Cidade do Vaticano, 04 fev (RV) - No final da Audiência Geral desta quarta-feira,
o papa manifestou sua preocupação com a guerra no Sri Lanka:
"As notícias do
recrudescimento do conflito e do crescente número de vítimas inocentes me induzem
a dirigir um apelo aos beligerantes, para que respeitem o direito humanitário e a
liberdade de movimento da população, que façam o possível para garantir a assistência
aos feridos e a segurança dos civis e permitam que suas urgentes necessidades alimentares
e médicas sejam atendidas. Que Nossa Senhora de Matuu, muito venerada pelos católicos
e também por membros de outras religiões, apresse o dia da paz e da reconciliação
no país" – disse Bento XVI.
Sobre a situação no Sri Lanka, só no dia de ontem
pelo menos 52 civis morreram no norte do país durante os combates entre o exército
e os rebeldes tâmeis.
Na cidade de Vanni, um escritório da Caritas foi bombardeado
e destruído: um agente ficou ferido. O núncio apostólico no país, Dom Mario Zenari,
que foi nomeado núncio na Síria, pediu para permanecer ao lado da população neste
momento de sofrimento.
Em entrevista à Rádio Vaticano, ele comenta o apelo
do papa na Audiência Geral: "Creio que este apelo do Santo Padre será muito bem recebido
por bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas que estão empenhados nessas regiões
de conflito. Vejo também que as organizações internacionais olham para a Igreja Católica
com admiração. No apelo de hoje do papa, destaco ainda o pedido de respeito pelo direito
humanitário, inclusive a liberdade de movimento da população civil, para que não se
torne escudo humano".
Segundo Dom Zenari, existem cerca de 200 mil civis nas
regiões de combate.
Sobre a audiência com o presidente cingalês, Mahinda
Rajapakse, dois dias atrás, o núncio pediu que as instituições e as organizações internacionais
tenham acesso aos locais de conflito.
"Há muito sofrimento e o conflito, infelizmente,
se intensificou e ficou ainda mais cruel. A população civil não sabe onde encontrar
refúgio. Temos muitas igrejas e diversas paróquias que estão no meio do fogo cruzado"
– relatou Dom Zenari.