2010-05-05 18:42:22

PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS DEBATE CRISE ECONÔMICA GLOBAL


Cidade do Vaticano, 05 mai (RV) - "A crise numa economia global. Projetar novamente o nosso caminho." Cerca de 50 personalidades internacionais do mundo eclesial, acadêmico, empresarial, financeiro e da sociedade civil, reunidos durante quatro dias no Vaticano – por ocasião da Assembléia plenária 2010 da Pontifícia Academia das Ciências Sociais – debateram e refletiram sobre esse tema.

As conclusões do debate foram apresentadas esta manhã, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pela Presidente do referido organismo vaticano, Dra. Mary Ann Glendon. Participaram da apresentação também o chanceler, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, e o coordenador dos trabalhos, José Raga, docente de economia na Universidade Complutense, na Espanha.

Evidenciando a dificuldade de resumir em poucos minutos as muitas horas de discussões e as centenas de páginas de pronunciamentos, a Dra. Glendon enfatizou três aspectos que emergiram no complexo debate em torno das razões da crise econômica, oriunda das graves turbulências financeiras, com as suas conseqüências para a economia real.

Uma crise – ressaltou a Dra. Glendon – vista como uma série de falências, falências financeiras, falências normativas, mas também falências morais. Partimos – explicou – do que reiterou Bento XVI na audiência de sexta-feira passada aos membros da Academia, ou seja, do errôneo pressuposto de que o mercado é capaz de regular a si mesmo, prescindindo da intervenção pública e da contribuição de normas éticas internas, e dedicamos grande parte dos trabalhos a sobre como configurar essa intervenção e essas normas.

O primeiro aspecto aprofundado foi a passagem de uma economia baseada na produção real de bens a uma economia dominada pelas atividades especulativas, conduzidas pela avidez.

O segundo aspecto estudado foram as conseqüências nos países pobres da instabilidade nos países ricos. Tal situação tirou a atenção dos países ricos sobre as questões urgentes, como a luta contra a fome, a promoção da saúde para todos, o desenvolvimento.

O terceiro aspecto considerado foi a governança das atividades econômicas; e as notícias destes dias sobre o caso da Grécia – referiu a Presidente do organismo vaticano – ofereceu ulteriores elementos de análise.

Evocada a necessidade – indicada na recente encíclica Caritas in veritate – de uma maior regulamentação das finanças internacionais, fez-se também um debate sobre as medidas concretas necessárias para garantir maior transparência aos instrumentos financeiros e, olhando para a crise grega, foi cogitada a possibilidade de novas estruturas européias e de um novo tratado para melhor assegurar os fundamentos da moeda única. (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.