SRI LANKA REJEITA CESSAR-FOGO: TOTAL DE MORTOS ULTRAPASSA A CIFRA DE 5 MIL
Colombo, 14 mai (RV) - O governo de Sri Lanka rejeitou, nesta quinta-feira,
o pedido internacional por um cessar-fogo no conflito contra os rebeldes tâmeis, horas
depois de o Conselho de Segurança da ONU ter defendido a proteção das vidas dos civis.
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, 6.500 civis morreram
e 14 mil foram feridos, do fim de janeiro passado a meados de abril, durante a ofensiva
final do exército contra o movimento separatista "Tigres de Libertação da Pátria Tâmil".
"Não vamos nos submeter à pressão internacional para deter a ofensiva" − afirmou
o ministro da Comunicação, Lakshman Yapa Abeywardena.
Na noite passada, os
15 membros do Conselho de Segurança da ONU pediram ao Governo de Sri Lanka e aos Tigres
Tâmeis que garantam a segurança dos civis e respeitem as obrigações, de acordo com
o Direito Humanitário Internacional. Como toda resposta, Yapa disse que "o Governo
não tem nada a ver com isso".
Nos últimos dias, vários confrontos entre rebeldes
tâmeis e o exército têm sido registrados em diversos pontos da ilha, entre os quais,
três bombardeios em apenas 11 dias, contra o único hospital existente no norte do
país. Somente no último fim de semana, mais de 400 civis morreram e mais de mil foram
feridos.
Os rebeldes estão, há alguns meses, encurralados numa região do noroeste
do país, com mais cerca de 50 mil civis, segundo estimativas da ONU. O Governo cingalês
rejeita qualquer trégua ou cessar-fogo, por considerar estar próximo da vitória. O
comando dos Tigres Tâmeis rejeita a rendição, e exige que todos os rebeldes carreguem
uma cápsula de cianureto e a engulam, em caso de captura.
Os rebeldes lutam,
desde 1983, para criar um território independente para a minoria étnica tâmil, que
sofreu discriminação com os sucessivos governos da maioria cingalesa. Tanto os Estados
Unidos quanto a Europa consideram-nos um grupo terrorista. (AF)