Especial Saúde: hepatite, mais perto do que se pensa
Nova Iorque
(RV) – No último sábado, dia 28 de julho, foi comemorado pela primeira vez o Dia
Mundial de Combate à Hepatite. O fato mais preocupante no que tange a hepatite é que
a maioria das pessoas infectadas com qualquer um dos tipos de vírus (A, B, C, D ou
E), não desenvolvem os sintomas em princípio, justamente quando a transmissão é mais
fácil.
Por isso, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) convoca os países
a aumentar a consciência e informação sobre a doença, especialmente sobre as formas
de prevenção e tratamentos.
Na América Latina e no Caribe, estima-se que entre
7 e 9 milhões de adultos estejam infectados com o tipo C, um dos mais preocupantes
ao lado do B. Isso porque as pessoas não descobrem que estão infectadas até que atinjam
um estado crônico.
O médico da OPS, Luis Castellanos, alerta para um detalhe
importante sobre a doença.
“É um conjunto de vírus que têm a capacidade de
infectar o fígado e que têm uma manifestação similar, mas não igual. E, estes vírus
que se denominam até agora como A, B, C, D e E são todos vírus distintos que produzem
doenças diferentes”.
Transmissão
“Uma das campanhas que estamos
enfocando agora traz o tema ‘A hepatite estão mais perto do que se pensa’. O modo
de transmissão é muito variável e todos estamos sujeitos aos vírus. O modo de transmissão
da hepatite A e E acontece quando água e alimentos contaminados são ingeridos e, também,
quando se tem contato direto com pessoas infectadas. A grande maioria das pessoas
infectadas com qualquer dos tipos de hepatite não tem manifestação clínica durante
um período razoável, que em certos casos pode chegar a algumas semanas. E é durante
este período que se dá o pico para a transmissão do vírus. Outros tipos de modos de
transmissão que são mais particulares se dão por meio de relações sexuais não protegidas,
transplante de órgãos, transfusão de sangue, acidentes de trabalho (para quem manipula
lixo hospitalar)”.
A OPS destaca que os países da América Latina e Caribe não
têm relatado com precisão qual é o impacto da doença nas suas populações.
“Os
estudos que temos são estimativas que, às vezes, se fazem em vários países. Por exemplo,
estima-se que na América Latina podem haver até 9 milhões de pessoas infectadas com
o vírus da hepatite C. O que mais preocupa é que esse tipo de vírus não se pode prevenir
uma vez que não existe vacina”.
Sintomas
“O quadro clínico clássico
passa pela imagem do garoto de 15 anos que se infecta, fica com os olhos amarelados,
sente febre baixa e passa a sentir dores abdominais que, na realidade, são reflexos
da inflamação do fígado. Além disso, apresenta um tom escuro na urina, perda de apetite
e um mal-estar generalizado. Quase 60% dos pacientes que padecem de cirrose hepática
e quase 80% daqueles que adoecem de câncer no fígado, aqueles chamados primários,
estão vinculados a uma infecção dos vírus da hepatite”.
Atualmente, existem
vacinas para a prevenção dos tipos de hepatite A e B.