CHINA: IGREJA CATÓLICA "OFICIAL" ERIGE CERCA EM VISTA DA CARTA DO PAPA
Pequim, 29 jun (RV) – Os bispos da Igreja Católica oficialmente reconhecida
na China, ou seja, a Associação Católica Patriótica, reuniram-se em Huairou, 50 km
a nordeste de Pequim, a convite da Frente Unida, para uma sessão política.
A
informação é da agência missionária de notícias _ AsiaNews _ que revela que o tema
do encontro é "como responder à carta de Bento XVI aos católicos chineses", que está
para ser publicada.
Segundo a agência do Pontifício Instituto das Missões Exteriores
(PIME), os bispos serão "exortados" a tomar distância da carta do pontífice e serão
"induzidos" a fazer declarações públicas que elogiem a política religiosa do Partido,
reivindicando, a seguir, a própria independência, em relação às diretrizes da Igreja
de Roma.
Em janeiro passado, após um encontro, no Vaticano, com cardeais, bispos
e outros membros da Secretaria de Estado, Bento XVI anunciara o envio de uma sua carta
aos católicos chineses. Segundo indiscrições, a edição em chinês, do documento, teria
sido assinada pelo papa no dia 27 de maio, solenidade de Pentecostes.
A mensagem
traz uma retrospectiva dos últimos decênios da vida da Igreja na China, caracterizados
por uma forte perseguição contra os fiéis e membros do clero da Igreja Católica "clandestina",
ou seja, aquela que permanece fiel ao pontífice romano e à Santa Sé. Mas fala também
da forte fidelidade dos católicos _ seja "oficiais" que "clandestinos" _ ao Santo
Padre.
A Igreja "clandestina" não é reconhecida pelo regime chinês, que tutela
apenas os fiéis e o clero pertencentes à Associação Católica Patriótica, cuja hierarquia
é nomeada pelo próprio PC chinês. O partido considera a nomeação de bispos por parte
da Santa Sé como "uma ingerência indevida nos assuntos internos da China".
A
carta de Bento XVI aos católicos chineses será publicada neste sábado, 30 de junho.
(AF)