Patriarca de Alexandria: "A palavra chave é reconciliação"
Minya (RV) - “A palavra chave é reconciliação”. Foi o que afirmou o novo Patriarca
de Alexandria, Sua Beatitude Ibrahim Isaack Sidrack, sobre uma das prioridades à frente
da Igreja Católica Copta, informou a Agência Fides. Ele foi canonicamente eleito em
15 de janeiro e na última sexta-feira, 18, recebeu de Bento XVI a EcclesiasticaCommunio (Comunhão Eclesiástica). Ele afirmou não ter elaborado ainda nenhuma
linha de governo, porém olha com inquietação “estes tempos confusos para os cristãos
e para todo o País. Existe muita incerteza, muito medo. Todos perguntam: o que será
de nós amanhã? Talvez a nossa primeira tarefa seja reforçar a reconciliação. O
novo Patriarca Copta-católico – que nos seus estudos de cristologia aprofundou as
obras do teólogo copta do século XIII, Hibar Allah Ibn al Assal – tem uma grande confiança
nas novas perspectivas de colaboração que se abrem à Igreja Copta, especialmente com
a eleição Tawadros como novo Papa dos Copta- ortodoxos: “um sinal forte que o Senhor
nos deu para convidar os cristãos à unidade”. Dom Sidrack discorda das leituras
que descrevem o Egito como um país inviável para os cristãos. Mas reconhece as influências
negativas, vindas da Arábia Saudita e dos países do Golfo que podem alterar a forma
tradicional do Islã no Egito. “Destas influências tem medo não somente os cristãos,
mas também muitos muçulmanos. É confortante ver como tantos jovens e tantas pessoas
com um reto juízo estejam reagindo a isto”. Como exemplo ele citou as felicitações
recebidas, por ocasião do Natal, de jovens, famílias e associações islâmicas, apesar
de algumas pregações terem dito que era pecado saudar os cristãos pelo Natal. A
situação criada no Egito leva aos próprios cristãos o perigo de um sectarismo, criando
um mundo paralelo fechado em si mesmo, como forma de proteção. “Neste mundo, se perde
a liberdade e a abertura que é própria dos discípulos de Cristo. O meu lema como Bispo
de Minya era a frase de São Paulo “Onde está o Espírito do Senhor alí há liberdade”. Após
falar sobre sua experiência como bispo em Minya, Dom Sidrack, afirmou que “na diocese
patriarcal as situações a serem enfrentadas serão mais difíceis. Os sacerdotes são
poucos e muitos deles são anciãos. Por isto espero a ajuda do Senhor”, concluiu.(JE)