Jacarta, 25 jan (RV) - Violência anticristã na Indonésia: cerca de mil pessoas
incendiaram duas igrejas protestantes na noite de sábado no distrito de Padang Lawas,
no norte de Sumatra.
O chefe do distrito, Basrah Lubis, afirma que “os agressores
estavam irados porque a administração da Igreja não atendeu seus pedidos: transformar
o uso dos edifícios de ‘lugares de oração’ para ‘edifícios neutros’. As duas construções,
contíguas, pertencem ao Sínodo da Igreja protestante de Batak, e são templos pentecostais
cujos fiéis pertencem à etnia Batak e têm a sua liturgia, com cantos e danças próprios.
Segundo a polícia, nenhum dos dois edifícios possuía o aval de construção;
eram considerados ‘locais de oração’ e não ‘igrejas’. Na Indonésia, para construir
igrejas é pedida uma licença especial, que deve superar obstruções impostas pelos
islâmicos. E este é o pretexto principal da violência de muçulmanos contra cristãos:
a falta de licenças.
Agora, com os dois edifícios em cinzas, as comunidades
devem ir até Sosa, que dista 28 km, onde há três igrejas permanentes.
O reverendo
Gomar Gultom, secretário executivo do Sínodo das Igrejas na Indonésia, observa que
as agressões ocorrem porque alguns grupos islâmicos radicais, opõem-se à construção
de templos cristãos e tentam deter a expressão religiosa de outras crenças. “Na Indonésia,
o cristianismo é legal, mas os cristãos são quase sempre ameaçados”.
Sábado,
em Jacarta, o Prof. Said Agil Siradj, da maior organização muçulmana moderada do país,
o Nahdlatul Ulama, apresentou um relatório do Wahid Institute, para promover o pluralismo
na Indonésia. O relatório mostra que em 2009, de 35 casos de violações à liberdade
religiosa, 28 foram anticristãos. Para o Prof. Siradi, as violências contra cristãos
são obra de pequenos grupos extremistas, que conhecem muito pouco o verdadeiro Islã.
(CM)