Documento sobre a corrupção: trabalhar na educação, instrução e informação


Cidade do Vaticano (RV) -  O Documento final do Debate sobre a Corrupção realizado no Vaticano em 15 de junho foi divulgado na quarta-feira, 2 de agosto.

“Criar uma frente comum contra as diversas formas de corrupção, crime organizado e máfia” é um dos objetivos traçados pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, através do Conselho sobre a Justiça.

Sobre o teor deste documento, a RV conversou com Vittorio V. Alberti,  Oficial do referido Dicastério e coordenador do Conselho Internacional sobre justiça e corrupção:

"É um documento conclusivo do debate que tivemos, mas contém os objetivos. O percurso não se encerra aqui, antes pelo contrário, abre-se em modo considerável e mais ordenado. Fizemos uma coletânea dos pronunciamentos que foram feitos durante o encontro na Casina Pio IV, elaboramos uma síntese, redigindo uma série de pontos, graças aos quais se pode seguir em frente com o horizonte de intenções de oração do Papa Francisco em fevereiro de 2018 sobre a corrupção".

RV: Como poderiam ser resumidos os objetivos desta consulta elencados no documento?

"Existe uma ação educativa, cultural, de ação sobre a opinião pública. Educativa, instrutiva e informativa, porque seguidamente não se sabe que por trás de um crime, existe um fato de corrupção. Depois existe o aspecto institucional, isto é, de estudo, aprofundamento e ação sobre documentos internacionais e sobre legislações; por fim, existe a questão relativa à cidadania, isto é, como fazer as pessoas participarem à própria educação, mas de forma livre".

RV: Sublinhar que o Conselho não se limitará à piedosas exortações, mas que proporá ações concretas. De que tipo, exatamente?

"De um ponto de vista concreto focamos em objetivos educativos deste tipo: como fazer entender a uma pessoa que por trás de um fenômeno elementar existe um fato de corrupção? Partindo da descrição de um fato simples da cotidianidade. É necessário portanto usar a mídia, no sentido amplo, como editoria, mídias informativas...".

RV: Existe muita expectativa quanto à resposta global sobre excomunhão aos mafiosos, às organizações criminosas e aos corruptos. Este é um dos objetivos do Conselho?

"Naturalmente a questão deve passar pelas Conferência Episcopais e as Igrejas locais. É necessário uma escuta e uma comparação porque as realidade são diferentes. Para dar um exemplo elementar: é banida a corrupção em uma área geográfica específica do mundo, por exemplo, a ocidental, está bem; se acaba com ela em uma outra área, o que cria desemprego e chagas sociais de todo tipo. Portanto, é levado em consideração esta questão: como combatê-la nos seus efeitos, mas nas suas diversas manifestações. Quanto à excomunhão ligada à corrupção se discutiu muito, mas a ideia surgiu como proposta a ser ampliada, em nível de Igreja universal. A excomunhão dos mafiosos foi elaborada e - mais ou menos - codificada no plano do Direito Canônico nas três regiões italianas: Campanha, Calábria, Sicília. Depois existe também a questão sobre como tratar o tema da corrupção do ponto de vista da excomunhão e depois se deve entende o que é uma excomunhão. A excomunhão é uma censura severa, mas é um convite a converter-se; é necessário ter sempre presente o horizonte da esperança, caso contrário, também a política, o bem comum possível, desaparecem".

(JE/FC)








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