POLÍCIA DINAMARQUESA DETÉM 17 IRAQUIANOS REFUGIADOS EM UMA IGREJA
Copenhague, 13 ago (RV) - A polícia dinamarquesa deteve hoje, 17 iraquianos
com ordem de expulsão do país, após intervir na Igreja de Brorson, em Copenhague,
onde se refugiavam − desde maio passado − 50 pessoas com solicitação de asilo rejeitada.
Cinco dinamarqueses foram detidos nos enfrentamentos registrados entre a polícia
e centenas de manifestantes que, esta madrugada, circundaram a igreja e se atiraram
no chão, para impedir a prisão dos iraquianos.
Os agentes bateram nos manifestantes
com cassetetes e usaram spray de pimenta, enquanto estes últimos lançaram pedras e
outros objetos contra os veículos policiais que escoltavam o ônibus para onde foram
transferidos os iraquianos, todos do sexo masculino. A polícia liberou as mulheres
e crianças que estavam na igreja.
"Os iraquianos estavam reunidos diante de
uma imagem de Jesus crucificado, enquanto por toda a igreja se movimentavam policiais
com escudos e capacetes. Foi uma experiência horrível" − declarou à televisão pública
"DR", o Rev. Ramsdal, pastor da igreja desalojada.
O Governo dinamarquês anunciou
em maio, a assinatura de um acordo com o Iraque, para extraditar 282 iraquianos cuja
solicitação de asilo político fora rejeitada pelas autoridades.
O acordo, similar
ao realizado com países como Suécia, foi rejeitado por parte da oposição (de esquerda),
pelas ONGs e organismos das Nações Unidas, argumentando que alguns iraquianos se encontram
na Dinamarca há mais de 10 anos e outros até mesmo nasceram nesse país.
As
denúncias afirma que um terço dos iraquianos será enviada a províncias onde os conflitos
armados são contínuos, o que é proibido pelas convenções internacionais. (AF)