Caritas Camboja lança plano emergêncial para contrastar seca no país


Phnom Penh (RV) - Temperaturas alcançando 40 graus, reservas de água acabando, rios secos e possível epidemia de cólera: é a dramática situação pela qual está passando o Camboja em decorrência de uma das piores ondas de seca de sua história.

Dezenove das vinte e quatro províncias do país do sudeste asiático declararam estado de emergência. São 500 mil cambojanos sem água corrente nem potável, os animais começaram a morrer de fome e de sede e os camponeses, não mais conseguindo cultivar suas terras, as vendem.

Terríveis consequências para a população

“As consequências desta seca em nossas comunidades são terríveis”, afirma o prefeito apostólico de Battambang – uma das províncias mais atingidas –, Dom Figaredo Alvargonzalez.

Não há água corrente nem potável nos vilarejos. As pessoas começaram a cavar poços, mas comumente não encontram nada”, explica o religioso jesuíta.

Vilarejos isolados e escolas fechadas

Já no final de abril, o governo havia lançado uma campanha de ajudas à população, mobilizando veículos militares para levar água às províncias mais atingidas pela seca. Mas muitos vilarejos remotos do país ainda não foram beneficiados.

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançou um alarme diante da situação escolar: somente na província de Ratanakiri, por exemplo, 136 das 203 escolas primárias sofrem escassez de água e registram  uma taxa de ausência “muito elevada”, tanto por parte dos alunos quanto dos professores.

Caritas aloca 300 mil dólares

Ademais, cresce o risco de epidemias, como o cólera. Com efeito, muitas pessoas foram internadas com febre e irritações cutâneas, porque a falta de água não permite as normais práticas higiênico-sanitárias.

Diante desse drama, a Caritas Camboja entra em ação: “Não podemos deixar que o povo adoeça e morra. Por isso, foi lançado um plano de emergência, com a alocação de 300 mil dólares para ajudar 9 mil famílias até julho” próximo, disse o presidente do organismo, Kim Rattana.

Projeto de ajuda a longo prazo

A Caritas está fornecendo também água potável, bombas d’agua e instrumentos de perfuração para ajudar a população a escavar poços mais  profundos e, desse modo, assegurar a irrigação dos campos agrícolas.

Num projeto a longo prazo, o organismo caritativo prevê instruir os habitantes para a gestão periódica dos recursos hídricos e o cultivo de alimentos particularmente resistentes.

Segundo especialistas, essa grave seca, provocada pelo fenômeno climático global do El Niño e pelo maciço desmatamento do Camboja, poderia continuar até julho, por causa do atraso da chegada das monções. (RL)








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