Rio de Janeiro, 10 abr (RV) - Subiu para 213 o número de mortos em razão das
chuvas no estado do Rio de Janeiro. Niterói é a cidade mais afetada e contabiliza
133 mortos. Somente no Morro do Bumba, no Viçoso Jardim, já foram localizados 28 corpos.
A cidade do Rio de Janeiro registra 60 vítimas fatais. Em seguida, está São
Gonçalo, com 16. Magé, Nilópolis, Paracambi e Petrópolis tiveram um morto cada.
De
acordo com o Corpo de Bombeiros, o número de vítimas ainda pode aumentar. O governador
do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou que em nova estimativa, os bombeiros consideram
que cerca de 150 pessoas ainda estejam soterradas no Morro do Bumba. Quarta-feira
à noite, um grande deslizamento de terra varreu duas ruas e diversas casas no local.
A prefeitura de Niterói informou ontem que vai custear os enterros das vítimas
dos deslizamentos na cidade. Parentes das vítimas estarão isentos de pagar qualquer
taxa e demais custos com enterros, traslados e transferências de corpos - informa
o site IG.
A maioria das vítimas morava em áreas consideradas de risco.
Para
o pesquisador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) Guilherme Marques, não há vontade política para resolver
o problema das moradias irregulares nas encostas do estado. Em entrevista a Aline
Scarso, da Radioagência NP ele afirma:
“Se existissem investimentos públicos
e uma boa política habitacional ninguém moraria em área de risco. Os governos federal,
estadual e municipal são donos de uma série de terrenos no Rio Janeiro, mas governos
usam esses terrenos públicos para fazer negócios. Se esses terrenos fossem usados
para a construção de habitação popular, muitas pessoas teriam sido retiradas das áreas
de risco”. (CM)