Daesh executa três cristãos assírios


Damasco (RV) – Três dos 230 cristãos assírios do Vale de Khabur mantidos como reféns pelos jihadistas do Estado Islâmico (Daesh) foram executados. O vídeo da execução foi divulgado na manhã desta quinta-feira em sites do grupo. Nas imagens – seguindo o ritual cênico cumprido em casos análogos pela propaganda jihadista – refere a Agência Fides – os três cristãos aparecem de joelhos em uma área desértica, vestindo o tradicional macacão alaranjado. São mortos com um tiro à queima roupa na nuca por três milicianos encapuzados. Cada um dos três assírios, antes de ser morto, se identifica repetindo o próprio nome e o vilarejo de proveniência. Trata-se de Audisho Enwiya e Assur Abraham - provenientes de Tel Jazira e de Basam Michael, do povoado deTel Shamiram.

A execução ocorreu em 23 de setembro passado

Após a execução, o vídeo se concluiu mostrando outros três assírios prisioneiros, vestindo macacões alaranjados e ajoelhados diante dos três “justiçados”. Também eles revelam o próprio nome e o povoado de proveniência. Um deles acrescenta em árabe, indicando os corpos dos três assírios já mortos: “A nossa sorte será a mesma deles, se não forem seguidos os procedimentos corretos para a nossa libertação”. A execução – afirmam os protagonistas da filmagem – ocorreu na manhã de 23 de setembro, no dia em que os muçulmanos comemoravam a Festa do Sacrifício. (Eid al-Adha).

Execuções continuarão caso os resgates não forem pagos

Os três homens executados, assim como os três que aparecem no vídeo ainda vivos, faziam parte do grupo de 230 cristãos assírios que foram sequestrados pelo Daesh no final de fevereiro, mês em que a ofensiva jihadista chegou aos vilarejos cristãos do Vale do Rio Khabur. O lugar de sua detenção, com toda a probabilidade, localiza-se na região de al-Shaddadi, fortaleza do Daesh, a 60 km de Hassakè.

A mensagem veiculada pelo vídeo é clara e cruel: o resgate pedido pela libertação dos cristãos ainda prisioneiros não foi pago e as execuções continuarão até que não for entregue o valor pedido.

Igreja espera redução do valor do resgate

Nas fases sucessivas ao sequestro coletivo, os jihadistas exigiram 100 mil dólares em troca da libertação de cada refém. E diante da impossibilidade de se arrecadar tal quantia exorbitante, as negociações foram interrompidas. Há cerca de um mês o Arcebispo sírio-católico Jacques Behnan Hindo, havia referido à Agência Fides que haviam sido reabertas as negociações para se chegar a um acordo sobre um valor do resgate por cada sequestrado, muito abaixo do exigido inicialmente.

O vídeo com a execução dos três assírios enfraquece as esperanças e faz crescer a preocupação pela sorte dos outros cristãos de Khabur – incluindo mulheres e crianças – ainda nas mãos dos jihadistas. (JE)








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