SANTA SÉ PEDE REFORMA DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
Nova Iorque, 15 nov (RV) - O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas,
Arcebispo Celestino Migliore, interveio na sexta-feira, na 64a Assembleia Geral da
ONU, sobre a questão do direito de veto no Conselho de Segurança (CS). Segundo o prelado,
este organismo necessita de uma reforma.
Nesta fase de negociações intergovernamentais,
analisou o arcebispo, a abolição do direito de veto parece pouco praticável. Todavia,
é necessária uma reforma mais oportuna e realística. Em muitas ocasiões, observou,
sua aplicação freou e até mesmo impediu a solução de questões cruciais para a paz
e a segurança mundiais, permitindo a perpetração da violação da liberdade e da dignidade
humana.
Com frequência, acrescentou Dom Migliore, é a falta de intervenção
que provoca um dano real. Neste contexto, a Santa Sé reconhece a importância do parecer
expresso por outras delegações e considera que os cinco membros permanentes do CS
deveriam se empenhar a não dar um veto em situações em que estão implicados genocídio,
crimes contra a humanidade, crimes de guerra e graves violações do direito humanitário
internacional.
Um diálogo mais aberto e uma cooperação entre os membros permanentes
e os outros membros do Conselho de Segurança são cruciais para evitar obstáculos na
tomada de decisões – afirmou Dom Migliore, que conclui recordando que uma reforma
do organismo favoreceria a transparência, a igualdade e a justiça, refletindo os valores
da democracia e da confiança no trabalho do Conselho de Segurança.
Os cinco
membros permanentes do CS são Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China.
(BF)