Aumento vertiginoso de "crianças-soldado" no OM e norte da África


Cidade do Vaticano (RV) – Multiplicou-se no último ano o número de crianças obrigadas a pegar em armas entre o norte da África e o Oriente Médio, segundo o último relatório do UNICEF.

Um aumento vertiginoso daquelas que são definidas como ”crianças-soldados” foi registrado sobretudo no Iraque, na Síria e no Iêmen, onde em 2014 este número quintuplicou. Mas também na Líbia o recrutamento de crianças está em aumento.

Segundo a Agência da ONU para a infância, a violência difusa, o número de famílias deslocadas, a falta de serviços básicos, com a consequente desagregação do núcleo familiar, estão entre as causas principais do recrutamento de menores, muitas vezes, com idade inferior a dez anos.

No geral, em toda a área considerada, uma criança a cada cinco – num universo de 28 milhões – tem necessidade neste momento de assistência humanitária.

90% delas vivem em países atingidos por conflitos, e em alguns destes casos são as próprias famílias a enviar os próprios filhos para o combate.

“Muitas vezes as famílias, nos casos existentes, não têm escolha, visto as dificuldades econômicas”, explica com amargura Geert Cappelaere, Diretor do Escritório regional do UNICEF.

Nos anos passados, como explica o UNICEF, muitas eram as crianças que trabalhavam com o transporte de feridos, ou mesmo como paramédicos.

Gradualmente foram obrigadas não somente a transportar feridos, mas também a pegar em armas, ou foram obrigados a guardar, armados, os checkpoint, recebendo por isto salários de soldado.

Iêmen

Em relação à situação no Iêmen, na última semana as Nações Unidas apresentaram uma cifra arrepiante: nos três anos de conflito, cerca de 1.700 crianças, muitas das quais com idade inferior a 10 anos, foram recrutadas para o combate.

Esta situação no país representa uma grave crise humanitária, com quase 19 milhões de pessoas com necessidades urgentes de assistência, sendo que 7 milhões delas estão vivendo na penúria.

Mais da metade das infraestruturas sanitárias estão ou fora de uso ou foram totalmente destruídas. Falta água e 15 milhões de crianças não bebem o necessário, além de não serem tratadas as doenças mais comuns.

Síria

Também na Síria e nos países limítrofes que acolhem refugiados existem 12 milhões de crianças sírias necessitadas de assistência, sendo que cerca de dois milhões delas vivem em regiões da Síria por longo tempo sitiadas, o que acarreta na impossibilidade de poder receber ajudas adequadas no decorrer dos anos.

Iraque

No Iraque o número de crianças nestas condições chega a cerca de cinco milhões, sobretudo na Província de Mosul.

Educação

O UNICEF divulgou estes dados avaliando também o impacto negativo desta trágica realidade na educação: os conflitos no Iraque e na Síria fizeram com que mais de 3,5 milhões de crianças deixassem de frequentar a escola, número que chega a 16 milhões no total, em todo o Oriente Médio.

(JE – L’Osservatore Romano)

 








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