EPISCOPADO SUIÇO CONDENA USO DE BEBÊS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
Genebra, 08 jun (RV) - "O uso de bebês como alternativa nos tratamentos médicos
é uma eugenia vergonhosa, mascarada de bons sentimentos": é o que afirmam os bispos
suíços num comunicado, referindo-se ao primeiro bebê de nacionalidade suíça, nascido
em laboratório, para doar a medula óssea ao irmão doente. Trata-se de um bebê nascido
em janeiro de 2005, num laboratório de Bruxelas, com o objetivo de doar a sua medula
óssea ao irmão, de 6 anos.
Os bispos ressaltam que "se não é justo criticar
a intenção subjetiva dos pais, que também sofrem, e se nos alegramos pela cura da
criança, permanece o fato que o uso dessa técnica constitui uma inquietante forma
de eugenia".
Os bispos suíços criticam, sobretudo, a produção de 20-30 embriões
humanos que, depois de ter sido encontrado o embrião compatível com a pessoa doente,
são destruídos. Segundo os bispos, "o fim nobre de curar um doente não justifica a
morte dos embriões, que são indivíduos da espécie humana. "A eugenia_ comentam_ é
uma prática odiosa, que consiste em selecionar as crianças que nascerão, em função
de critérios utilitaristas que não respeitam a sua dignidade."
Na nota, os
bispos também fazem referimento a uma disposição das Câmaras Federais suíças que,
em 2005, aceitaram a "eugenia negativa", ou seja, a supressão dos embriões portadores
de características genéticas inapropriadas, enquanto queriam vetar a "eugenia positiva",
isto é, a seleção de um embrião aceitável.
"Ambas as práticas _ afirmam os
bispos suíços _ são incoerentes e não realistas porque se trata de uma instrumentalização
do ser humano."
"A Suíça _ concluem _ deve dar um sinal claro, vetando a técnica
do uso de bebês ou qualquer outra forma de instrumentalização de embriões humanos."
A
alternativa, segundo eles, pode ser encontrada na promoção da cultura da doação de
órgãos por parte dos adultos, o que tornaria inútil o recurso ao uso de bebês." (JK)