países mais secularizados no mundo, é um grande reconhecimento não ser considerados estrangeiros ou estranhos, mas parte da sociedade.

Como declarou o purpurado à Rádio Vaticano após saber da notícia:

Às vezes me perguntam se sou um verdadeiro sueco, porque pensam ser impossível ser um sacerdote católico, bispo e cardeal. Estou contente pela indicação e considero a revista corajosa pelo feito. Mostra que a Igreja Católica torna-se sempre mais uma realidade sueca e uma parte da cultura da sociedade sueca. É parte de um processo de integração, que se pode ser sueco e cardeal ao mesmo tempo”.

Criado cardeal no consistório de 29 de junho, é o primeiro da história da Suécia e o primeiro bispo de origem sueca desde a reforma luterana.

Anders Arborelius nasceu em 1949 em uma família luterana, convertendo-se ao catolicismo em 1969. Dois anos mais tarde ingressou no mosteiro carmelita de Norraby, na Suécia. Em 1979 foi ordenado sacerdote.

A Igreja na Suécia conta com cerca 150 mil fiéis, de várias origens, línguas e ritos

A motivação do júri

“Sueco do ano 2017 é Sua Eminência Anders, cardeal Arborelius, OCD, bispo de Estocolmo”, anuncia a revista, explicando a motivação do júri:

“Há 19 anos, o sueco do ano assume um papel que nenhum outro sueco havia tido desde o século XVI. Este ano, foi o primeiro sueco a usar o barrete vermelho. O sueco do ano já fez história, mas ele é também uma pessoa que, desde a sua nomeação a bispo em 1998, fez parte do debate público sueco. Representando a Igreja Católica em um país, cuja identidade é principalmente laica ou luterana, requer uma postura sem medo. Como bispo católico de Estocolmo, o sueco do ano, desempenha também um papel essencial em fazer encontrar suecos e imigrantes suecos. O sueco do ano é Anders Arborelius, bispo e cardeal”.

O Prêmio

A distinção “Sueco do Ano” premia personalidades desde 1984. Nos primeiros anos do prêmio, os principais critérios para selecionar os suecos do ano eram que a pessoa em questão tivesse tido um papel preponderante nas notícias daquele ano. Naquela época, o principal serviço de informação pública sueco, o Rapport, fazia a seleção.

A partir de 2006, a principal revista sueca Foku passou a ser a encarregada de fazer a seleção dos candidatos, que depois são escolhidos por um júri independente e os critérios também mudaram, buscando refletir a vontade de escolher candidatos interessantes e estimulantes, não simplesmente “conhecidos”.

O júri busca pessoas que “durante o ano tenham se distinguido em um modo que tenha mudado a Suécia para melhor”.

A coisa mais importante, é que o sueco do ano “tenha demonstrado independência e originalidade em um país que que, por bem ou por mal, é inclinado à uniformidade”.

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Episcopado alemão e a ajuda aos cristãos perseguidos

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Berlim (RV) - A Conferência Episcopal da Alemanha reiterou seu compromisso na ajuda às comunidades vítimas de perseguições e violências.

Ao apresentar um opúsculo sobre atividades em favor dos cristãos perseguidos na Nigéria, Dom Ludwig Schick, Arcebispo de Bamberg e responsável pelas missões da Conferência Episcopal, evidenciou as dificuldades a que tantas pessoas são submetidas cotidianamente.

A publicação do opúsculo faz parte da iniciativa "Solidariedade com os cristãos perseguidos e oprimidos em nossos tempo".

Especialmente no norte da Nigéria - explicou o prelado, citado pelo L'Osservatore Romano - os cristãos sofrem os efeitos da violência de radicais islâmicos, os ataques às igrejas e aos locais de culto, os sequestros e as brutais violências por parte do grupo extremista Boko Haram.

Desde 2009, de fato, cerca de 20 mil pessoas foram barbaramente assassinadas pela seita islâmica, em inúmeros atentados terroristas.

Em 16 de outubro em Benin City, por ocasião de um encontro nacional dos católicos nigerianos para renovar a consagração do país africano a Virgem Maria e rezar pela paz, unidade e reconciliação, 29 civis foram brutalmente assassinados dentro de uma escola onde haviam se refugiado para escapar de um grupo de homens armados.

Religiões pela paz e a reconciliação

Dom Schick, que em abril passado visitou o país africano, enfatizou o papel positivo desempenhado neste contexto pelas confissões religiosas comprometidas no processo de paz e de reconciliação do país.

O prelado recordou que graças ao esforço conjunto da Igreja Católica e de expoentes muçulmanos locais, em algumas regiões da Nigéria foi alcançado um ambiente de paz que tem se mantido.

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CMI promove oração ecumênica pela paz na Coreia

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Oslo (RV) - Realizou-se em Oslo, Noruega, uma semana de oração pela paz na Coreia para manifestar concretamente a importância da ação ecumênica, no país asiático, a fim de vencer a guerra. 

O evento, intitulado “Uma luz pela paz”, foi promovido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) na primeira semana do Advento, aderindo ao pedido do comitê executivo do organismo que convidou “todos os cristãos e pessoas de boa vontade do mundo inteiro a unirem-se em oração pela paz e promover iniciativas de solidariedade em prol da Coreia”. 

Com a semana de oração, o Conselho Mundial de Igrejas renovou, mais uma vez, o seu compromisso, de mais de trinta anos, com uma série de iniciativas ecumênicas que tiveram um momento particular na celebração da décima assembleia geral, realizada em Busan, Coreia do Sul de 30 de outubro a 8 de novembro de 2013, em que foi forte o convite a colocar fim ao estado de guerra, iniciando um percurso de reconciliação para viver a paz. 

Na semana de oração pela paz na Coreia, o CMI pediu para rezar e  acender uma vela em todo lugar, pois, “no tempo do Advento a luz da vela recorda a luz de Cristo que vem ao mundo. A luz de Cristo pode iluminar esse tempo em que parece difícil encontrar caminhos para superar tensões e divisões, tempo em que a linguagem da força e da ameaça parece dominar”.

O organismo ecumênico quis cultivar “a esperança de que homens e mulheres do mundo, de confissões cristãs e outras religiões, pudessem encontrar a maneira de unir e amplificar suas vozes com um gesto de paz, como o de acender uma vela, depois de um momento dedicado à oração. Durante uma semana, em muitos lugares, rezou-se pela paz na Coreia numa perspectiva ecumênica, com a participação de cristãos de várias denominações que acolheram o convite do CMI de manifestar solidariedade aos coreanos, oferecendo todo tipo de apoio às tentativas de diálogo e pedindo um mundo livre de armas nucleares”. 

A semana concluiu-se com uma oração ecumênica na Igreja da Trindade, em Oslo, e no dia seguinte, com uma procissão de velas na capital norueguesa, por ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Paz à organização “Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares”. 

O prêmio foi entregue a Setsuko Thurlow, sobrevivente da bomba de Hiroshima. Ela sublinhou que “armas nucleares e humanidade não podem mais coexistir”. 

 

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Atualidades



D. Murilo Krieger: "Presença da Igreja na Amazônia é uma graça"

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Cidade do Vaticano

“A Mãe de Deus é imagem da Igreja e dela queremos aprender a ser igreja com rosto mestiço, com rosto indígena, afro-americano, rosto de camponês, rosto cola, ala, cacaxtle. Rosto pobre, de desempregado, de menino e menina, idoso e jovem, para que ninguém se sinta estéril nem infecundo; para que ninguém se sinta envergonhado ou pouca coisa”.

O encorajamento do Papa

As palavras do Papa na homilia proferida na festividade de Nossa Senhora de Guadalupe, em 12 de dezembro de 2017, na Basílica Vaticana, conduzem nossos olhos e corações mais uma vez diretamente à nossa realidade. Francisco se confirma como um pastor latino-americano chegado ao povo, preocupado com excluídos e descartados e com a defesa de suas terras. Disposto a convocar um Sínodo para analisar a ação da Igreja nesta região por tantos séculos abandonada e usurpada pelos mais ricos. Por que a Amazônia merece um Sínodo? Quem responde é o primaz do Brasil, arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger.

Um grito profético na Assembleia dos Bispos

 

“Lembro-me que uma vez na Assembleia dos Bispos, ainda em Itaici, um dos bispos da Amazônia disse que era preciso que a Igreja do Brasil voltasse seu olhar para a Amazônia. Na maioria, os missionários e por isso, os bispos de lá, eram estrangeiros. A partir daquele grito profético começamos a nos preocupar mais, a ponto de hoje haver uma Comissão dentro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para a Amazônia.

Amazônia, realidade desconhecida

“Temos nos deparado com uma realidade que temos que reconhecer, humildemente, nós não conhecíamos. Agora, com a ideia do Papa do Sínodo Pan-amazônico, é o mundo que vai voltar o olhar para ela. Porque as pessoas interessadas em explorar, já tinham o olhar voltado para ela há muito tempo… Mas a Igreja está presente desde o início, e como o Papa lembrou na JMJ do Rio de Janeiro, aos bispos do Brasil, a graça é que a presença da Igreja nunca foi para explorar, como alguém que está de passagem para se enriquecer e ir embora. Ao contrário, a Igreja foi para levar o Evangelho. Mas temos que reconhecer que é ainda uma presença humilde diante das muitas necessidades daquela região”.

Clero local que leve adiante as propostas

“A Igreja ajuda e deve ajudar aquele povo a descobrir suas potencialidades e coloca-lás em uso. Durante muito tempo, se pensou na Amazônia como um lugar para o envio de missionários; aos poucos, no Brasil, fomos mudando e hoje a ideia que perpassa é de apoiarmos os Seminários locais, enviando professores, para que eles possam amanhã ter condições de dirigi-los e levar adiante suas propostas”

“Não se trata tanto de mandar catequistas para catequisar aquele povo, mas ajudar a formar catequistas de lá, para que eles sejam os evangelizadores da Amazônia. Portanto a nossa função não é substitui-los e nem ir lá para ficar permanentemente, mas ajuda-los a crescer como outros nos ajudaram a crescer no passado”.

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