POLÍTICA DO FILHO ÚNICO NA CHINA PREJUDICA O FUTURO DO PAÍS
Pequim, 24 set (RV) - A política chinesa do "filho único" é uma lenta tragédia
humanitária, pois prejudica o desenvolvimento futuro do país _ disse o demógrafo Nicholas
Eberstadt.
Nicholas fez essa advertência durante o Fórum Econômico Mundial
de Dalian, sul da China, província de Liaoning, tradicional encontro de estudiosos
de fama internacional. O demógrafo define tal política "um trágico erro histórico"
que o governo chinês poderá evitar, se mudar suas idéias.
Segundo os estudos
do demógrafo, de 2005 a 2030 haverá uma diminuição de 20% na população jovem, de 15
a 24 anos, aumentando a população acima de 50 anos. Em 2030 a população chinesa acima
de 65 anos será cerca de 235 milhões.
Além do envelhecimento geral, a política
atual cria uma revolução na família tradicional, que o governo quer estruturar, inspirando-se
no modelo 4-2-1, ou seja, 4 avós, 2 pais e um filho. Mas na China não existe um
adequado sistema de aposentadoria e, por cultura e organização social, os filhos devem
atender às necessidades de seus pais idosos.
A política do filho único privilegia
os filhos de sexo masculino, criando, assim, um grave desequilíbrio entre o sexo masculino
e feminino.
O governo de Pequim justifica tal política, alegando que, assim,
se poderá combater a pobreza e preservar as reservas nacionais. (MJ/AF)