Cidade do Vaticano (RV) - É verdade o que foi dito? E se refere precisamente
a mim? E se diz respeito a mim, de que modo?: são as questões com as quais Bento XVI
convida o leitor a ler o seu novo livro “Infância de Jesus”, terceiro volume da Trilogia
sobre Jesus de Nazaré, uma análise dos textos dos Evangelhos que na Itália será publicado
antes do Natal, em co-edição com a Livraria Editora Vaticana.
O editor, Rizzoli,
destacou alguns conteúdos por ocasião da apresentação do livro do Papa na Buchmesse
de Frankfurt, enquanto estão em andamento negociações com editoras de 32 países para
as traduções do original em alemão em 20 línguas.
Uma “porta de entrada” aos
dois precedentes livros sobre a figura e sobre a mensagem de Jesus. Assim o Papa define
no prólogo o seu livro. Bento XVI explica ter desejado interpretar o que Mateus e
Lucas contam sobre a infância de Jesus no início dos seus Evangelhos. Uma interpretação
que parte de duas perguntas: a primeira sobre o significado da mensagem dos dois autores
no momento histórico, a componente histórica da exegese.
Em seguida, destaca
o Papa, a segunda pergunta, do “verdadeiro exegeta”: “é verdade o que foi dito? E
se refere precisamente a mim? E se diz respeito a mim, de que modo? Diante do texto
bíblico, cujo último e profundo autor é Deus mesmo, explica Bento XVI, a pergunta
sobre a relação do passado com o presente faz parte da nossa interpretação.
Nas
páginas fornecidas em antecipação, o Papa escreve que “Jesus nasceu em uma época determinável
com precisão, não nasceu e apareceu em público no imprecisado ‘era uma vez’ do mito.
Ele pertence a um tempo exatamente datável e a um ambiente geográfico exatamente indicados:
o universal e o concreto se tocam reciprocamente”.
Sucessivamente, se lê que
“Maria envolveu o menino em faixas”: esta imagem, afirma Bento XVI, é “uma referência
antecipada à hora da sua morte. Ele é desde o início o Imolado”.
O Papa, partindo
depois da interpretação de Santo Agostinho da manjedoura, escreve que ela “é o lugar
onde os animais encontram o seu alimento”, mas é também onde se encontra “Aquele que
indicou si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu, o verdadeiro alimento do qual
o homem tem necessidade para o seu ser pessoa humana”
Eis então que “a manjedoura
torna-se uma referência à mesa de Deus, à qual o homem é convidado, para receber o
pão de Deus. Na pobreza do nascimento de Jesus se delineia a grande realidade, na
qual se atua de modo misterioso a redenção dos homens”. (SP)