CONCLUÍDO NA ARGENTINA SEMINÁRIO FÉ E COMPROMISSO POLÍTICO
Buenos Aires, 22 set (RV) - "A nossa pastoral hoje tem nuanças um pouco diferentes
do passado, no sentido que não interessa tanto à Igreja argentina a dimensão de massa
da obra evangelizadora, quanto a sua profundidade e intensidade. Por isso, os bispos
dão fundamental importância à política enquanto forma particular da caridade."
Foi
o que disse o presidente da Comissão episcopal para a pastoral social e bispo de San
Isidro, Dom Alcides Jorge Casaretto, concluindo ontem, domingo, na cidade de Córdoba,
o seminário organizado para refletir sobre as "contribuições que a fé pode e deve
dar à política, enquanto serviço ao bem comum".
Recordando que a Argentina
_ assim como outros países da América Latina _ se aproxima das grandes celebrações
pelo bicentenário da independência, Dom Casaretto afirmou que "o grande desafio de
hoje é poder chegar a essas festas afirmando que em nossa sociedade não mais existem
pessoas excluídas".
O seminário, do qual participaram numerosos especialistas
leigos e eclesiásticos e que tinha como finalidade identificar os elementos essenciais
para um "repensamento da política à luz da fé", se propunha indicar "contribuições
específicas para servir o bem comum".
Nesse contexto, Dom Casaretto defendeu
a "necessidade de fortalecer as instituições da democracia, bem como os partidos políticos",
jamais esquecendo "que são meios para buscar consensos mediante um diálogo aberto
e sincero; diálogo que deve ser sempre considerado como o instrumento principal em
toda circunstância" _ explicou o prelado.
Ademais, o bispo argentino precisou
que hoje é necessário "lutar contra toda forma de exclusão social, contra a iniqüidade
que dilacera muitas das nossas sociedades, mesmo porque se somam a esse mal outros
não menos penosos, como o jogo de azar, as drogas e outras dependências que deprimem
a pessoa".
Por fim, Dom Casaretto concluiu dizendo: "Queremos encorajar os
jovens a tomarem parte ativa na política recordando-lhes que não se trata de uma coisa
ruim: pelo contrário, é um serviço de caridade para buscar consenso na perspectiva
do interesse comum, do bem de toda a sociedade e não de uma parte sua". (RL)