Mulieris dignitatem: vocação da mulher tem que se tornar pública e política
Cidade do Vaticano
(RV) – Tem início esta quinta-feira, no Vaticano, o Seminário "Deus confia o ser
humano à mulher" - evento promovido pelo Pontifício Conselho para os Leigos para celebrar
os 25 anos da Carta apostólica Mulieris dignitatem do Beato João Paulo II -
publicada em 15 de agosto de 1988.
Esta carta é primeiro documento do Magistério
pontifício totalmente dedicado à questão da mulher, à sua dignidade e à sua vocação.
Para
a teóloga Maria Clara Bingemer, a maior contribuição da Carta de João Paulo II está
em derrubar um preconceito milenar: de que a mulher é responsável pela entrada do
pecado no mundo. “O pecado original não é o pecado da mulher, que induziu o homem.
Mas é de toda a humanidade.”
Todavia, o documento apresenta limitações, como
o de confinar a mulher apenas a dois papéis: mãe ou consagrada. “Hoje, o desafio justamente
é buscar maior riqueza de papéis a desempenhar, de funções e de espaços a ocupar.
O tema do Simpósio é pertinente e não deve ser aplicado somente à maternidade biológica,
mas deve sair do âmbito privado. A mulher é capaz, a partir do privado, de criar fatos
políticos e públicos e isso eu chamo “cuidar do ser humano” – que tem que adquirir
uma dimensão pública, política e mais coletiva. Este é o desafio da releitura da Carta
hoje.”