GOVERNO BLAIR REJEITA ISENÇÃO A AGÊNCIAS CATÓLICAS DE ADOÇÃO
Londres, 25 jan (RV) - Os ministros do governo trabalhista britânico de Tony
Blair rejeitaram, por ampla maioria, a concessão da isenção solicitada pela Igreja
Católica, de obediência a uma lei que proíbe suas agências de adoção, de discriminar
casais homossexuais.
A imprensa britânica informou, nesta quinta-feira, que
o primeiro-ministro, simpatizante da posição assumida pela hierarquia católica, acabou
cedendo à pressão da maioria de seus ministros, que rejeitam essa isenção.
Blair
desagradou seu gabinete, ao se declarar disposto a uma negociação, depois que a Igreja
Católica ameaçou fechar as agências de adoção, caso não fossem isentadas de cumprir,
neste particular, a Lei de igualdade sexual, que entrará em vigor em abril próximo.
Vários
representantes da Igreja Católica admitiram, publicamente, que não são contrários
à adoção de crianças por uma pessoa com inclinações homossexuais, porém se opõem à
adoção de crianças por parte de casais homossexuais.
Para pressionar o governo,
o primaz católico da Inglaterra, Cardeal Murphy O'Connor, enviou uma carta a todos
os membros do gabinete, dizendo que a Igreja não poderia aceitar que suas agências
de adoção fossem obrigadas a aceitar os pedidos de adoção feitos por casais homossexuais.
A
posição do Episcopado católico recebeu o apoio dos colegas anglicanos. O primaz da
Igreja Anglicana, Dr. Rowan Williams, arcebispo de Cantuária, também escreveu uma
carta ao governo, na qual assinalava que "o direito de consciência não pode estar
submetido a determinada legislação".
A única concessão a que estariam dispostos
alguns ministros seria a de dar aos católicos, um prazo de transição, para que as
agências de adoção se adaptem, aos poucos, à nova Lei de igualdade sexual. (JK)