2004-07-20 19:45:16

Igreja assiste prisioneiros que ameaçam greve de fome no Chile


Santiago, 19 jul (RV)- Complica-se a situação de dois prisioneiros que decidiram retomar a greve de fome, apesar de suas graves condições de saúde. Os dois prisioneiros já ficaram 74 dias sem comer.

Trata-se de Jorge Mateluna e Jorge Espínola, pertencentes a um grupo de cerca de 30 detidos ex-guerrilheiros de esquerda, mantidos na prisão de segurança máxima de Santiago, há mais de 10 anos. Eles são acusados de “terrorismo”.

No final de junho, o caso inflamou o debate político, quando a Igreja Católica e o Presidente Ricardo Lagos declararam-se a favor da aprovação de um indulto, que estabeleceria uma pena única de 10 anos de reclusão para os ex-guerrilheiros de esquerda _ pena que os 30 prisioneiros já cumpriram.

De nada valeram os apelos provenientes de diversos setores da sociedade civil: com 25 votos a favor, 17 contra e uma abstenção, o Senado de Santiago rejeitou o indulto. A direita do país argumenta que os prisioneiros partidários de Augusto Pinochet deveriam ter os mesmos benefícios carcerários.

O Vigário da Pastoral Social chilena, Mons. Alfonso Baeza, assistiu os prisioneiros durante a greve de fome. Ele criticou a conduta da Câmera e expressou sua preocupação com os dois prisioneiros, pelo anúncio da retomada do protesto. Os dois presos poderiam obrigar os guardas carcerários a ministrar-lhes alimentos e líquidos contra sua vontade.

Segundo Mons. Baeza, já foi feito de tudo para tentar convencê-los a renunciar à greve de fome. Ele explica que o que aconteceu no Senado chileno fez com os detidos perdessem a esperança e a confiança. (BF)








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