2011-10-05 18:18:45

ARCEBISPO TOMASI SOBRE A FOME NO CHIFRE DA ÁFRICA: UM SILENCIOSO GENOCÍDIO


Genebra, 05 out (RV) - Durante a audiência geral desta quarta-feira, realizada na Praça São Pedro, no Vaticano, o Papa lançou um novo apelo em favor das populações do Chifre da África, onde cerca de 12 milhões de pessoas estão sendo atingidas pela fome: encontram-se em situação de risco, sobretudo, as crianças.

De fato, o Papa falou das "dramáticas notícias" que continuam chegando do Chifre da África e lançou um novo apelo ao combate à fome naquela região do nordeste africano.

Já nesta terça-feira, o Observador Permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, pronunciara-se na cidade helvécia sobre a dramática situação humanitária naquela região. Eis o comentário do representante vaticano, após o apelo do Papa:

Dom Silvano Maria Tomasi:- "A falta de alimento força milhares e milhares de pessoas a abandonar a região em busca da sobrevivência, e muitas morrem pelo caminho. Falamos de um silencioso genocídio, motivo pelo qual é realmente urgente que a comunidade internacional expresse a sua solidariedade para com essas pessoas. Muitas são mulheres e crianças que estão buscando sobreviver. Houve um caso muito triste e doloroso de uma mãe que carregava duas crianças nos braços e não agüentava mais caminhar, porque já não tinha forças, e teve que decidir qual das duas deixar morrer e qual carregar consigo para o campo de refugiados. Não é admissível que essas coisas terríveis aconteçam ainda hoje. Mas essa tragédia do Chifre da África é parte de outras tragédias. Basta lembrar que ao menos 1.500 pessoas morreram na tentativa de passar do Norte da África para a Europa, e outras morreram afogadas saindo da Somália pelo Golfo de Áden. Portanto, estamos diante de uma emergência que deveria mexer com a consciência de todos."

RV: A seu ver, o que a comunidade internacional está fazendo?

Dom Silvano Maria Tomasi:- "Existem contribuições que são dadas por diversos países utilizando os canais das várias agências da ONU. É claro, seria melhor se houvesse uma maior coordenação. Foi iniciado um caminho positivo, mas não é suficiente para responder a todas as necessidades." (RL)







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