Marselha (RV) - O Jubileu da Misericórdia, os cristãos perseguidos no mundo e a emergência refugiados na Europa, o diálogo com os muçulmanos na França, a próxima JMJ de Cracóvia, a crise econômica, mas também os escândalos da pedofilia no clero, em evidência estes dias com a abertura de uma investigação contra o Cardeal Philippe Barbarin.
Estes são os temas no centro dos trabalhos dos bispos franceses reunidos desde esta terça-feira (15/03), em Lourdes, em sua sessão primaveril (europeia).
Necessário um ímpeto de consciência diante da crise dos refugiados
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Conferência Episcopal Francesa, Dom Georges Pontier, dirigiu um pensamento particular aos “cristãos que vivem na carne o mistério pascal: no Iraque, Síria, Nigéria e em outros países da África, mas também na Ásia”.
Falando de centenas de milhares de refugiados que “escapam da guerra, da miséria e da morte”, denunciou o que definiu como sendo “a ação satânica do Estado Islâmico que com a violência e também em nome de Deus faz imperar a morte e a tirania”.
Em seguida, o arcebispo de Marselha pediu “um ímpeto de consciência”, encorajando a Europa a mostrar uma solidariedade constante para com os refugiados “distante dos egoísmos nacionais”. “Os migrantes não podem ser tratados como “mercadoria de troca” à mercê dos interesses dos governos, disse o prelado.
Após atentados de Paris é necessário, na França, um diálogo confiante entre cristãos e muçulmanos
Dom Pontier pediu “um diálogo sério e confiante”, em particular, “entre cristãos e muçulmanos” diante da ameaça do terrorismo islâmico que continua recaindo sobre o país após os atentados de Paris em 2015:
“A pertença a uma mesma nação deve apoiar-se num amor comum pela nossa história. O respeito necessário entre franceses não pode fundar-se na proibição de expressar as próprias convicções profundas”, ressaltou o arcebispo.
Dar um futuro aos jovens
Dom Pontier dirigiu um pensamento aos jovens, convidando-os, em nome dos bispos, a participar numerosos da próxima JMJ de Cracóvia, em julho deste ano.
O prelado deteve-se, em particular, sobre a situação das novas gerações marcadas pelas dificuldades de “entrar na vida ativa e de construir uma vida de casal e uma família” e defendeu políticas capazes de dar perspectivas, em particular, para os jovens, dando um freio “às lógicas financeiras que não têm nada a ver com o homem”. (RL)
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