Cidade do Vaticano, 04 jun (RV) - Na tarde de ontem, na Basílica de São João
de Latrão, o Papa Bento XVI presidiu à celebração da Santa Missa na solenidade Litúrgica
do Corpo e Sangue de Cristo.
Na homilia, o pontífice propôs aos fiéis uma meditação
sobre a relação existente entre Eucaristia e Sacerdócio de Cristo, destacando que,
na Última Ceia, Jesus transforma o pão e o vinho no próprio Corpo e Sangue, para que
os discípulos possam nutrir-se Dele e viver em comunhão íntima e real com Ele.
Na
Última Ceia – disse Bento XVI –, Jesus age movido pelo "espírito eterno" com o qual
se oferecerá depois na Cruz. Dando graças e abençoando, Jesus transforma o pão e o
vinho. É o amor divino – salientou o Papa – que transforma: o amor com o qual Jesus
aceita antecipadamente de dar-se inteiramente por nós. Este amor nada mais é senão
o Espírito Santo, o Espírito do Pai e do Filho, que consagra o pão e o vinho e muda
a sua substancia no Corpo e no Sangue do Senhor, tornando presente no Sacramento o
próprio Sacrifício que se realiza depois de maneira cruenta na Cruz.
Portanto,
acrescentou Bento XVI, podemos concluir que Cristo foi sacerdote verdadeiro e eficaz
porque estava cheio da força do Espírito Santo, cheio da plenitude do amor de Deus,
e isto precisamente na noite em que foi traído, precisamente na hora das trevas. É
esta força divina, a mesma que realizou a Encarnação do Verbo, a transformar a extrema
violência e a extrema injustiça em ato supremo de amor e de justiça.
"Esta
é a obra do sacerdócio de Cristo, que a Igreja herdou e prolonga na história, na dupla
forma do sacerdócio comum dos batizados e daquele ordenado dos ministros, para transformar
o mundo com o amor de Deus" – concluiu o Papa.
Devido ao mau tempo, foi cancelada
a tradicional procissão até a Basílica de Santa Maria Maior. As chuvas também impediram
que a solenidade ocorresse ao ar livre, como previsto. (BF)